Herança.

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Zayn p.o.v:

Estava na faculdade quando soube que tinha um advogado me procurando, ele estava no escritório do reitor me esperando, saio da sala sob o olhar dos outros e vou até o escritório.

Quando chego lá ele me olha de cima a baixo e suspira, quem ele pensa que é?

Fico vendo o reitor sair da sala e nos deixar a sós, ele tira uns papeis de uma pasta e se senta logo indicando a cadeira a sua frente para mim me sentar, vou até a cadeira e fico olhando o mesmo, estava nervoso por um motivo desconhecido e ver aquele homem com o rosto fechado a minha frente não me facilitava em me acalmar.

Ele tirou todos os papeis da pasta e coloca a minha frente, faço uma breve careta por ver tantos papeis que não entendia nada, e ele revira os olhos, ele vai levar um tapa na fuça.

- Esses são os papeis de sua herança, senhor Malik.

Herança? Senhor? Olho para ele e pego os papeis na mão tentando entender algo, aquilo só podia ser um engano, ele falou meu sobrenome, mas talvez seja algum outro Malik perdido por aí.

Mas aí eu dou de cara com um papel que contem meu nome completo, minha idade, era uma ficha completa sobre mim.

Eu tinha uma herança, e não sabia, aonde ela estava nesses meus 18 anos que eu não sabia?

- Você terá que ir até sua casa, para falar com seus criados, eles precisam de um mestre, terá um tutor particular, saberá relações internacionais, línguas, comercio exterior e outras coisas para poder administrar sua casa em ordem. Então vamos?

Ele falou tudo muito rápido, eu não estava conseguindo acompanhar, ele entendeu a mão para mim e eu peguei, ele me colocou de pé e me guiou para fora da faculdade, não acreditava que tinha uma herança, eu estava indo ver minha casa.

- Espera! Eu nem te conheço, e se você me matar ou sei lá. – Falei e me afastei dele, os alunos estavam tudo em aula e eu era o único que estava fora da minha sala.

Não queria chamar atenção, mas aquele homem não ia me levar assim.

- Ligue para alguém, avise que está indo para esse endereço e me encontre no carro. Não temos o dia todo.

Ligar para alguém? Poderia falar com Ed, ele me conhecia bem, ligo para ele, explico a situação, digo para ele que se eu não ligar até a meia noite era para ele mandar a polícia para o endereço. Espero não morrer.

Quando cheguei na pequena cidade, vejo uma grande mansão, aquela era minha casa, o homem que me levou até lá não falou uma única palavra comigo ele simplesmente me evitou como se eu fosse uma doença contagiosa.

Ele sai do carro e quando eu saio do mesmo ele me olha com o olhar espantado, eu fiz algo de errado?

-Jovem mestre, entenda que aqui você será cuidado, não faça coisas desnecessárias. - Eu juro que não tinha entendido, ele vem até mim e fecha a porta segurando novamente minha mão com a ponta de seus dedos.

Eu estava me irritando e nem tinha entrado na casa ainda.

Quando entrei na mesma vi sua decoração vitoriana e me encantei pelos detalhes dourados na escadaria que dava para o andar superior, o pé direito alto e as janelas abertas deixavam o ambiente parecido com o dos contos de fadas.

Um homem alto de cabelos cacheados desce as escadas parecendo um príncipe, ele estava vestindo um terno com o brasão que eu tinha reconhecido dos papeis que li, era meu brasão, da família Malik.

Ele veio até mim e se curvou, sua voz rouca quando pronunciou as palavras saidas de sua boca quase me fizeram babar por ele.

-Bem vindo My Lord. -Lord, eu era um Lord e tinha um mordomo, será que seria ele que me mataria, normalmente é o mordomo que mata seu mestre. Mas eu não consegui nem ser mestre do meu cachorro que Ed pegou de mim por que aquele animal me odiava, o cachorro, o Ed gostava de mim.

Ele levantou seu rosto e seus olhos verdes se focaram em mim, me sentia nu devido a seu olhar que parecia ver minha alma.

-O-obrigada. -Eu tinha gaguejado, o que fez o homem a minha frente sorrir.

Aquele sorriso de covinhas que eu queria ver todos os dias de minha vida, seja meu mordomo por favor.

-Este é Harry, mordomo da família Malik, ele cuidará de você junto com os outros. -O homem que não gostou de mim falou e eu abri a boca para perguntar dos outros mas ele foi mais rápido que eu. -Vamos até a sala de reunião, você precisa assinar os papeis.

Eu o segui de cabeça baixa e vi Harry me seguindo de perto, quando ia pegar algo ou abrir alguma porta, Harry fazia antes e ele também puxou a cadeira para mim quando fui me sentar na mesa de reuniões de uma sala muito espaçosa, eu ia me sentar em uma cadeira comum, mas Harry puxou a cadeira grande e incrível que tinha na ponta, tinha que me acostumar com isso.

Quando o homem colocou os papeis perto de mim eu passei no mínimo uma hora lendo, eu li tudo e como estava na faculdade de administração, por que meu pai me obrigou, eu entendia um pouco do contrato, supostamente eu tinha ganhado uma herança do meu avô paterno, meu pai já me odeia sem motivo, obrigado vovô por dar um motivo para ele realmente me odiar agora.

Eu assinei os papeis e aquele homem sumiu da minha frente tão rápido quanto apareceu, ele saiu pela porta me deixando sozinho com Harry que ainda estava ao meu lado, quando fui me levantar, Harry puxou a cadeira e me deu a mão.

Seu aperto era forte e ele sempre sorria para mim, eu me sentia quentinho por dentro ao ver aquelas covinhas.

Ele me guiou até a sala de jantar aonde tinha alguns bolos e sucos na mesa, ele novamente puxou a cadeira para mim e além disso, ele me serviu.

-Obrigado Harry. -Digo a ele e vou pegar a colher da mesa para comer um pedaço do bolo, mas o mesmo chega antes, novamente, da onde vem tanta rapidez? Ele pega a colher tirando um pedaço do bolo e levando até a minha boca, o choque foi tanto que não tinha notado o que ele fez.

-Está gostoso My Lord? -Ele me pergunta e eu volto a mim, olhando raivoso para ele, o mesmo tinha um sorriso no rosto e segurava a colherzinha de maneira fofa, parecia que ia fazer aviãozinho para mim comer.

-Eu sei comer sozinho. -Digo e o mesmo chega mais perto de mim se agachando ao meu lado, seu rosto estava perto do meu e eu tranco a respiração.

-Yes, My Lord. Eu sei disso, mas é meu dever lhe servir, então seja um bom jovem mestre e abra a boca para comer. -Ele fala aquilo e leva a colher novamente a minha frente, ele faz carinho em meu cabelo e eu olho para ele, eu sou o mestre ali, eu que deveria de mandar, mas seu olhar, o jeito que ele estava me olhando, naquele momento eu notei que não mandava em nada, abri a boca e me deixei ser alimentado.

Harry me olhava como se me desse um aviso para obedece-lo, aquele olhar que te faz gelar a alma, ele tinha ficado sério de uma hora para outra, bipolaridade que se chama, eu acho, eu não queria ter assinado o contrato, mas logo que termino de comer e beber meu suco, que o mesmo também me deu, ele volta a sorrir e estende sua mão para mim, mas antes de eu pega-la alguém entra na sala.

Jovem Mestre (Zianourry)Onde histórias criam vida. Descubra agora