Chapter III

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Pelas ruas largas e de arquitetura antiga da cidade de Bolonha, ainda na Itália, Jungkook caminhava por entre os pontos históricos do lugar. Já havia passado pela Basílica de São Petrônio, na Torre Asinelli e em todos os outros lugares que pareciam ter algum vestígio da existência de vampiros. E mesmo que Taehyung pedisse para que o jovem caçador não ignorasse o fato de estar sempre sendo levado para alguma armadilha, Jungkook não dava atenção. E o que mais o chateava era o fato de que, entre uma caçada e outra, ele conseguia poucas informações de onde estaria a espada roubada de seu pai. Jungkook queria aquele item de uma forma ou de outra. Não confiava que poderia usar Taehyung pra sempre. E também queria ter mais poder.

Já Taehyung, apreciava as decorações antigas daquela cidade com um sorriso bobo no rosto. Ele muito podia se lembrar de algumas coisas dali.

Como passou a maior parte de sua vida no templo de Tejas, Taehyung pouco conheceu do mundo, mas em algumas de suas visitas a locais sagrados, pôde ter a oportunidade de passear por algumas cidades. E todas as vezes que começava a contar suas histórias de mais de quatrocentos anos de vida, Jungkook faltava bater nele. Entretanto, naquele momento o silêncio reinava entre os dois e um terceiro que vinha mais atrás. Taehyung alternava o olhar do caçador para o mercenário e aquilo já estava incomodando Jungkook.

— Ele não vai sair do nosso pé? — Jungkook olhou pra trás, encarando a expressão fechada de J-Hope.

— Pelo jeito, nem a nossa fuga de madrugada daquela pousada resolveu. — O semideus voltava a observar as construções antigas, lembrando que viu algumas delas em seus anos iniciais de obras.

— Ele nos segue de idiota. Sabe que não temos e nunca teremos o que ele quer.

— Mas não parece que ele vai querer desistir fácil da gente.

— A minha vontade é de cortar fora a cabeça dele.

— Jungkook! — O semideus o repreendeu.

— Ele não vai durar muito tempo. Logo, logo vai perceber que ficar conosco só causará prejuízos ao seu trabalho. Esse tipo de gente não consegue ficar muito tempo sem dinheiro.

— Hmm... — Taehyung parou de caminhar e esperou que J-Hope se aproximasse, ganhando um olhar de reprovação de Jungkook e um desconfiado do mercenário.

— O que foi? — J-Hope perguntou arisco, já tocando nas espadas.

— Nada. Só queria saber se está tudo bem com você.

— Ora, não me venha com truques. — J-Hope passou direto pelo semideus, sendo acompanhando por este.

— Que truques? Você também é todo desconfiado igual aquele ali?

— Pra tipos como nós, a confiança nas pessoas é algo que não existe.

— E vocês continuam a me tratar como se fosse um de vocês. — Taehyung sorriu, ganhando mais um olhar estreito do mercenário. — Tudo bem que haja desconfiança entre vocês humanos, mas os deuses são seres honestos. Existiram pessoas que me contaram segredos séculos atrás e que nem sob tortura eu os revelaria. Os semideuses são ensinados durante toda a vida a não mentir e a não enganar.

— Que asneira. Quantas histórias já ouvi que dizem que os deuses escondem segredos dos humanos.

— Que histórias?

— Várias.

— Hmm... E que tipos de segredos seriam estes?

— Ah... Bom... Vai me dizer que não existem segredos entre os deuses que a humanidade não sabe?

Castelo de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora