O Herdeiro do Conde

Capítulo XVIII

Quando Elena se levantou com dificuldade, William pode perceber o que estava acontecendo. O conde gelou. Poderiam estar em SUA casa agora, no conforto de SEU lar e logo chamariam o doutor Fretcher a qualquer momento, que ficava a poucos quilômetros de sua residência. William se amaldiçoou amargamente por ter levado Elena para as montanhas, quando estava ela quase no auge de sua gestação. William poderia ter muitas reações só que a primeira foi negação.

— Não pode ser... Ainda falta alguns meses para o nascimento do bebê!

— Eu sei, e realmente não me importo. O bebê está vindo agora!

— Não pode... — Antes de William terminar sua cena de negação Elena grudou a mão nos braços de William e apertou com força segurando um grito.

— William! — Chamou ela ofegante — É a primeira contração. Vou ter nosso filho e... Oh meu Deus! O bebê está nascendo e estamos sozinhos no meio das montanhas! — ela fechou os olhos e sussurrou tentando se acalmar: — No meio das montanhas!

William experimentou uma onda de pânico e desespero que nunca experimentara antes em toda sua  vida, quando a olhou e se convenceu que estava na hora.
Ainda desesperado pensou em coloca-la na carruagem e leva-la de volta para Macclesfield e chamar um médico para cuidar de sua mulher. Mas, com um gemido de dor vindo de Elena e a vendo segurar a barriga com uma das mãos enquanto a outra apertava seu braço, soube que ela não aguentaria chegar nem na porta — que a propósito era a apenas cinco passos de distância.

A levando cuidadosamente até o quarto mais próximo, mal percebendo que se pudesse Elena arrancaria seu braço fora, ele a deitou na cama e antes de sair correndo para fazer algo que nem ele sabe o que, William a olhou e percebeu que Elena precisava mais dele do que nunca precisava na vida. William reconheceu que a decepcionara muitas vezes, mas agora ela dependia dele. Isso o alegraria, se o momento não fosse tão delicado e, de certa forma, desesperador.

William a deitou na cama e a encostou em três traseiros e foi até a porta quando ouviu ela dizer:

— William, fique comigo... — Disse ela ao ver ele saindo do quarto.

— Fique quieta, aí... — William disse já saindo na porta e logo se ligou que no estado dela, certamente ela não sairia do lugar.

Chamando pela cozinheira e por duas empregadas que estavam na casa, seu coração bombeava freneticamente. Pegou duas toalhas que ficavam em um armário na sala e deu para uma empregada que estava atrás dele. Quando entrou no quarto novamente percebeu que ela suspirou ao vê-lo, mas logo dera  um gritinho, que William deduziu ser outra contração.

— Vai nascer... — Disse Elena olhando para Srta. Morgan, que estava arrumando tudo para fazer o parto.

Mais uma onda de pânico rondou William ao lembrar que deveriam ter alguém naquela casa que deveria pelo menos saber fazer um nascimento:

— Por acaso alguém aqui sabe fazer um parto?

Todas olharam para William — incrivelmente Elena —, como se estivessem fazendo a mesma pergunta para ele mentalmente. William achou que iria sucumbir ali mesmo. Olhou para Elena, percebeu que a boca estava trêmula e os olhos marejados.

— William... — Disse ela sentindo seu corpo mudando.  — Agora... É agora!

Por mais que William soubesse o que tinha que fazer, ele travou por um minuto completo e estacionou seu olhar em sua mulher e percebeu que nunca na vida lhe dissera o quanto a amava. Ele percebeu que teria que dizer isso, e ficou convicto que tinha que dizer!

Dispensando os pensamentos ao ouvir um grito de Elena, ele se aproximou dela gritando para que as empregadas trouxessem mais  toalhas e uma grande bacia com água.

Quando todas elas evaporaram do quarto. William se moveu bem a tempo de ver o topo da cabeça do bebê.

— Você está quase lá... — Disse ele trêmulo — Você está indo muito bem, sim?

Elena o olhou e percebeu que os cabelos negros de seu marido estavam tão molhados de suor quanto o dela. Percebeu que ele abriu um pouco mais suas pernas e apenas um maneo com a cabeça, Elena percebeu o que ele iria fazer.

— Sim... — Sussurrou ela, sentindo uma dor sem igual.

Ao ouvir um gemido de dor, o seu coração acelerou. Ele moveu-se como se não tivesse mais comando sobre o próprio corpo, como se fosse uma marionete.

— Faça força só mais uma vez, Elena... Você consegue, não?

— Eu não... Eu não sei!

— Claro que consegue, meu amor. Consegue, e tem que ser agora. — A boca de William estava seca enquanto ele estendia as palmas.

— William... — Gritou ela. — Eu acho que eu não consigo..

— Eu estou aqui... — William a acalmou — Você é a mulher mais forte e corajosa que eu conheço... Força minha querida... Força.

Elena emitiu um som profundo, muito, muito profundo. Como se tivesse gastado toda sua força e sua energia, mas isso foi o necessário para que William formasse um berço em miniatura com as palmas  e nela segurar seu bebê.

Após sentir em suas mãos aquela nova vida, tudo ficou silencioso, mesmo as empregadas correndo para lá e para cá, e até mesmo o som de sua respiração sumiu ao ouvir um choro vigoroso se romper no ar.

Antes de se levantar com a criança em seus braços, William aceitou uma toalha úmida da empregada sorridente e limpou a criança... Após rapidamente envolver a criança em uma concha nos braços, se levantou e foi até Elena.

— William... Está tudo bem? — A voz dela saiu tão baixa que foi quase inacreditável.

— Sim... É lindo. Aposto ter visto os olhos azuis iguais os meus.

A boca de Elena estava trêmula ao esboçar um sorriso, estava perplexa pela situação, mas aliviada ao ver William ao seu lado. Ele estava lá por ela, quando ela mais precisou dele.

— Lindo?

— Um herdeiro varão! — Disse ele colocando o bebê no peito de Elena que suspirou aliviada.

Passou as mãos trêmulas no topo da cabeça de seu filho e olhou para William que estava com os olhos azuis cheios de lágrimas e vidrados na criança em seus braços. Queria se agarrar aquele momento particular para sempre, queria que fosse sempre assim somente os três em um belo mundo. Mas uma angústia inundou seu peito:

E se William voltasse a ser um homem frio e distante novamente?

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Olá meus amores ❤
Espero que estejam bem. Peço que perdoem pela demora.
Está no fim do semestre e sabem como é não, é mesmo? Kkkk

Com esse breve comentário de desculpas pela demora ao postar o capítulo, venho informar que O Herdeiro do Conde, está chegando ao
🌟fim 🌟

Vou sentir muita falta de vocês, e espero que comentem bastante. Bjos e até a próxima meu amores ❤🥰