...sigo a luz,mas ela não está lá...
Eu realmente não entendo o que se passa,não entendo nada sobre a vida,não entendo o que pode ser real,não entendo o motivo de sermos escravos do homem das nuvens...eu não entendo...eu não entendo...eu não entendo...é apenas um vazio.
— Kevin.
Abro os olhos rapidamente...
— Carl...eu ainda estou aqui?. — Suspiro.
— Você me deu um susto com aquele desmaio,começou a falar um monte de coisas sem sentido...me assustou.
— Onde estamos?. — Pergunto.
— Em uma farmácia. — Ele responde — Não achei seguro ficar lá fora então trouxe você para cá. Fiquei em dúvida de quando ia acordar,coloquei alguns cobertores no chão e deitei você ai.
— Obrigado pela ajuda Carl.
— Aqui — Ele me entrega uma garrafa de água — Sua pele está bastante pálida,como se sente?.
— Meio estranho,é como se tivesse um peso em mim,não sei explicar bem.
Carl se aproxima e toca em minha testa...
— Você está com febre,acho melhor voltarmos ao meu refúgio e...
— Não. — Interrompo — Vamos prosseguir.
— Tem certeza?
— Sim,eu tenho que sair desse lugar o quanto antes.
— Então tá. — Ele movimenta os ombros — Se piorar fique sabendo de que não irei carregar mais você.
— Tranquilo,eu não vou precisar disso...
...
Lá fora ainda estava claro e depois de alguns minutos de caminhada chegamos ao centro da cidade. Mesmo com uma mochila pesada nas costas Carl andava de maneira rápida,ele parecia não se importar comigo que caminhava um pouco atrás. A febre e a dor de cabeça deixava meu corpo fraco,eu mal podia andar na mesma velocidade que o homem a minha frente.
— Será que você pode ir mais devagar?. — Paro no meio da calçada e me encosto em um poste de luz.
— Não podemos ir devagar Kevin,temos que chegar a casa da Jessie antes que anoiteça.
— Eu devia ter te ouvido sobre voltarmos para o refúgio,agora não consigo nem dar mais um passo.
Nesse momento viro o rosto para o lado,um pouco distante de nós vejo aquela criatura negra de olhos brancos luminosos observando a gente de maneira séria e misteriosa,ela permanece completamente imóvel.
— Essa não é a criatura que traz a noite?. — Pergunto.
— Sim,logo mais vai escurecer,não podemos ficar parados aqui...vem,eu ajudo você. — Carl me apóia em seu ombro.
— A culpa é minha,se não fosse por mim não teríamos atrasado.
— Não é culpa sua Kevin,foi apenas um imprevisto,eu que deveria ter prestado mais atenção...sei lá...estou tão acostumado em agir sozinho e fazer as coisas do meu jeito. É muito tarde para voltarmos e também para prosseguir,vem,conheço um local aqui no centro onde podemos passar essa noite.
Caminhamos com pressa entre os estabelecimentos,a cada minuto ia escurecendo,criaturas apareciam de determinados esconderijos e se espalhavam pelo meio da rua. Nós paramos em frente ao que parecia ser um canteiro de obras abandonado com muros altos em volta.
— A única entrada desse lugar está fechada,mas podemos passar por aqui. — Carl aponta para um buraco de baixo do muro.
De um por um conseguimos entrar sem problemas. Por dentro vejo o esqueleto de um prédio inacabado.
— Como descobriu esse lugar?. — Pergunto — No mundo real essa obra já está quase sendo finalizada,que estanho.
— É sempre bom ter mais de um refúgio — Responde ele — As coisas aqui estão meio que perdidas no tempo,não sei dizer que dia da semana estamos e nem a data de hoje. Sabe Kevin,muitos tem teorias do que acontece com uma pessoa em estado de coma,muitas podem vir para cá...já outras...geralmente elas vem quando a morte ocorre em um piscar de olhos...
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(Continua No Próximo Capítulo)
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A Terra Dos Esquecidos
HororUm lugar habitado por criaturas perigosas,onde o tempo não passa,o dia é mais triste que o triste e a noite é mais escura que a escuridão. Cada um dos humanos desse tal lugar tem uma história em comum,no fim todos acabam sendo esquecidos... O jovem...