Capítulo 16 - Sorvete

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       Assim que saíram da delegacia, Samantha estava péssima. Em partes ela se sentia mais leve, mas de outro lado, ela sabia que Vassilisa iria explodir quando tudo viesse á tona. Ela havia contado tudo. Absolutamente, tudo! Desde as agressões verbais, as vezes em que apanhou, como ela é ausente e trata mal as filhas, no fim, Vassilisa seria intimada a uma nova causa judicial, onde o juiz decidiria novamente se Vassilisa ficaria ou não com a guarda das filhas. Por hora, Samantha ficaria em sua casa e se Vassilisa agredisse-a novamente, perderia a guarda temporariamente. 

         Ela chorou muito, precisou tirar a maquiagem e ir em outra sala fazer corpo delito, onde tirou fotografias do seu corpo que tinha hematomas e também acabou tendo que explicar seus cortes e cicatrizes antigas. Samantha ficou quase quatro horas na delegacia e teve uma consulta breve com uma psicologa que fez um encaminhamento para ela acompanhar uma psicologa na sua escola e também teria que participar de um grupo psicológico. Eram muitas mudanças, mas seriam para ajuda-la. A caminho da casa dele, ela começou a falar: 

- Obrigado por ter vindo comigo. Sei que não estamos juntos e acabei metendo você na bagunça da minha vida. - Ela estava com vergonha dele julga-la. 

- Não tem o que agradecer. E eu já te disse outras vezes que eu adoro um problema. - Ele puxou-a pela cintura e deu um abraço e depois um beijo lento, demorado e com carinho. 

- Mesmo assim, obrigado. Gosto muito de estar com você Aron, você é um amor. 

- Que bom. Então, eu tinha planejado de irmos lá na minha casa, almoçarmos juntos e passar um tempo de boa, mas já são quase sete. Se quiser ir comigo, ao menos para jantarmos, seria muito bom e eu ficaria muito feliz. - Ele esperava que ela dissesse que não, mas ficou surpreso quando ela aceitou. 

- Vou sim. Adoraria. Você cozinha bem? Porque aqueles sanduíches da delegacia estavam bem fraquinhos. - Disse ela com fome. 

- Eu acho que sim, mas deixou você descobrir. - Brincou ele deixando-a curiosa. 

        Um tempo depois estavam na casa de Aron. Era uma rua silenciosa, um bairro depois do dela. Não era muito longe. A entrada era toda fechada, não dava para imaginar como era do lado de dentro.  Um muro alto pintado de cinza, o portão era eletrônico. A casa dele era grande, bonita e com um jardim pequeno na frente. Com algumas rosas branca e vermelha, uma garagem e a entrada da casa. A casa em si por fora era de cor creme. Quando ele abriu a porta, entraram e ela viu que a casa dele era totalmente oposta da dela. Era uma casa toda mobilhada com moveis mais modernos, tudo creme, branco, preto ou metalizado. 

          A sala era grande, a cozinha era menor, tinha dois banheiros, um ao lado dos quartos e outro na lavanderia. Havia três quartos sendo que só um deles tinha banheiro,e esse era o de Aron. Ele deixou-a a vontade, Samantha seguiu-o pela casa percebendo que a casa era bem vazia, ele morava sozinho. De volta a cozinha, ele ligou o som e colocou uma música de rock para tocar alto, enquanto ele lavava as mãos e começava a fazer o jantar. 

- Gostei da sua casa. Muito bonita. Bom gosto para música também. - Falou ela pegando uma uva do cacho em cima da mesa. 

- Que bom que gostou. Pode vir me visitar sempre que quiser. - Sorriu ele, colocando a carne no forno que ele já tinha cortado em fatias grosas e temperado antes de ir encontra-la. 

- O que teremos de jantar chefe?  - Samantha ficou perto, mas longe o suficiente para lhe dar espaço. 

- Arroz, carne assada com molho de madeira, salada cozinha de batata, cenoura e ervilha com milho. E refrigerante é claro. - Sorriu ele cortando cebola e alho bem pequeninho para fazer o arroz. 

- Uau, gostei. - Comentou ela aplaudindo ele. 

