Capítulo 6

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Achei aquilo tudo muito estranho, mas fiquei calada esperando. Depois de um tempo o preso voltou a falar comigo, muito educado e respeitoso, já não tentava me convencer que era ele que eu procurava. Pude ouvir qdo o Wlad voltou:

- Alô, Renata.
- Oi Wlad.
- Consegui falar com o cara, mas ele disse que não vai subir aqui não.
- Como assim?
- É que aqui tem vários andares, eu tô em cima e ele em baixo.

Eu não fazia ideia de como podia existir andares dentro de um presídio, mas a decepção foi enorme. O Neguinho que eu havia sonhado, não queria falar comigo.

- Olha, ele deu o número do celular dele. Ele mandou dois números e pediu pra você ligar depois das quatro e meia que ele te atende.

- Que pena. Eu tava tão ansiosa, mas vou anotar o número, mais tarde eu ligo.
- Não fica triste não. Esses caras são assim mesmo, ele cuida de várias coisas aqui dentro e por isso não pode falar com vc agora.
- Agradeço Wlad, fica com Deus e um abraço. Tchau.

Desliguei o telefone, olhei pra Luciana, ela apenas me olhava. Ficou do meu lado esse tempo todo apenas ouvindo tudo.
Fomos pra casa e o dia seguiu normalmente, levamos as crianças pra escola e não tocamos mais no assunto. Nesse dia não paramos para conversar, cada uma foi pra sua casa e mais tarde nos encontramos novamente, na hora de ir buscar. Depois que pegamos as crianças, na volta pra casa ela falou:

- Renata já é quatro e meia, você vai realmente ligar?

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