Capítulo 11

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- Então... Os boatos são verdadeiros? – Questionou Peter, finalmente conseguindo alcançar os passos rápidos do sonserino ao fim da escadaria.

Suspirando entediado, Snape nada disse, limitando-se a revirar os olhos e permanecer andando em direção à masmorra.

Insistindo, o garoto gordinho o acompanhava para o dormitório, compartilhando daquele silêncio. Queria fazer algo, obrigá-lo a falar... Talvez, se contasse aos demais... Todavia, reconhecia não ser seguro compartilhar este assunto com ninguém pelo medo acerca do que poderia acontecer... Os julgamentos... Os comentários...

- Eu disse...

- Eu escutei, só não quero falar contigo. – Repreendeu de cara amarrada.

- Você estava com eles... – Comentou, recebendo um preocupado olhar de esguelha. - Ou fugindo deles... Naquela noite que o Sirius foi atacado. Eu vi o nome "dele" na floresta...

- Acho que deveria comentar sobre suas visões com a professora, Pettigrew. Eu, francamente, não me importo.

- Ou, talvez, para Dumbledore.

O tênue riso descrente diante a ameaça. Quanta audácia! Seria mesmo obrigado a escutá-lo? Virando-se para encará-lo, continuou por intimidadoras sugestões travestidas em sarcasmo:

- E para seus amigos, é claro. Para toda a escola. – Estreitando os olhos em desafio. - Sabe, seria ideal se vocês perse...

Peter baixou a cabeça, dando um passo para trás, instigando os negros olhos petulantes a continuarem:

- Oh! O pequeno Pettigrew está sozinho? Vai mesmo esconder este segredo dos demais...? O que o James falaria por não ter sido convidado para a festa? Ou aquele seu prepotente amigo chamado Sirius? – Diante a perdida expressão receosa, o meio riso delineava os lábios. Havia vencido? – Todavia, vou lhe contar um segredo: - Disse por um quase sussurro próximo ao ouvido esquerdo do amedrontado loiro. - Todos estamos sozinhos.

Afastando-se, o menino aparentava refletir. Quando o inimigo retornou ao antigo itinerário, ele interpôs:

- Eu não sou como vocês da sonserina.

- Será mesmo, Pettigrew? – Questionou despreocupado, sem ao menos parar ou olhar para o pequeno inimigo. Ele não era digno, afinal. Prosseguindo cogitou vagamente receoso. – Certo. Ficamos juntos para parecer fortes, mas somos tijolos sem cimentos formando muros vacilantes a cair, independente de casas, raízes... O lorde das trevas tem seguidores de muitas origens.

- Então... Você é um deles?

- E se eu for? – Parando, o coração pulsou mais forte pelo nervosismo. Por cima do ombro, os olhos decaíam em interrogação, quase numa ameaça.

- Uma aluna apareceu morta... E ele atacou Sirius e Remus na última lua cheia...

- E tem muito conhecimento, o qual nos é velado por medo que os superemos. – Virando-se para o perseguidor, explicava não convencido das próprias palavras. – Mas... O lorde das trevas trará as respostas...?

- Snape. – Fitou intrigado. - É por causa do James? Você planeja matá-lo?

- Não me diga tolices, Pettigrew. – Gargalhou descrente. - A arrogância dele o conduzirá para a autodestruição... Tenho objetivos maiores em minha vida.

- É magia das trevas...

- Eles nomeiam como trevas tudo aquilo que não conseguem dominar. Trevas... Escuro aos seus olhos... O desconhecido... Eles temem que alguém o domine e supere seu poder... Mas...

- Após todo este caos, ele pode ser a nova glória...

- Então, ambiciona uma sombra mais poderosa? – Erguendo a sobrancelha esquerda, admitia certa surpresa. - É mais perspicaz que seus amiguinhos.

Diante o silêncio, ele continuou:

- Isto não é o clube do livro. Ele costuma matar os indecisos e traidores. Lembre-se disto, Pettigrew. – A capa esvoaçava no vazio corredor, enquanto o carrancudo garoto retornava ao trajeto naqueles rápidos passos determinados. Não se antes prevenir por falsa consideração. – Todavia, Dumbledore não se renderá sem lutar. – Um suspiro angustiado. - Prevejo tempos difíceis.

Ultrapassando a entrada da sua casa, após segredar a senha conhecidas apenas entre os residentes dali, deixou para trás o grifinório pensativo. 

Solitária realeza. Travessuras marotasOnde histórias criam vida. Descubra agora