Capítulo XVII

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William olhava para Elena que estava no banco a sua frente com as mãos pousadas na barriga, apertando os lábios e cantando uma melodia qualquer. Enquanto aproveitava o tempo em que ela não estava olhando para ele ou tagarelando o quanto ela estava entediada, ou como se sentia enorme, mais feliz. Ele sorriu. Era tão estranho. Desde o princípio não queria se relacionar com as mulheres que passaram por sua vida, por que elas passavam simplesmente pelos seus lençóis e só! Não eram para a vida inteira. Nunca seria. Mas agora olhando para a barriga de sua mulher, sorriu e percebeu como a vida zombou sua cara de uma forma incrivelmente irritante.

A família de Elena tinha a fama de mulheres fáceis. Coisa que ele abominava. Não abominava mulheres fáceis, longe disso. Mas abominava a idéia de ter uma família inteira com tal reputação. Mas descobriu que todos os boatos de mexeriqueiros de Londres — que não são poucos —, são mentiras. Elena não era uma mulher fácil assim como diziam. Ela era até uma mulher relutante, com idéias próprias, mas tinha caráter. Por mais que tenha se entregado para ele depois de jogar champanhe em seu rosto e também discutir com ele o desafiando, ele descobrira o quão meiga e especial sua mulher poderia ser.

Ele direcionou a atenção de barriga para o rosto de Elena, que ainda permanecia de olhos fechados. Os lábios estavam apertados, mas estavam se movendo de um lado para o outro o que o fez sorrir. Como ela era encantadora, pensou ele de repente. O rosto estava livre de quaisquer maquiagem exagerada que as mulheres costumavam usar, e estava sem aqueles chapéus horrorosos que continham mais fitas do que costura, que ele nunca se lembrava o nome. Ela estava linda. Ela era linda. William por um momento franziu o cenho, ele nunca tinha visto uma mulher tão linda em sua vida quando a mãe do seu filho. Quanto sua mulher.

William suspirou. Céus como ele fora estúpido no começo. Dizia a si mesmo que Elena não era nada além da mãe do seu filho, mas logo descobriu que ela era bem mais que isso. Elena era a mulher de sua vida. William sorriu, mas logo franziu o cenho ao ver que ela se remexeu desconfortável apertando os olhos.

— A carruagem está balançando muito?

Finalmente ela abriu os olhos o olhando e logo lhe apresentando um sorriso, fazendo William, desnecessariamente, ruborizar.

— Não. Fique tranquilo.

– Você está bem? — insistiu ele.

— Oh, estou ótima. Finalmente sairei daquele tédio da residência dos Medgrove — zombou ela.

William sorriu quando ela riu.

— Realmente a residência dos Medgrove — ironizou ele sorrindo —, é tediante... Me lembre de contratar uma dama de companhia para você.

— Teríamos que ter feito isso há muito tempo, não? — Perguntou ela franzido o cenho. Então era isso que aquela revista de fofocas estava se referindo quando disse que "Damas sem damas de companhia, não eram verdadeiras damas". Patético!

— De fato. Damas da alta sociedade, precisam de Damas de companhia... Não é isso que dizem? — Disse ele sorrindo.

— Acho que sim. — ela retribuiu o sorriso.

Ele passou a olha-la de uma forma engraçada, determinou Elena. Tinha um sorriso nos lábios, os olhos azuis estava eletrizantes e tão brilhante que ela poderia dizer que estava mais azuis do que poderia imaginar.

— Que tal, Tristan? — Disse ele de repente.

— O quê? — Elena não entendeu de imediato. Mas logo se tocou e franziu o cenho ao lembrar que nunca sequer pensou em nomes para seu bebê. Maldição, isso teria poupado muito do seu tempo tedioso. — E Julian?

O Herdeiro do CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora