Velocidade
O que ganhamos correndo?
Tempo? Não.
Correndo, perdemos tempo.
O tempo de demorar,
O tempo de admirar,
De cantarolar vagarosamente,
De sorrir com toda a alma e o coração.O tempo corrido
Nos tira a paz do silêncio,
Nos tira o pulsar calmo das veias.
Pulsar este que atordoa correndo,
E já não é mais o mesmo.O som do sangue que corre ao invés de pulsar
Incomoda, desconforta e só tende a acelerar.
Não tem a paz dos instantes.A calma traz o silêncio,
Que não é cortado pelos passos apressados,
Nem os espaços encurtados, nem os sons acelerados,
Os puxões, empurrões, discussões...
As vozes, os gritos, os sons tão mistos
Que não nos permitem ouvir nada.
(Só a confusão).Silêncios gritam sons que eu posso entender.
Dizem palavras que eu conheço,
E me contam novidades todo dia.
Cada dia, um novo som,
Que me passaria despercebido
Em meio a tanta correria.Eu escolho a calma.
A calma que pulsa, que vê,
Que anda e que sonha.
A calma que a velocidade
não pode me oferecer.Revisado em 25/05/2020
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Eternidade Intrínseca
PoetryA Eternidade mora dentro de cada um de nós e é parte da nossa essência mais íntima. Ela nos move em silêncio. De repente, da maneira mais sutil, revela-se: Num olhar, num gesto, numa atitude ou em forma de palavras. Se perceberes a Eternidade sussur...