TRINTA E SEIS

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Dois anos depois
Milla's P.O.V

— Eu espero, Zac, que você tenha lembrado de entregar meu presente a Mary. — Falei irritada ao ouvir a voz sonolenta de Zac enquanto estava me alongando. — Qual é? Você ainda está dormindo?

— Hey! Ainda são sete da manhã aqui em Tulsa, ok? Aliás, o que você está fazendo acordada as cinco da manhã?

— Eu to saindo pra correr e aproveitar o verão daqui. E você não respondeu! E o presente da Mary?

— Eu ainda não entreguei, mas tenho certeza que ela vai se divertir muuuuuuuito com o seu livro. Você esquece que a Mary só tem cinco anos, Milla. — Ele falou fingindo que eu tinha retardo mental.

— Não seja idiota. Ela precisa começar a se interessar por leitura desde cedo.

— Certo, você queria só isso? Mais tarde eu passo na casa de Kate pra entregar o seu livro.

— Na verdade eu só queria te acordar mesmo. E perguntar que horas os bonitões vão chegar!

— Ah não, Milla... eu não estou mesmo acreditando que você fez isso comigo e não com o Mac!

— Eu fiz com ele sim. Ele tá puto comigo.

Começamos a rir no telefone.

— Chegamos cinco horas da tarde no horário da Califórnia. Vê se não se atrasa.

— E vê se levanta logo porque você se matriculou na academia e eu sei que não está indo.

— Quando tu começou com essa vibe de fitness eu sabia que ia sobrar pra mim.

— Zac, você sabia que mais da metade da população americana vai morrer de problemas decorrentes da obesidade?

— Lá vem você inventando esses dados de novo? — Ele falou rindo. — Você venceu. Eu vou fazer uma vitamina com whey agora e correr pra academia. Me convenceu.

— Não minta pra mim, Zacarias! Eu sei que você voltará a dormir!

— Me conhece muito bem. Vou nessa, love ya!

Desliguei o celular e comecei a correr ouvindo qualquer playlist de corrida do spotify. Eu estava mesmo focada em perder uns quilinhos antes do meu aniversário.

Já morava em Los Angeles havia dois anos. Já havia gravado meu EP — com a ajuda de Zac e Mac — e já estava cantando com uma banda em bares pela cidade. A diferença era que eu ganhava em dólares. E agora eu tinha um futuro promissor.

As fãs de Hanson me odiavam e me chamavam de oportunista. Embora ele sempre dissesse que eu não fui pivô de nada, elas acreditavam fielmente que eu havia destruído a família deles. Mas normalmente não tinha problemas mais com isso. Eu estava bem.

Não houve romance quando chegamos do Brasil. Na verdade não ficamos mais desde então. Não houve conversa e nem acordos. Percebi que ele estava em outra quando um dia, pouco tempo depois que chegamos ao L.A, em uma festa, ele ficou com uma moça na minha frente. Foi chato e um pouco doloroso já que eu gostava dele. Mas tive que superar já que a vida havia me dado outra chance.

FLOWER (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora