Chapter II

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Era noite na cidade de Milão, ainda na Itália. A arquitetura antiga daquela cidade enchia os olhos de qualquer pessoa, desde visitantes aos moradores que viviam ali há anos. Andar por suas ruas dava a impressão de estar dentro de renomadas pinturas. E entre todas as pessoas que circulavam pelas belas "pinturas" históricas, um homem de pouco mais de trinta anos andava apressado enquanto olhava discretamente para trás. Verificando se não havia ninguém o seguindo.

Fazia algum tempo que ele tinha chegado na cidade e naquela noite estava aproveitando a folga do trabalho para passear. E embora não gostasse de pisar em terras italianas, o homem teve que ir até Milão por culpa de seu atual chefe. Mas ele só queria sair dali o mais rápido possível.

O homem de cabelos curtos e negros apertou as mãos nas luvas que usava ao passar por alguns homens que estavam em frente a um bar bastante conhecido por suas brigas noturnas. Eles encararam aquele homem e estranharam o jeito que ele parecia querer esconder as mãos. J-Hope, como era seu codinome, apressou o passo mais uma vez e saiu daquela rua. Ele sempre ficava apreensivo quando estava naquele lugar. Qualquer um que olhasse muito tempo para si parecia suspeito, e J-Hope não estava a fim de arrumar problemas.

Apertou mais as mãos, sabendo que por debaixo de suas luvas estavam aquelas tatuagens que indicavam a qual família ele pertencia. Uma que não era do gosto dos italianos, ou do resto do mundo. E pensando ter despistados qualquer um que poderia estar o seguindo, J-Hope sorriu ao conseguir virar a rua tranquilamente. Porém, acabou dando de cara com indesejáveis conhecidos. Duas carruagens luxuosas pararam ao seu lado e por elas saíram alguns homens armados com mosquetes em seus belos trajes finos. J-Hope sabia de onde eles eram e principalmente o que queriam. E isso não era nada bom.

Non posso credere che sei venuto a morire. — Disse J-Hope em seu bom italiano. — Não acredito que vieram só pra morrer. — Colocou as mãos para dentro do grosso casaco que usava e segurou suas belas pistolas que estavam presas no coldre nas costas.

Non, mas se não tirar as mãos de dentro do casaco, quem morre é você.

J-Hope ouviu uma voz atrás de si, notando que havia mais uns quatro homens ali fora os oito a sua frente. J-Hope sabia que vinha irritando gente muito poderosa, mas nunca pensou que armariam para cima de si daquela forma. Ele apenas tinha feito o seu trabalho, e independente do que fosse, não devia ser abordado daquela forma.

Va tutto bene... — disse, retirando as armas e as jogou no chão. Em seguida levantou as mãos já se rendendo. — Don Fellicci quer me ver, não é?

— Sabe que não é apenas isso que ele quer. — Disse um dos homens, forçando J-Hope a entrar em uma das carruagens.

E enquanto era vendado, J-Hope pensava no valor que deveria cobrar ao seu chefe por ter que trabalhar mesmo em seu momento de folga. Pois não era nada fácil se meter com grandes mafiosos daquela forma.

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Dentro do escritório de um luxuoso casarão mais afastado da cidade, podia-se ouvir alguns dos gemidos de dor de J-Hope toda vez que um dos capangas de Don Fellicci o socava.

J-Hope era conhecido por todos os mafiosos, políticos, mulheres traídas e todos aqueles que gostariam de eliminar alguém seja lá por qual motivo fosse. Ele era um mercenário, um excelente por sinal. Porém, quem o tinha contratado no atual momento havia caçado briga com ninguém menos que Don Fellicci, um senhor conhecido por sua vasta ficha criminal por fraudes em bancos e comércio de narcóticos e armas. E por culpa desse contrato com J-Hope, Don Fellicci havia perdido grande parte de seu carregamento precioso quando tentou atravessar dois navios para a Ásia, lugar onde seu negócio começava a ganhar espaço.

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