Castelo de Vidro

Chapter XI

Uma onda de água cristalina percorreu alguns quilômetros até chegar em uma região bem mais afastada da praia da Costa Esmeralda, na ilha da Sardenha que pertencia a Itália. As águas foram se acalmando até revelar os dois globos de gelo e um dos semideuses de Apas.

Taehyung foi o primeiro a quebrar aquela proteção gelada e caiu de joelhos no chão tentando recuperar o fôlego e as forças por passar um bom tempo rodeado de água e gelo.

— Ei! Está tudo bem? — Jin perguntou já se aproximando de Taehyung para ajudá-lo a levantar.

— Oh! Obrigado. — O semideus de Tejas respirou mais aliviado voltando a ficar de pé. — Estou melhor, é só que o contato direto com Apas me deixa enfraquecido.

— É? Mesmo agora que entramos no ciclo de Tejas?

— Minha atual situação me deixa privado de algumas coisas. Inclusive de aumentar meu poder mesmo que esteja no ciclo de Tejas.

— Que tipo de situação é essa? — Dessa vez foi Ken que perguntou, se aproximando junto de Jungkook enquanto o mercenário permanecia afastado do pequeno grupo.

— Bom... — Taehyung abaixou o olhar, não queria ter que falar dos selos de Jungkook. — É complicado dizer.

— Hm... — Jin deu de ombros. — Se tem uma coisa que eu não entendo nada, é sobre os divinos de Tejas.

— Pessoal muito reservado e misterioso mesmo. — Ken falou.

— Mas enfim, espero que resolva esta situação logo, semideus de Tejas. Você vai precisar estar no cem por cento. Com esse novo período de transição para acontecer no planeta, é melhor estarmos todos preparados.

— Vai acontecer uma transição? — Taehyung ficou surpreso.

— Também não sentiu?

— Por falar em resolver situações... — Jungkook acabou cortando o assunto e se virou para o mercenário. — Acho que alguém aqui precisa abrir a boca sobre algumas coisas.

O caçador retirou o arco das costas e pegou uma flecha, apontando-a para J-Hope que o encarou sério. Jungkook sabia que o mercenário era bom de luta, mas ser ágil o suficiente para fugir de suas flechas ele não era.

— Eu avisei que esse mercenário devia vir conosco apenas para que dissesse o motivo de Akasha ter nos encontrado. Embora eu já tenha uma boa ideia... — estreitou o olhar para J-Hope. — Não é? Seu traidor?

— Traidor? Mas do que está falando? — Taehyung olhava para aqueles dois que apenas se entreolhavam.

— Eu não sei ao certo o que é, mas se Akasha apareceu foi por culpa desse daí. — Jungkook falou enquanto esticava mais o arco. E embora não costumasse levantar a mão para humanos, sua raiva era quem ditava suas ações no momento. Por culpa de J-Hope, Jimin e Akasha estavam na sua cola. Ele não perdoaria isso. — Esse mercenário tinha algum contrato com Akasha.

— Contrato? Como assim? J-Hope?

O mercenário apertou os lábios e tentou pensar em algo rápido pra responder. Detestava estar naquela posição de ter que entregar sobre seu trabalho, e mesmo que seu "empregador" não fosse alguém qualquer e as pessoas a sua frente também não eram. Por isso, dessa vez, mentir não seria uma de suas opções.

— Me desculpe Tae... V. — o mercenário começou a se explicar. — Mas isso foi antes de conhecê-los melhor.

— Você... — Só de ouvir aquelas palavras, Taehyung sentiu o chão sumir sob seus pés. — Você entregou a gente para Akasha?