Sentado na praia enquanto encarava o horizonte que ganhava várias cores pelos últimos raios de sol que tocavam o mar, Jungkook deixava os pensamentos irem longe. Especificamente nos anos que ele havia pisado no planeta como o deus Prithivi. Era bizarro saber como tudo o que estava sob sua visão havia sido criado, assim como era estranho sentir o movimento do oceano do outro lado do globo.
E por mais que se concentrasse no novo poder que tinha, Jungkook não deixava de observar o céu e em meio a tantos tons avermelhados, pensava em Taehyung.
Uma vez o semideus o disse que o pôr do sol era o momento onde o elemento Tejas tinha o seu ápice do dia. Era o melhor horário para as orações e meditações. Todos os semideuses de Tejas recebiam o Tattwa em um pôr do sol. E por mais que todos os Tattwas fossem de grande importância ao planeta, Tejas sempre se mostrou soberano no fim dos dias. O Sol era o seu maior influente e depois de ter certeza que os deuses foram criados a partir dele, Jungkook conseguia entender o que o semideus tanto o falava e que ele sempre ignorou.
Jungkook passava os dedos pela areia da praia enquanto apertava os lábios por pensar em todos os momentos que simplesmente não deu ouvidos a Taehyung. O achava irritante com sua conversa longa, detestava quando ele abria a boca pra falar algo dos deuses e o repreendia todas as vezes que ele parecia empolgado com alguma coisa. Sua alegria, naqueles dois anos em que estiveram juntos, era machucar o semideus. Sempre que conseguia calar seu sorriso se sentia bem. E o pior era lembrar que nos dias seguintes as suas implicâncias, Taehyung estava sempre sorrindo e contando novas histórias. Ele nunca se deixou afetar por suas palavras amargas, e por mais que Jungkook pensasse que toda aquela boa áurea fosse por ser um divino, agora com as memórias de Prithivi ele sabia que na verdade, o semideus nunca esteve feliz de verdade. Era apenas uma atuação que Taehyung nem mesmo se dava conta.
E pensar nisso feria Jungkook.
— Meu senhor? — Donkor se aproximou devagar e podia sentir pelas vibrações naquelas areias que Jungkook estava com pensamentos nublados. — Novamente deixando que sua mente pese?
Jungkook deixou os ombros relaxarem. Nem mesmo percebeu que os tensiona daquela forma.
— Eu sei que o luto é algo que parece eterno, mas Taehyung com certeza gostaria que você se dedicasse ao seu treinamento.
— Donkor... Eu já disse para me chamar pelo meu nome. Segundo, estou fazendo o que posso e terceiro... Por que o chamou de Taehyung?
O semideus colocou as mãos pra trás e caminhou um pouco em direção as águas que estavam calmas naquele início de noite.
— Tentarei não chamá-lo mais assim, Jungkook. E quanto ao Taehyung... — repetiu aquele nome com ênfase. — No momento que ele deixa este mundo, volta para o reino dos espíritos e começa todo o processo para sua elevação e reencarnação. Ele voltou a ser um mortal. Acho que podemos chamá-lo por seu nome de humano. Ou o meu raciocínio foi equivocado?
— Hmm... Acho que é válido sim.
— Depois de tudo o que o senhor... que sua vida passada me ensinou, achei que seria interessante começar a usar isso sempre que um semideus falecer. E não continuarmos a tratá-los como superiores como os deuses queriam que fizéssemos.
— É... a criação dos semideuses foi um erro. Ainda mais da forma como foram doutrinados... — Jungkook encarou as próprias mãos e fechou os olhos para voltar a se concentrar em sua meditação diária. Haviam se passado cinco dias desde a destruição de Bora Bora. E agora, o ex-caçador de vampiros precisava conhecer melhor seu novo corpo. Saber sobre sua força, magia e habilidade. Precisava ter todo o domínio sobre Apas, porém, direto se distraia com seus pensamentos. — Mas... você sabe o porquê dele ter se chamado V? — Ainda de olhos fechados, Jungkook fez aquela pergunta ao semideus que pensou por um momento antes de respondê-lo.

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Castelo de Vidro
Fantasy[{CONCLUÍDA}] Quando sua caçada começou, Jungkook tinha em mente apenas uma meta: Derrotar o vampiro mais poderoso do mundo e vingar não só sua família como também toda uma humanidade que sofria há mais de seis mil anos sobre o domínio daquelas cria...