Hermit collects shells

27 1 0
                                    

Hermit collects shells
Alguém abriu a tampa da minha concha
(pra ver o que há lá dentro.)
Lá tem eu.
(Minha casa, meu mundo e minhas coisas.)

Quando fecham a concha,
Existo silenciosa e discretamente.
Estou quieta, não morta.
O que há aqui dentro que importa.

Eremita que sou, 
tenho casca dura. Mas delicada.
Casa fechada e bem elaborada,
descansa oculta na enseada.
Mente desenvolta e calada.

Concha, casca, casa.
Parece pesado carregar meu mundo nas costas,
mas ele é parte de meu corpo,
minhas paredes, janelas e portas.

(Sou lenta, mas estou me movendo.)
(Sou discreta, mas você me vendo.)
Pareço uma carcaça, mas estou vivendo.

Quieta, não morta.
Autêntica, não torta.
Esse casco muito suporta.
Vagarosa e cautelosamente, comporta meu mundo.

Pareço mera casca, absorta em minha mente tosca,
Mas apesar da carapaça fosca,
a pérola que carrego é que importa.

Eternidade IntrínsecaOnde histórias criam vida. Descubra agora