Travis reduziu a velocidade do carro e o estacionou de frente para um motel, cujo letreiro estava queimado, e eu só conseguia ler "E-em" de esquina com um bar beira de estrada.
— Você não tinha que me levar de volta para o Raymond? — questionei assim que contatei a realidade ao redor.
— Não dá para voltar. — Notificou, desligando o motor do carro. — A polícia ainda está por aí, procurando o assassino do Patrick.
Pensei a respeito, me lembrando do que acontecera no apartamento. Aquele homem tinha tentado me eliminar há dois anos. Por quê? Embora precisasse de resposta agora que começava a me lembrar aos poucos, não estava sob nenhuma condição falar a respeito disso com Travis. Não dava para confiar em ninguém, além do mais, Travis era o que mais me deixava com o pé atrás.
— Quem era aquele homem? — Indaguei, fixando o meu olhar no dele quando ele largou o volante.
— Como assim?
Ergui o meu olhar e encontrei uma expressão vazia em seu rosto.
— Esse Patrick Pallignton... que tipo de arquivo você tinha de passar para o computador dele?
Travis tinha que me dizer alguma coisa, era a única forma de conseguir saber mais a respeito disso. A ansiedade começou a fazer o meu estômago se revirar e a minha boca secar.
— O que aconteceu naquele apartamento não foi planejado. — Alegou em resposta. — Ele não podia ter morrido, o que fizemos lá foi praticamente dar um tiro no próprio pé.
Arqueei a sobrancelha pensando nas suas palavras.
— Que tipo de arquivo você passou para o computador dele? — Insisti firme em minha pergunta.
Travis exalou ruidosamente o ar dos pulmões e pareceu pensar bastante no que estava prestes a diz.
— Patrick é primo e guarda costas do Brandon Pallington. Raymond queria implantar informações no computador do Patrick para enfraquecer a segurança e tirá-lo de campo. Fica mais fácil se a equipe dele estiver uma bagunça.
Bufei uma risada incrédula.
Travis não tinha dito com todas as palavras, mas pelo visto, o Raymond estava tentando derrubar o Brandon. A pergunta era:
— Por quê? — Questionei encarando-o fixamente. — Qual o objetivo nisso?
Travis semicerrou o olhar, avaliando-me com cautela.
— O Raymond está tramando uma espécie de vingança mirabolante contra o Brandon. O negócio dele é montar um circo e ver tudo pegar fogo.
— E você, faz o serviço sujo... — soltei, balançando a cabeça de um lado para o outro com descrença.
Travis desviou o olhar, fixando-o em alguma coisa além do para-brisa. Observei a mandíbula tensa, sua glote se contraiu antes que ele pudesse falar algo.
— É bem mais complicado do que isso, mas pode-se dizer que sim.
Esperava que ele tomasse uma postura ofendida ou cortasse o assunto com alguma resposta brusca, mas dessa vez ele não fez.
— O que vai acontecer agora? — indaguei, preocupada.
— Eu vou comprar comida. — Alegou, virando o rosto para olhar para o bar. — Vamos!
— Eu achei que você tivesse me libertado. — Rebati, quando pareceu que ele ainda estava me vigiando.
— E você está minimamente presa? — Retorquiu, abrindo a porta.
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TOUGH - CONSPIRAÇÃO [Concluído]
AcciónLIVRO I | série CORAÇÕES CORROMPIDOS. E se você sentisse a morte te abraçar e ela sussurrasse no seu ouvido dizendo que ainda não é a sua hora? Se você perdesse tudo, e todas as suas memórias fossem fragmentadas até não existir absolutamente mais na...