       Conforme as músicas tocavam, ele preparou tudo e enquanto a carne terminava de assar no forno, eles comiam frutas e bebiam refrigerante enquanto conversavam, sentados á mesa. Papo vai, papo vem, beijos, risadas e o cheiro maravilhoso da comida. Samantha nem conseguia acreditar que aquilo era real, Aron era muito legal, bonito, um cara novo com uma mentalidade madura. 

- Opa! Ora de jantarmos! - Disse ele tirando o assado do forno quando esse apitou. 

          A garota esperou ele servi-la e então quando cortou um pedaço da carne já sentia que ela devia estar suculenta, porque ela estava macia de cortar. Molhou a carne no molho e provou. Estava uma delicia. Ela elogiou e depois, atacou a comida, matando a fome que quase lhe matava. 

      Eles terminaram de jantar e Sam se ofereceu para lavar a louça enquanto ele arrumava as coisas, porque ela não sabia direito onde guardar as coisas. Conversando, ele contou um pouco mais sobre ele, sobre a sua família que tinha perdido. Ele só tinha uma tia viva, mas ela morava em Londres e era uma bióloga solteirona. Quando terminaram de arrumar a cozinha, ele serviu o sorvete e foram para o sofá comer sorvete com calda de chocolate. 

- Nossa, a gente não cansa de chocolate né? - Brincou ela, lembrando que eles passavam os dias trabalhando em uma fábrica de chocolate, provando um pouco de tudo e ainda assim, comiam chocolate. 

- Eu adoro, acho que coisa boa a gente nunca enjoa na verdade. Tipo sua boca, ela é doce e adoro beija-la, mais e mais. - Ele estava sentado ao lado dela no sofá, suas pernas estavam jogadas em cima da dele. 

- Ha é, então me beija. - Provocou ela, fazendo biquinho e ele largou o sorvete, subindo em cima dela e beijando-a. 

             Ela retribuiu e o sorvete caiu no chão. Eles se abraçaram, se envolveram e o beijo ficou mais quente, mais intenso. A língua dele explorava a dela, o coração de Aron batia mais acelerado e Sam queria sentar em seu colo e se entregar por completo, mas ainda era cedo e sua vida estava uma bagunça. Ela deixou de lado seus pensamentos, sentou no colo dele e apenas sentiu aquele momento em que estavam conectados. Quando o beijo cessou, as mãos dele estavam na cintura dela, o cabelo dela solto e a respiração ofegante. 

- Sam, você é incrível. Eu queria ter conhecido você antes, mas já fico feliz em te-la agora. - Disse ele fitando o sorriso singelo dela, sentada no seu colo. Ele queria poder beijar cada parte do seu corpo, faze-la chegar ao céu e te-la só dele, mas esperaria que ela se sentisse a vontade para isso também. 

- Aron, acho melhor irmos com calma sabe... - Ela não podia se envolver tanto, se não desse certo ela ia ficar de rasto. 

- Quer namorar comigo garota problema? - Pediu ele, mexendo na mecha do cabelo dela, colocando seu cabelo atrás da orelha. 

- Eu adoraria, mas minha vida está uma droga. E sei que não posso pedir para esperar por mim, então eu não sei o que dizer. - Ela se sentiu tola, saiu do colo dele e se encolheu no sofá. 

- Eu espero até isso passar, mas não quero ficar longe de você. Vem, deita. - Ele pegou uma almofada e colocou no colo, para ela deitar. 

- Podemos ser só amigos sabe... - Ela não queria força-lo a ficar com ela, mas adoraria que de fato ele fosse esperar por ela resolver tudo aquilo. 

- Não quero ser seu amigo. Quero beija-la, tocar cada parte do seu corpo, te-la em meus braços e faze-la feliz. Desculpe, amigos não fazer amor. Nem sexo. - Ele riu aliviando a situação, fazendo-a rir. 

- Concordo. - Samantha se deitou no colo dele e ele aumentou o som da televisão, eles então virão o filme Harry potter e o cálice de Fogo.

            Três horas depois, ele a levou de volta para casa dela. já era quase 11:30. Samantha gelou quando chegou de mãos dadas com Aron e sua mão veio gritando na rua: 

- Sua maldita mal agradecida! Eu vou te matar Sementha Jackson! - Vassilisa esperava por ela e nem ligava para o cara que estava com ela, iria dar um jeito nessa garota, há se iá! 

Samantha Jackson  e a Profecia do Colar da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora