Capítulo 14

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- Oi, Lily. Oi, Snape... – Sentando-se sem permissão na cadeira vazia, repousou os cotovelos sobre a mesa, comentando tristonho. – Parece que ninguém aqui na turma alcançará a nota máxima nesta atividade. É tão complicado... nem encontro seiva o bastante.

- Não fique assim... Temos um pouco. – Disse Lily, pegando um frasquinho pela metade adjunto ao caldeirão borbulhante. – Gostaria? - O parceiro de atividade ainda lançou o melhor olhar de desprezo, todavia não se opôs.

Recebendo, sorriu. Retirando o chocolate do bolso, abriu, colocando sobre a mesa para que cada um pudesse se servir.

- Parece delicioso... – Comentou, Lily, aspirando de olhos fechados. As fumaças coloridas em ebulição realçavam os cheiros. Principalmente, a rosada que emanava da direção da ruiva.... Aquele estranho cheiro de cachorro molhado nas noites de lua cheia... – Lily, que poção está fazendo?

- Estou arriscando a poção do amor. – Disse feliz. – Dizem que é um cheiro diferente para cada pessoa, mas o Sev concorda comigo no quanto este cheiro lembra coisas explodindo, pólvora, travessuras... como... – Aspirando de olhos fechados, repetiu apaixonada junto ao amargurado sonserino. – James...

"Não... É diferente...". Pensou. Entretanto, não era o objetivo ali, ou tivesse algum problema desconhecido no olfato. Talvez, a poção não estivesse perfeita... Cachorros seriam travessos como pólvoras explodindo?

Prosseguindo com cautela, continuou:

- Então, desistiram da atividade?

- Não, estamos quase terminando. – Levantando-se, deu um pequeno muro contra a palma da mão, repreendendo-se por esquecer. – Irei pegar, Severus...

Virando-se um pouco, percebeu os amigos encarando sem discrição. Ás vezes, não compreendia porque andava com eles. Massageando o cenho ao virar para frente outra vez, Snape questionou rispidamente:

- O que eles mandaram você fazer?

- Nada...

- Não sou bobo, Lupin.

- Eu sei... – Disse, extremamente sem graça.

Percebendo a ruiva suspender os pés sem conseguir alcançar o pequeno frasco cor de marfim, levantou-se. Por ser um pouco mais alto, conseguiu pegar sem dificuldade. Abrindo um pouco para averiguar o cheiro da mistura enquanto retornavam, colocou as unhas de dragão dentro, logo a devolvendo enquanto elogiava a qualidade daquelas lágrimas de trolls.

Agradecendo a menina. Snape derramou todo o líquido na mistura borbulhante.

Uma leve explosão.

Passando a mão em torno da varinha repousada ao lado do caldeirão, a indescritível fúria para o inimigo desconcertado. Contudo, alguns segundos, e o bonito verde reluzia. Aparentemente normal.

- Fim do tempo. Irei conferir a poção de cada um. – Anunciou o professor, fazendo cara decepcionada ao olhar em cada mesa, até mesmo questionando como alguns alunos da lufa-lufa sorriam diante um vulcão em ebulição saltando do enferrujado caldeirão. Deste modo, consciente do bom resultado, foi a mesa do aluno predileto. Mexendo um pouco, recolheu uma pequena quantidade na funda concha. – Olhem a qualidade desta poção. Vocês deveriam se expirar em... – Marrom. Cheiro de fezes... – Colocando de volta no lugar, disfarçava diante os risos e sussurros maliciosos. Perguntando sem compreender. – O que houve, Severus?

- Eu também não entendo. Estava tudo tão... – Cruzou os olhos com a mesa acusada. – Professor, peço só mais alguns minutos para reverter...

- Desculpa... – O desapontamento indescritível naquele velho rosto de enrugadas dobrinhas. – Seria injusto aos demais. Porém, eu sei que vocês se esforçaram. Talvez consigam um seis após a correção.

Evans, embora sem permissão, já mexia na porção tentando compreender o ocorrido. Estava tudo indo tão bem... Como? De repente?

O professor precisou arrancar o caldeirão com brutal delicadeza diante a trêmula menina quase chorosa, logo recolhendo das outras mesas e anunciando o fim da aula.

- Ele vai tentar reverter antes da correção final... – Assegurou Peter, enquanto os outros confirmavam sem desviar o olhar do oponente.

Os olhares atravessados juravam vingança, não necessitando de nenhuma palavra ou ação, compartilhavam o mesmo pensamento:

"Desta vez, não".

Solitária realeza. Travessuras marotasOnde histórias criam vida. Descubra agora