DEZESSEIS

106 17 10
                                    

Nota da autora: a musiquinha na mídia é opcional, mas escrevi ouvindo ela e o capítulo vai ser baseado nela.

Mirella pensou ficar a tarde inteira no hotel se lamentando. Mas viu que, se fizesse isso, perderia toda a chance de não ser atingida por aquele drama.

Então aproveitou que todos saíram, colocou um casaco e foi andar pelo sol escaldante, porém frio, de Brasília. Fazia anos que não pisava ali e não precisava mais ter medo de encontrá-lo. Afinal, Brasília era uma cidade grande, não?

Seu pai morava em Brasília juntamente com sua nova família. E, embora ela tenha cortado relações com ele por ter abandonado a família e ido morar com a amante e sua filha — que posteriormente ele adotaria como filha —, ela ainda foi atrás dele anos depois.

Porta na cara. Foi o que recebera de seu próprio pai.

Mas já faziam anos e ela não era mais aquela garotinha medrosa.

Aproveitou e foi conhecer toda a parte de Brasília que todos conhecem. Museu, catedral, ministérios, STF... era tudo igual. Brasília nunca mudava mesmo.

Almoçou em um shopping próximo ao hotel e ficou observando o lugar. As pessoas iam e vinham, cada um no seu mundo, com seus fones de ouvido, com seus rostos cansados, seus filhos baderneiros e até alguns estavam sozinhos. Cada um tendo seus próprios dramas. E ela no drama eterno do Robertinho.

{zac hanson}
Você deveria ter vindo, tem muito sanduíche aqui na rádio.

{mirella}
Hahaha, eu to no shopping, Zac. Tem muita comida por aqui também.

{zac hanson}
Aposto que não tem de graça.
Mas está no shopping? Pensei que ficaria o dia no hotel.

{mirella}
Estava querendo pegar um ar e fazer um pouco de turismo por aqui. É uma cidade que ninguém turista muito, mas estou me esforçando.

{zac hanson}
Algo que valha a pena conhecer?

{mirella}
Depende do que acha que vale a pena. Eu só saí porque não aguentaria passar o dia com meus pensamentos naquele quarto. Mas talvez a torre de TV.

{zac hanson}
Essa é a última entrevista do dia, que tal me levar lá quando chegar? Não vou aguentar meus próprios pensamentos também.

{mirella}
Acho uma boa ideia. Mas sem perguntas, ok?

{zac hanson}
Fechado.

Mirella riu. Zac realmente uma graça. Então relaxou. Parecia que falar com ele lhe trazia uma paz boa. E se agarrou naquilo.

Voltou ao hotel andando, como havia estado à tarde inteira e entrou pelos fundos já que a entrada ainda estava cheia de fãs. Ela entendia mesmo todas aquelas meninas.

A surpresa veio quando encontrou Walker no hall do hotel.

— Olá, menina! — Ele falou tirando os olhos do celular. — Resolveu ficar hoje?

FLOWER (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora