Chapter IV

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Pouco antes do sol nascer em Bolonha, Jungkook já estava de pé empunhando sua espada contra o que via pela frente, despejando suas angústias em tudo que partia em vários pedaços. Não havia conseguido dormir depois que Jimin o visitou durante a noite, e só de lembrar de seu rosto, a raiva o consumia mais ainda. Cortava os troncos de árvores não se importando com a deformidade da área florestal da cidade.

Depois de todas as coisas pelo qual passou, Jungkook achava injusto Jimin simplesmente aparecer em sua frente dizendo que o procurava. Agora o caçador tinha certeza de que o vampiro sempre esteve o observando. Decidindo o momento exato de seu encontro. Aquilo nunca foi uma caçada de verdade, e por isso Jungkook sentia sua cabeça doer de tanto pensar que sua luta era inútil. Sua família e amigos jamais seriam vingados.

Jungkook girava a espada e atacava as árvores com brutalidade, sentindo a temperatura do corpo subir e a pulsação acelerar. Seus ouvidos pareciam tampados e seus olhos queimavam em ódio. Jungkook queria destruir tudo à sua frente. Destruir Jimin e toda a corja de criaturas repugnantes que ele trouxe ao mundo. Queria se vingar, queria ser mais forte que o seu medo, mais forte que Jimin.

E quando a espada ficou presa em um dos troncos, Jungkook a largou e caiu de joelhos, começando a esmurrar o chão incontáveis vezes. A raiva deixava seus braços pesados e o sangue quente. A dor não era nada naquele momento. Ele esteve frente a frente com seu maior inimigo e não foi capaz de feri-lo uma única vez. Até mesmo o mercenário irritante que o seguia havia atravessado uma espada em Jimin.

A grama começou a ser tingida com seu sangue e Jungkook se segurava ao máximo para não deixar as lágrimas caírem. Não queria ser fraco naquele momento, não podia.

Mais ao longe, sentado em um dos troncos cortados pelo caçador, o semideus apenas via a cena sem nada fazer. Ele até queria se aproximar de Jungkook e confortá-lo de algum modo, mas como sabia que o outro sentia repulsa por qualquer contato seu, continuava quieto, enrolado em sua capa vermelha para se aquecer.

Embora estivessem em meados de Junho, no ínicio do verão na Europa, as manhãs ainda continuavam frias e o semideus detestava aquela temperatura. De algum modo seus selos sempre congelavam sozinhos quando o clima diminuía, obrigando-o a usar um pouco de seu poder para manter um calor agradável ao corpo. Até mesmo era possível ver um fraco vapor sair de Taehyung.

— Vai mesmo deixar ele acabar com os punhos?

Taehyung virou rapidamente para trás pronto para atacar. Depois de selado, ele não conseguia mais sentir a presença dos humanos.

— Ei! Como chegou aqui? — perguntou um pouco nervoso, sentindo o coração acelerado atoa.

— Ora, e você ainda pergunta? — J-Hope sorriu, sentando-se ao lado do semideus. — A idade já está afetando seu cérebro, deus? Se esqueceu quem eu sou?

— Além de alguém egocêntrico? — Voltou a encarar Jungkook que já havia parado de socar o chão.

Hmm. Só se gabam aqueles que são bons.

— Ou os que necessitam de atenção.

O mercenário encarou o semideus de lado. Taehyung era rápido na língua e não parecia se importar em bater de frente consigo. Gostava daquilo.

— Diga o que quiser, vossa divindade.

Taehyung ficou em silêncio por um tempo, pensando se ia ou não ao encontro de Jungkook, ele estava quieto demais.

Ehi, por que você está fumaçando igual uma chaminé? — J-Hope perguntou, tirando o semideus de seus pensamentos.

E Taehyung o encarou sério pela comparação.

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