Um tédio esmorecido em meu peito.
Estendendo-se por uma, duas semanas,
Três meses enfim.
Como um martelo,
Batendo incessantemente sobre meu corpo.
Pregos enferrujados da cor dos meus olhos me perfuram.
A pele seca, quase descascando,
A visão turva, esgotada e trêmula.
Na boca, um gosto amargo e seco
De exaustão.
Um grito contido pelo tempo,
Agora ácido, se derrete
E escorre pelas minhas pálpebras.
Eu silencio, horrorizada
Em que me tornei?
Como um velho saco de arroz,
Cheio de bigatos comendo o interior.
As bordas rasgadas, encostadas na parede suja
E no chão de terra árida.
O vento sopra poeira,
Meu cabelo está sujo.
E eu inerte, como uma mobília antiquada,
Roída por traças de meus próprios devaneios.
Ó tempo!
Ou me evapore,
Ou me consuma por inteiro!Revisada em 22/05/2020
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Eternidade Intrínseca
PoesiaA Eternidade mora dentro de cada um de nós e é parte da nossa essência mais íntima. Ela nos move em silêncio. De repente, da maneira mais sutil, revela-se: Num olhar, num gesto, numa atitude ou em forma de palavras. Se perceberes a Eternidade sussur...