Capítulo 30

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- Como assim, Snape? Eu entendo, mas... – Sentando-se na mesa da biblioteca, controlava a voz, temendo incomodar os demais ali presente. – É cruel.

- Não é cruel. É necessário.

- Então admite? – Dando um pequeno muro sobre o livro fechado a sua frente, não tinha o direito de estar zangado, mas estava.

- Sim. – Sem interromper a leitura, colocava outro ingrediente no caldeirão, voltando os olhos para as letras garrafais. – Não podemos ficar juntos. – Espreitando os olhos descrentes buscando argumentar, continuou. – Ele só colocou um curativo sobre uma enorme ferida aberta. E agora devo puxar? Ele cicatrizou e se tornou parte de mim. É dolorido dormir e magoá-lo, mas não posso tirá-lo

- Snape você...

- Desculpa. – Por que se explicava quando nem mesmo compreendia? Massageando o cenho, estava cansado de tantas coisas. Fitando o atento rapaz, continuou com a voz embargada pela tristeza. - James não tem ideia sobre como me machucou, Lupin. Não podemos fingir que nada aconteceu. Pois aconteceu. E você é bem consciente sobre isto.

- Mas,

- Não daria certo... Além disto, Lily gosta dele.

- Confie em mim, Severus. James gosta de você. Ele só a iludiu...

O inexpressivo rosto apenas finalizou sem emoção.

- Que agora arque com as consequências desta mentira. Talvez, assim se torne mais responsável.

Segurando-o pelo braço ao levantar, Remus arriscou uma última vez:

- Pelo menos... As lembranças. Tantas coisas ruins acontecendo... Não será cruel para os dois se...

- Fracamente, lembranças nem sempre precisam ser reais. Agora, poderia me soltar? Preciso voltar para a aula. 

Solitária realeza. Travessuras marotasOnde histórias criam vida. Descubra agora