Elena se olhava no espelho forçando uma doce expressão feliz. Mesmo sendo de longe esse o sentimento que transbordava de seu corpo. Não por estar prestes a se casar com Lorde William Medgrove, mas por se casar com ele sabendo que não é algo significativo para ambos. Não que um bebê seja algo insignificante, mas, não é o único motivo para a realização de uma boa cerimônia e um belo e alegre casamento.
A garota soltou um suspiro ao ver seu corpo coberto por um lindo tecido de marfim, junto de um véu transparente, que estava em sua mão.
Ela iria se casar. Estava decidido, ela sabia disso desde quando chegara ao condato de Macclesfield.Era estranho para ela saber o porquê não se acostumou com a idéia. Talvez, pelo fato de William não está muito motivado a se casar ou talvez por ser um casamento totalmente forçado… Ou seria pelo simples fato de saber que William não sentia uma pontada de sentimento favorável em relação a ela?
Elena suspirou pesadamente, passou a delicada mão sobre o tecido de marfim da saia. Olhou seus olhos castanhos pelo espelho e passou o olhar pelo reflexo do seu corpo que ela notara, com total clareza, que estava mudando a cada dia. Repousou as mãos na barriga que gera um pequeno feto de três meses, e sorriu.
Um filho é sempre uma bênção. — Lembrou-se das palavras de sua mãe direcionada para ela quando tivera apenas quatro anos, e Isobel estava grávida de Phillipa.
— Um filho é sempre uma bênção. — Repetiu as palavras da mãe e sorriu.
— Acredito que sempre é...
Elena quase saltou de frente do espelho até a cama pelo susto que levou quando a rouca voz de William se apoderou do ambiente de uma forma inesperada.
— Céus... Macclesfield. — Sussurrou ela levando a mão até o coração, colocou o véu em cima da cama.
— Perdoe-me se a assustei. — ele se aproximou. — Me chame de William, Elena. Acredito já termos intimidade o suficiente para isso.
Elena o olhou, assentiu e respirou fundo. Estava definitivamente louca por concordar com aquele casamento apressado. Mas o que poderia fazer? Era o filho do Conde que estava em seu ventre. Teria que preservar sua honra e trazer para essa criança um lar e a, súbita, herança que ele herdará.
— Está formidável, William — Disse ela sorrindo, e levando uma das mãos a barriga, percebendo que ele a analisava dos pés à cabeça, o que a deixou desconfortável.
Quando ela levou a mão na barriga, ele a olhou fixamente. Aquilo tudo era real. Ele será pai... — Ele já tivera esse pensamento tantas vezes que já devia estar definitivamente acostumado com a idéia.
Ele fitou a barriga e uma curiosidade cresceu em sua mente:
— O bebê está chutando? — Perguntou ele de repente e Elena passou o polegar pelo pequeno volume da barriga.
— Ainda não...
— Quando chutará? – Perguntou ele se aproximando sem tirar os olhos da barriga.
— Logo... Espero. — Disse ela sorrindo.
William a olhou, assentiu a examinou e sorriu.
— E quando chutar... Eu posso...
— Mais é claro, William. – Disse ela, antes dele completar a frase e, sorrindo ao ver o rosto de William ficar ruborizado.
Céus, nunca imaginara que William Medgrove iria ruborizar em sua frente.
O olhou por alguns instantes, ele estava lindo trajado em um smoking cor de grafite, e um colete bege por baixo. Não que não o vira assim no casamento de sua irmã, mas, ele parecia tão lindo e responsável agora, o que de uma forma zombeteira a fez lembrar da noite que fizeram amor, pela primeira e única vez. Da forma que ele a tocou, e fez sentir total prazer... — Elena suspirou e maneou a cabeça reprimindo a onda de desejo que a inundou.
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O Herdeiro do Conde
Historical Fiction♧ Os Medgrove - Livro 1 ♧ A fama da família Redmoor, não são as das melhores. Por conta de suas irmãs, Elena também é apontada pela "reputação" de mulheres fáceis. Porém, Elena é apenas uma garota com idéias próprias e temperamento forte, e...