Capítulo 14 - Deu Branco!

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         O dia amanheceu fechado, com o tempo nublado e aquele friozinho de fim de estação. Sam acordou várias vezes na madrugada, pois teve pesadelos desagradáveis. Era seis da manha quando se deu por vencida e levantou. Trocou de roupa, se ajeitou um pouco para esconder as marcas de roxo no rosto e no corpo. 

       Arrumou a mochila, trocando a roupa suja por peças limpas. Na sua escrivaninha, pegou seu diário e o colar azul que ela havia encontrado há algumas semanas. Tocando esse, esse fica azul mais intenso e essa se perguntava o que aqueles símbolos significavam. Colocou em seu pescoço e esse se perdeu entre as suas vestes. 

     Foi para cozinha onde preparou o café e pôs a mesa. Faziam algum tempo que ela não tinha um momento assim, de tranquilidade, serenidade e sossego no café-da-manhã. Enquanto o café passava, ela lavou suas roupas do trabalho e colocou na secadora, para não haver riscos de Vassilisa encontra-las na maquina de roupa suja. 

       Tomou seu café, acompanhado de torradas e um bom livro. Medussalina surgiu vestindo seu pijama de algodão, com carinha de toso e cabelo bagunçado. Ela veio até a irmã e deu um abraço, dizendo: 

- Bom dia Sam. 

- Bom dia Avelã! Dormiu bem? - Perguntou ela, abraçando a menina, quando um figura de pijama e com cara fechada, mal humorada. 

- Vá se trocar, quero falar com sua irmã. - Disse Vassilisa, puxando a menina que choramingava no colo da irmã. - Dá um beijo na mamãe filha. - Pedia ela, se abaixando enquanto a menina dava um beijinho na mãe, mesmo sem vontade. 


           Quando Lina saiu da cozinha, o clima ficou tenso. Samantha saiu de perto da mesa, tentando evitar a mãe, mas ela era insistente. Vassilisa se sentou á mesa, esperando pela filha servi-la um café. A garota o fez somente para evitar maiores estresses. Ela começou a varrer a cozinha, quando Vassilisa  começou a falar seu discurso repetitivo. 

- Sementha, eu queria me desculpar por ontem. Eu quero que você me entenda filha. - Dizia ela, puxando a cadeira para a garota sentar, encarando-a com uma cara de um jacaré que arrancaria sua cabeça caso não sentasse ali. 

- Eu precisei bater em você, porque é isso que uma boa mãe faz. Uma mãe que quer o bem para sua filha educa e bate de vez em quando.  - Dizia ela fitando a expressão calada da menina sentada ao seu lado. - Me desculpe. Sabe que eu te amo e só quero seu bem meu amor. - Ela deu uma palmada na perna de Samantha que contou estrelas de tanta dor, mas a mãe continuou dando palmadinhas enquanto falava e Sam queria aquelas mãos bem longe dela. 

- Eu preciso acabar de arruma a Lina, para irmos. - Disse ela levantando, mas Lisa foi mais rápida. Puxou-a para uma abraço esmagador. 

        Ela abraçava Sam e falava sobre dietas e remédios para emagrecer que fariam sucesso e que se ela fosse boazinha, ela compraria para ambas dividirem. Depois fez cafuné no cabelo da filha que oposto do dela, era quase liso de natureza. Samantha tinha o cabelo na altura da cintura, era pintado de loiro claro e ela tinha a pena branca, levemente bronzeada no rosto. A maquiagem exagerada disfarçava por completo os hematomas, dando um pouco de confiança a ela. 

       Quando conseguiu se soltar de Vassilisa, arrumou a irmã e deixou-a comer sozinha na cozinha, enquanto falava com Emma por chamada. Explicou brevemente algumas coisas e pediu para esperar por ela no ônibus, porque hoje não se atrasaria. Assim que Lina comeu, ela pegou na mão da irmã e com a mochila nas costas, ambas foram para parada de ônibus que ficava quase em frente de casa. 

- Sam, por que você está usando maquiagem? - Perguntou a pequena, de mão dada para a irmã que fitava ao longe o ônibus vindo. 

- Não gostou? - Perguntou, evitando dar uma resposta que não queria. 

Samantha Jackson  e a Profecia do Colar da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora