16ª Capítulo.

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— ...sim,eu estou levando um recém chegado ao refúgio...OK...vejo você quando chegar...

...

Abro os olhos...já era de manhã. Eu estou no banco da frente de um veículo e ao meu lado vejo Héctor dirigindo,parece que nós não estamos mais na cidade e sim adentrando no bosque pela estrada de terra.

— Achei que não iria acordar. — Diz ele — Você está assim a um tempão.

— O que aconteceu?. — Pergunto.

— Você saiu correndo do nada então resolvi segui-lo,quando te encontrei estava caído no chão. — Responde ele — Há um ferimento na sua cabeça,mas não parece nada grave

— Aquela criatura carregava uma espécie de bastão,talvez tenha arremessado em mim. — Suspiro — Para onde estamos indo?.

— Para meu refúgio. — Ele sorri

— Tive a impressão de ouvir você falando com alguém no começo.

— Vê... — Ele me mostra um comunicador — Eu achei dois em uma viatura de polícia,minha esposa está com um e eu com esse...a gente se comunica assim.

— Legal... — Volto minha atenção para a janela da caminhonete

Eu estava muito longe de casa agora,meus planos foram por água abaixo. A frente uma casa de madeira com dois andares me chama atenção,o lugar está abandonado,não há nem cercas de proteção caso uma criatura queira invadir.

— Eu sei o que está pensando Kevin,mas acredite em mim,é seguro.

— Nem um lugar é seguro. — O encaro — Não era para mim estar aqui.

— Não seja mal agradecido garoto,se não fosse por mim estaria morto.

— Que novidade. — Reviro os olhos.

— De qualquer maneira já chegamos. — Héctor para a caminhonete em frente.

Descemos do carro e fomos para dentro,a casa possuía móveis velhos e uma cor nada convidativa. Uma senhora morena também de cabelos grisalhos estava na sala sentada em uma poltrona,seus olhos negros me olham de cima a baixo...

—Então esse é o recém chegado Kevin?. — Ela sorri — Sou Dolores.

— Oi. — Respondo de maneira rápida.

— Mostre um pouco de gratidão. — Héctor debocha.

Um silêncio constrangedor se forma quando minha barriga começa a roncar de maneira inconveniente. Bom,eu não comi nada depois que sai da casa de Jessie...

— Acho que isso explica tudo,venha comigo querido. — Dolores me chama até a coxinha — Você deve ter passado por muita coisa.

...

No almoço eu procurei não conversar muito,o casal me fazia um monte de perguntas relacionadas a minha chegada a esse mundo. Claro,meu subconsciente estaria me matando por agir de maneira rude com eles que foram tão gentis comigo,mas algo neles não era confiável e seus olhares eram sombrios.

...cheguei a suspeitar até da comida..."não coma,é veneno"...a voz sussurrava em meu ouvido.

— Está sem fome?. — Héctor pergunta.

— Sim...

— O roncado da sua barriga prova o contrário. — Dolores começa a sorrir.

Talvez a pancada que levei na cabeça tenha sido forte de mais...

— Estou exausto,tive uma péssima noite. — Respondo — Se não for de muito incômodo eu só preciso descansar um pouco.

— Quando Héctor me disse sobre sua chegada eu preparei o quarto de hóspedes.

— Vem,eu mostro onde fica. — O senhor se levanta da cadeira.

Sigo o homem até o tal quarto de hóspedes. As escadas de madeira velha faziam aquele típico barulho a cada passo...

— É aqui. — Héctor para em frente a uma porta.

Não era grade coisa...apenas uma cama e uma cômoda,o lugar parecia realmente improvisado.

— Quando estiver disposto venha falar com a gente Kevin,você quase não disse nada no almoço.

— Tudo bem. — Digo caminhando em direção a cama.

Héctor fecha a porta devagar...

Olho pela janela e tudo que vejo é um bosque...

— Não foi isso que planejei. — Falo para mim mesmo.

Me jogo na cama. Eu não sabia como essa história ia terminar,para mim o fim só viria quando eu voltasse finalmente para casa...talvez eu esteja ficando maluco por conta disso...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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