Realidade

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Realidade

Não consigo respirar.
O ar é quase tóxico.
Me tire daqui...
Parece que eu vou morrer!
O que acontece se eu morrer?
Tenho sede,
Mas aqui só tem água do mar...
Salgada! Voa areia em meus olhos,
O sol me castiga e me pune.
Eu não aguento mais a existência.
Ela pesa em mim.
Minta para minhas células,
Diga pra elas que o corpo não dói,
Que está tudo bem.
Me anestesie, me inebrie
No falso conforto da euforia melancólica
que minha mente visita ocasionalmente.
Faça-me rir um riso terno,
Quase genuíno. E não deixe meu semblante desfalecer.
Devolva-me o brilho pacífico de meus olhos,
Não me deixe esmorecer.
Eu quero balões de festa,
Algodão doce e bichinhos de pelúcia.
Quero céus abertos e azuis,
Gatinhos correndo na grama.
Quero barulho de chuva,
Chão de madeira de bibliotecas,
O cheiro seco dos livros,
Minhas histórias de fantasia.
Eu só quero sair daqui...

Eternidade IntrínsecaOnde histórias criam vida. Descubra agora