Academia da Libertação Versática

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Tenho um problema com a rima,
Ela não quer rimar.
Se rima, o poema desatina, como lidar?
Abandonada minha métrica foi, sem graves sequelas
Entendo suas medidas, mas não me encaixo nelas.
Limitam meu verso, que se espreme pra caber
Nessa mísera contagem sibilada.
Coitado do verso gordo, do verso largo,
E do decassílabo magrelo.
Meu verso é livre,
Rasgado e aberto.
Ele é branco, azul, amarelo,
A cor que quiser, que tiver.
Pois poema não é jaula.
É tela limpa,
Grito no infinito.
Pode ser curto ou longo,
Lento ou rápido,
Direto ou cheio de paradoxos.
Pode ser como quiser,
Pois a escrita é refúgio.
Poetas refugiados fazem dela
O abrigo que quiserem.
Calmo, barulhento, alegre, rabugento.
Feio e doce, bonito e podre,
Ou o inverso.
Poema é abrigo temporário da alma,
E lar permanente do coração.

Revisado e readaptado em 22/07/2020

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