Capítulo 5 - De repente, é neve!

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       Algum tempo se passou e Sam ficou ali no banco da praça lendo naquele frio. Estava começando a nevar. A temperatura tinha caído um pouco desde que chegou, mas ela estava em paz, por uma hora, ela era apenas uma garota que estava apreciando seu livro. Alguém chegou perto e se sentou ao seu lado. Samantha deu uma olhadinha pelos ombros quando virava a página do livro, e notou que era um rapaz. Ele também segurava um livro, e olhava para ela .

_ Oi moça. _ Disse o rapaz com um sorriso nos lábios.

_ Oi, moço... _ Samantha se sentia tola, não sabia o que dizer.

_ Eu não quero parecer maluco, mas estava começando a nevar e você parece estar com frio para ler aqui fora. _ O rapaz era educado e não olhava "daquele jeito" que a maioria dos caras vê uma garota.

_ Acho melhor não, quem sabe outra vez... _ Sam foi sincera.

_ Essa é a parte que o cara vai embora não é mesmo? _ Ele pergunta.

_ Sim. _ Responde ela sem entender porque ele ainda não foi embora. 

- Mas eu não sou como qualquer um , então acho que devo insistir ..

_  Sabe meu dia não foi bom, só quero ler em paz, por favor. _  Samantha foi séria, ela sabia que ele iria insistir por achar que ela estava fazendo biquinho.

_  E se você for comigo até o café? Eu pago um café para você e ficamos lá , trocamos saberes sobre os livros que estamos lendo, só para conhecer um escritor diferente. O que acha?

_ Tudo bem, pode ser. _  Samantha aceitou porque achou que seria uma boa ter alguém para conversar sobre leitura, já que sua melhor amiga ET não era uma leitora voraz como ela.

_  Posso? _ Ele apontou para mochila.

_ Não precisa.

_ Por favor, está frio. Eu levo. não tenho problema com isso.

_ Sendo assim, obrigada. _ Agradeceu Samantha lhe entregando a mochila.

        Estava caindo neve. O bairro não era nobre, mas estava lindo!

      Cada gotícula de água que precipitavam, transformavam-se em flocos de neve antes mesmo de chegar a cabeça das pessoas que corriam com cuidado de um lado a outro. As árvores já estavam sem folhas, algumas ainda tinham folhagem, e a neve se acumulava nos galhos secos. Era uma visão de admirar, até mesmo para uma moradora que estava acostumada a essa paisagem em todo o inverno. Próximo a praça, tinham ruas e apartamentos de alturas baixas. Eram poucas as casas do bairro com térreo e jardim. Os bancos da pracinha estavam molhados, via-se de longe a Madeira ficar mais escura com a chuva molhando a sua matéria.

       O rapaz era mais alto do que Samantha, tinha uma corpo esbelto, não era magro, tinha um tronco grosso mas dava para notar que não era gordo, deveria ser músculos. Ele caminhava ao lado dela, um olhando para os próprios pés, mãos escondidas nos bolsos do casaco para esquentar e também, por estarem inquietas. Eles não falavam, mas aquilo não parecia ser um problema. Andaram , até chegar na cafeteria. Era um café grande. Ele abriu a porta para ela, que entrou primeiro. Assim que Sam passou pela porta, ela sentiu aquele ar quente e abafado que lhe bateu de forma agradável no rosto gelado. Suas mãos ainda tremiam. Ela não sabia como reagir, ele era um total estranho, mas também um cavalheiro.

       Ela espera ele dizer onde iriam se sentar, e ele fecha a porta entrando atrás dela. Ele Faz sinal para ir no canto, e ela anda em sentido a mão dele aponta.

_ Ali._Ele aponta para uma mesa de dois lugares, com uma mochila e coisas espalhadas na mesa, perto do ar-condicionado e bem na vitrine de vidro.

_ Mas tem alguém aqui. _ Ela comentou baixinho sem puxar a cadeira.

_ Sim tem, eu. E agora, você. _ O jovem sorri para ela. Puxa a cadeira e espera ela se sentar.

_ Não estou entendendo... _ Comenta ela confusa.

_ Eu estava aqui esperando um café quando te vi ali sentada na praça vazia, naquele frio. No início achei que você estava esperando alguém, mas quando se mexeu para o lado, vi que estava lendo e então achei que você não ia sair dali. Começou a nevar e eu decidir ir até lá te chamar para beber um café. _ Ele sorriu quando ela se sentou a sua frente  na mesa.

_ Nossa! Você foi gentil, obrigado. _ Ela riu esfregando as mãos. Estava surpresa por alguém ser gentil com ela. 

_ De nada, sou Aron. _ Ele esticou a mão para comprimento-lá.

_ Samantha. _ Ela retribuiu o comprimento.

_ Então, o que está lendo, Sam?

_ Eu estive aqui. Gayle Forman. E você Aron?

_ O lado bom da vida . Matthew Quick. E Seu livro é bom? _ Pergunta ele. 

_ Depende... - Samantha sorri.

_ Depende do que Sam? _ Ele tentava lê-la, mas ela era cheia de informações incompletas. 

_ Do que é bom para você . _ Disse ela fazendo-o pensar que aquilo tinha realmente sentido. 

     O garçom chega na mesa e pergunta o pedido, Aron pede mais um café preto com açúcar e uma torta de limão, Samantha não pede nada porque não tem dinheiro.

_ você tem certeza? Eu pago. Sem problemas. Fui eu quem convidei você Sam, peça o que quiser. É a lei dos encontros. _Ele pisca para ela. Essa relaxa e pede algo, porque está faminta na verdade. 

_ Um café preto e um salamê de chocolate, por favor. _ Pede ela.

_ E você? _ Pergunta o garçom, terminando de anotar o número da mesa. 

_ Uma fatia de bolo de chocolate, obrigado. 

_ Obrigado eu. _ O garçom sorriu e se foi.  O rapaz se afasta. Aron pergunta a Samantha:

_ Matando aula ou foi liberada?

- Liberada.

Ele olha firme para ela novamente e pergunta:

_ Você é uma garota problema ou exemplar?

_ Problema. Um grande Problema. _ Ela suspira baixinho.

_ Ótimo, adoro um problema. _ Aron ri de canto,  fazendo com que Sam sentisse seu rosto queimar de vergonha.  

Samantha Jackson  e a Profecia do Colar da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora