9• "Ganchos e cintos"

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Luke continuava ali com um sorriso que só ele conseguia dar e pose totalmente relaxada. Eu não havia nem conseguido sair do lugar ou até mesmo tirar os olhos dele.

-O que faz aqui? Eu..-apontei para a porta um tanto assustada enquanto sussurrava, já correndo para a trancar.

-Digamos que seu irmão adora zoológicos.-Ele deu de ombros e então tudo fez sentindo. Luke havia conquistado o meu irmão.-Então você é fotógrafa?

-O que esse garotinho te falou?-Falei um tanto chocada mas sem deixar o bom humor de lado, soltando um riso fraco.

-Conversa de garotos, ok?-Ele se levantou e eu revirei os olhos levemente ao ver o sorriso que ele mantinha nos lábios.

Luke era um garoto extremamente bonito, algo nele chamava tanta atenção que quase era impossível não o olhar.

-Já fugiu pela varanda?-Ele abriu as portas de vidro e eu balancei a cabeça em negação, já pensando para onde correr.-Vamos Youngblood, se arrisca.

-Por que estou fazendo isso mesmo?-murmurei enquanto seguia para fora, sem me importar de pegar um casaco mas sendo surpreendida quando Luke colocou uma das minhas câmeras em minhas mãos.

-Vamos precisar, agora espera.-Ele passou suas longas pernas pela madeira sem dificuldade nenhuma e eu quis morrer ao pensar que teria que fazer aquilo. Eu era péssima em esportes, o máximo que eu sempre fiz foi algumas caminhadas.

Luke pulou para o outro lado sem qualquer problema e me olhou como se esperasse que eu fosse tão ousada como ele. O loiro fez um sinal para que eu me sentasse na madeira e eu franzi o nariz tentando conter as reclamações.

Se papai me visse agora eu teria um grande problema.

Fiz o mínimo de impulso e fechei meus olhos, esperando um baque vir contra meu corpo porém em segundos tudo que senti foi algo confortável e um perfume agradável e conhecido.

-Prontinho Hay, chegou do outro lado.

Abri apenas um dos meus olhos e nem notei quando um riso escapou por meus lábios e comecei a pular como Joshua fazia. Luke apenas ria da minha infantilidade enquanto suas mãos foram para minha cintura e ele me guiou para dentro do seu quarto.

Pela primeira vez não tive a mínima vontade de fugir daquele toque, e isso era bem mais assustador do que as minhas outras experiências.

-não imaginei que seu quarto fosse..assim.-Olhei para os poucos pôsteres de bandas de rock e alguns filmes assim como as fotos de amigos na parede. Era um bom quarto.

-Achou que era como?-Ele pareceu estranhar enquanto pegava a câmera e virava em direção a ele, fazendo caretas bobas que eu nem pensei em impedir.

-Ganchos e cintos.-Segurei a risada e pude ver seu semblante surpreendido, até eu estava.

-Hayden, o que se passa nessa sua cabeça em?-O garoto perguntou sem acreditar enquanto ria alto, batendo sobre sua cama para se sentar ao meu lado.

-eu não disse nada demais, hey.-O empurrei com uma mão porém nem fez efeito já que Luke era maior do que eu.

Aproveitamos o silêncio por longos minutos, deitados da forma mais estranha possível na cama de Luke enquanto nossos olhos estavam presos no teto. Até a porta abrir e nos fazer quase gritar de susto, com Luke quase me deixando cair da cama pelo impulso que seus longos braços deram.

-O que está rolando?-O garoto com cabelos escuros pergunta com um sorriso malicioso e mãos na cintura, uma pose claramente peculiar.

-Hayden esse é o meu amigo Calum.-Luke parece fazer sinais nervosos para o tal Calum mas ele só parece se divertir enquanto se aproxima e deixa um beijo em minhas mãos.

-Já ouvi muito sobre você, Hayden.

Tive que pressionar meus lábios para não rir ao ver o semblante chocado de Luke, como se o próprio amigo tivesse falado o maior pecado de todos.

-Tudo bem já estão apresentados então vamos descer.-O loiro se levanta da cama em um pulo e me ajuda a fazer o mesmo, deixando a câmera comigo enquanto eles me guiavam para baixo. Talvez uma espécie de porão ou garagem.

-Vão devagar.-Luke falou assim que entramos e o olhar das pessoas ali passaram para mim, me senti um pouco intimidada porém eu tinha que encarar.

E Luke estar ali me trazia uma paz boa. E eu ainda achava isso assustador.

Porém talvez acreditar no desconhecido seja melhor do que se manter no confortável.

Quando dei por mim os meninos já perguntavam milhões de coisas e eu fazia questão de responder cada uma, da minha forma mas sem os deixar desconfortável.

Então não consegui parar de desejar ter a mesma sorte que Crystal tinha de estar sempre ao meio desses garotos, eles eram incríveis tão naturalmente e eu não tinha dívidas que era questão de tempo para que eles virassem sensação no mundo.

Por que era isso que eles mereciam.

philocalist •lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora