Multiplaces

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Tenho estado perdida em minha própria consciência.
Tenho pensando demais, muitas coisas por vez.
Me sentindo em muitos lugares ao mesmo tempo,
Por dentro.
Estando sem estar,
Sentindo tudo
Com tanta intensidade
Ao ponto de torna-se
Insensível.
Talvez parada no tempo.
O pensamento como uma grande teia de informações.

Um mar de pensamentos
Oras nado, oras me afogo
E outras só fico submersa,
Mergulhado de um lado para o outro
Quem sabe até  boiando,
Suspensa e vagueando
Em ondas de sinapse.

Minha mente é uma casa
Cheia de portas, escadas, porões e bibliotecas.
Já nem sei como explicar.
Ora passeio pelos cômodos,
Ora espero no portão.
Gosto de regar as flores da varanda,
Mas às vezes me esqueço da parte de dentro.
Vou me esconder no jardim,
Esta é uma casa grande demais pra mim.
Tem muitos espaços incompreendidos,
Meus neurônios percorrem-nos perdidos
Sempre buscando resquícios de mim
lembretes, recados e afins.
Espiam os corredores, demorando,
Buscando traços da alma pelos cantos:
minha silhueta, meu nome ou destino
E meus sonhos perdidos na gavetas.

Revisado em 08/01/2020

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