A jovem rainha continuava a olhar para o semideus que chorava sentado no chão. Ela se aproximou novamente e tocou em seus braços, querendo que Taehyung parasse de esconder o rosto e falasse consigo.
— Senhor V... Por favor não chore...
Taehyung apertava o rosto e só queria sumir por um momento, tudo pesava demais em sua cabeça, assim como em seu coração. Ele estava confuso e só queria entender o motivo de seu envolvimento com Hoseok doer tanto.
E enquanto chorava sozinho, sem dar atenção a Victória que tentava consolá-lo, Edel entrou em seu quarto e o abraçou no mesmo instante. Ver seu garoto daquele jeito a fazia querer mover o mundo para não deixar que Taehyung sofresse.
— O que aconteceu? — Perguntou para Victória que estava abaixada ao lado do semideus.
— Eu não sei bem, mas ele disse que... o Sir Hope está vivo.
— Hoseok? — Edel lembrava vagamente da imagem do mercenário. Depois que fugiram de Windsor, Victória havia contado muitas histórias sobre aquele que era tido como protetor de Taehyung. E ela sabia o quanto ele tinha sido importante para aqueles dois ali. — Como assim ele está vivo?
— Eu não sei, mas... — Victória voltou a encarar Taehyung que ia parando de chorar. — Aconteceu algo, o senhor V não estaria tão abalado assim se não fosse nada.
— O Jungkook... — Taehyung começou a falar baixinho. Não queria dar muitas explicações, mas precisava informar as duas sobre o que estava acontecendo. — O Jungkook está aqui.
— O bonitão? — Edel se afastou um pouco. — Onde ele esteve esse tempo todo?
— Ele voltou com o Sir Hope? Eles estão bem? — Victória levantou animada. — Estão aqui no templo?
Taehyung não queria ter que responder aquilo. Não tinha coragem em contar que Hoseok era um vampiro e muito menos dizer que Jimin estava junto deles. Edel podia entender cada um de seus olhares perdidos e por isso, começou a desconfiar de algo.
— Victória... está tarde, amanhã falamos sobre isso. — Edel tentou afastar a garota que estava agitada.
— O quê? De jeito nenhum! Eu quero ver o Sir Hope e o senhor Jungkook.
— Minha querida, se eles não apareceram pra gente foi porque tiveram alguma razão. E o V também não estaria dessa forma se estivesse tudo bem, não acha?
— Ah... — Victória encarou o semideus que continuava de cabeça baixa. Ela lembrava bem do que ele tinha dito, minutos antes de Edel entrar ali, e por culpa disso, queria saber o que estava acontecendo. — Mas...
— Volta pro seu quarto e depois conversamos. — Edel insistiu. — Infelizmente, os reencontros com pessoas queridas não é muito motivo para se comemorar. Estamos em uma guerra silenciosa e provavelmente o Jungkook e Hoseok não vieram fazer visita.
— Mas eles... o Sir Hope está bem? — Victória não conseguia se aguentar. Ela entendia a situação em que estavam, mas seu coração apertava em querer saber alguma coisa sobre Hoseok.
— Victória, por favor. — Edel olhou torto para a garota, e Victória não teve escolha a não ser encerrar aquele assunto e ir para o quarto. Ela achava ruim ser humana e quase nunca poder participar das conversas dos seres divinos, mas não reclamaria. Tocou nas mãos de Taehyung e se despediu por aquela noite.
Assim que a garota saiu, Edel puxou Taehyung para deitar com a cabeça em seu colo como há muitos anos não fazia. Deixou que ele se acalmasse mais enquanto passava a mão em seus cabelos alaranjados lembrando de quando ele era uma criança humana. Naquela época, Taehyung costumava chorar muito, sempre tinha pesadelos com a morte da mãe e o sentimento de solidão o acompanhava. O semideus estava sempre sozinho pelos cantos do antigo templo de Tejas e achava que ninguém gostava dele. Edel e Amira tiveram que ir ganhando sua confiança aos poucos, provando ao garotinho que mais ninguém o abandonaria. E desde que ele começou o treinamento para se tornar um semideus que Edel nunca mais o tinha visto chorar daquela forma. Até porque, tais emoções eram proibidas aos semideuses.
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Castelo de Vidro
Fantasy[{CONCLUÍDA}] Quando sua caçada começou, Jungkook tinha em mente apenas uma meta: Derrotar o vampiro mais poderoso do mundo e vingar não só sua família como também toda uma humanidade que sofria há mais de seis mil anos sobre o domínio daquelas cria...