14ª Capítulo

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Eu só queria ir para minha casa e esquecer toda essa história de mundos paralelos e coisas do tipo. Jessie foi um amor de pessoa ao me acolher mas eu precisava ficar sozinho no único lugar onde eu me sentia seguro...no meu quarto.

Eu ainda corria por aquele bairro deserto mesmo não sabendo exatamente o caminho de casa,ao menos poderia passar um tempo a sós comigo mesmo.

— Você fugiu?. — Pergunta uma voz sussurrante.

Paro de correr e olho em volta,não tinha ninguém ali. Na verdade eu nem sabia o motivo de estar fazendo isso,acho que talvez só quisesse fugir do mundo e de seus problemas...só não quero mais encara-lo desse jeito.

Jessie provavelmente a essa hora está bastante preocupada com meu sumiço,ela foi um amor de pessoa e me ensinou muita coisa,mas eu preciso de um tempo para acostumar com esse novo mundo.

"O vento pode sussurrar coisas,boas ou ruins,não importa...ele pode sussurrar coisas." essa era uma frase que a moça hippie disse durante nossos momentos de conversas aleatórias. Para mim apenas um sinal de delírio...

— Kevin...tão frágil agora.

— PARA COM ISSO. — Grito bem alto — ME DEIXA EM PAZ.

Essa parecia ser aquela voz misteriosa que apareceu em meu sonho,aquela que me pediu para desistir.

...sim eu vou desistir,mas não agora...

...

Durante alguns minutos andando paro no meio do caminho,estava exausto,me encosto no muro de um estabelecimento para descansar. Um pouco a frente no meio da fraca neblina vejo a silhueta de alguém mexendo em uma lata de lixo,me aproximo devagar e assim pude perceber que era um homem usando um terno cinza em perfeito estado.

— Com licença,desculpe o incômodo mas o senhor pode me dizer onde estou?. — Falo de maneira tímida.

O homem para o que estava fazendo e ergue seu corpo,quando o mesmo se vira para mim noto o bizarro...ele tinha um saco plástico que cobria completamente sua cabeça.

O homem estranho permanece imóvel,ele para até mesmo de respirar...

— Você está bem?. — Pergunto.

Era óbvio que não...

Inesperadamente quando vou me afastando ele imita meu gesto,eu sorrio de forma boba sem motivo algum. Como um espelho o homem copia as mesmas ações que eu fazia,não importasse a velocidade ou quão idiota era ele fazia do mesmo jeito.

As garras em suas mãos me fazem perceber que ele não era humano. De repente um tiro acerta seu peito,a criatura começa a se teletransportar desesperadamente pela rua soltando um grito pavoroso até por fim desaparecer de vez.

— Você está bem garoto? ele te machucou?.

Um senhor com cabelos grisalhos,pele branca,olhos verdes e roupas ao estilo meio country está parado do lado de uma caminhonete.

— Sim,estou bem. — Respondo — Não precisava ter feito aquilo.

— Aquela espécie de criatura imita os gestos da vítima para hipnotiza-lá e assim atacar logo em seguida. — Diz ele.

— Me desculpe mas em momento algum não me senti hipnotizado.

— Eu sou Héctor. — Ele estende a mão.

— Sou Kevin. — O comprimento.

— É um recém chegado Kevin?.

— Mais ou menos,cheguei já faz um tempo,ou melhor,dias..

O homem me observa de forma curiosa...

— Minha mulher e eu resgatamos os recém chegados e os mandamos de volta. — Héctor sorri. — Moramos um pouco afastados da cidade para fugir das criaturas.

Ele para de falar quando vê a criatura negra que traz a noite parada em frente a um beco...

— Acho melhor vir comigo,daqui a pouco vai anoitecer e você sabe o quanto aqui é perigoso.

— É. — Concordo.

— Vai ser difícil passar pelas criaturas com essa velha caminhonete,olha,podemos ficar refugiados ali em frente até a tormenta passar. — O homem aponta para uma farmácia.

Talvez aquele tenha sido o lugar onde Carl e eu estivemos antes de chegar a casa de Jessie mas não sei exatamente...

...eu só penso em ir para casa...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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