11ª Capítulo.

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— Desista Kevin,pare de tentar,já é tarde...

— Quem é você?. — Pergunto.

— Minha aparência não importa,basta imaginar um monstro qualquer.

— O que você quer então?.

— O fim. — Responde a voz — Faça isso parar por favor...desista.

De repente acordo no meio da noite com a respiração acelerada,que bom,estou na casa de Jessie dormindo em um dos quartos de hóspedes,aquilo foi só um pesadelo. Ainda está de noite,levanto da cama e caminho na direção da janela,passo a observar a noite sombria. Lá fora as criaturas perambulavam pela rua,eu podia ouvir os barulhos que elas faziam. Um vento gelado percorre pelo quarto,era uma sensação triste e misteriosa.

Logo sinto um peso em meu corpo,uma aflição que quase me tira o fôlego...fecho meus olhos por um momento...

— Isso vai passar. — Uma voz nem masculino e nem feminina sussurra calmamente.

Abro os olhos de repente e olho em volta do quarto,não há ninguém ali. Bom,em muitas de nossas conversas Jessie me falou que a noite conversa com a gente,não "a noite" exatamente mas sim uma criatura desconhecida que passeia por ela...sei lá...isso ainda é muito confuso para mim.

...

...eu não conseguia abrir os  olhos por mais que tentasse,meu corpo estava completamente imóvel,fraco,uma sensação de queda brusca...

— Desista Kevin,pare de tentar,já é tarde.

Uma risada tenebrosa se escuta.

...

Na manhã seguinte acordo extremamente cansado,o suor escorria livremente como se eu tivesse feito bastante atividade física. Mais um pesadelo,esse foi ainda mais estranho que o outro,mas afinal tudo isso que estou vivendo é um pesadelo então por qual motivo estou tão nervoso?. Saio da cama e vou a procura de Jessie que provavelmente a essa hora deve estar acordada.

A hippie estava em sua horta,localizada na parte de trás da casa. Com um regador na mão vejo ela falar com uma das plantas,me mantenho quieto...

— Sim,nosso hóspede é um fofo...meio mente presa,bem,eles normalmente são assim...não,não acho que Carl seja egoísta,ele passou por tanta coisa.

— Está falando com a pé de tomate?. — Pergunto ao me aproximar.

— Sim,de todas eles são os mais ouvintes. — Ela sorri.

— Isso é...legal. — Dou um meio sorriso.

— Você me acha maluca,verdade?.

— Sabe,com a situação do jeito que está eu imaginei que você fosse...

— Uma mulher durona,responsável e super protetora?. — Ela me interrompe — Não,não sou.

— Jessie,você não sente falta da sua antiga vida?.

— Não. Esse luga pra mim é o verdadeiro paraíso. — Seu olhar se perde no vazio.

— Como?...como consegue?.

— A minha vida inteira eu sempre quis que um ser de outro planeta me levasse para minha verdadeira casa. Doida maluca,nunca fui popular,nunca tive muitos amigos,ninguém nunca se interessou por mim,eu nem conseguia me dar bem com a minha família tóxica. — Jessie suspira e no fim sorri novamente.

— Como chegou aqui?. — Pergunto de maneira calma.

— Foi durante a época da faculdade,eu descobri que estava com câncer. Meus pais quase enlouqueceram quando desisti do tratamento e esperei a morte.

— Eu sinto muito Jessie.

— ...depois de cair na escuridão abri os olhos e estava de volta a minha casa...quando cheguei eu me sentia tão bem,não havia mais dor,você entende Kevin?.

Balanço a cabeça positivamente...

— E não,eu não sinto falta de nada do mundo real e me sinto incrivelmente bem com isso. — Seu olhar brilha — Mas e você? está pronto para voltar a vida?.

— Sim estou.

— Ótimo. — Ela se recompõe — Logo depois do café da manhã nós vamos meditar um pouco,paciência é a chave principal em um momento como esse...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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