VINTE E CINCO

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Mirella olhou para o tempo enquanto dirigia em direção ao aeroporto. Estava péssimo. Conhecia bem aqueles ventos e temporais que a cidade recebia constantemente. Aquilo não era bom, muito provavelmente o aeroporto fecharia por causa do mau tempo.

Quando chegou no aeroporto, pôde constatar que estava certa. Inúmeros voos atrasados por causa do mau tempo e que haviam ido para aeroportos próximos como Marabá e até Manaus, trecho consideravelmente distante.

Olhou para o monitor de horários e viu que o avião de Zac estava esperando para pouso.

Estava nervosa, ansiosa e com todo tipo de ansiedade possível. Não esperava receber aquela ligação de Zac, muito menos que ele estaria disposto a, literalmente, cruzar o país para vê-la.

Na hora que recebeu a ligação, ainda estava com conversando com Diego. Nem ele mesmo acreditou naquilo. O restante da tarde foi uma loucura. Ela precisou arrumar todo o percurso apartamento para recebê-lo. Isso é, se ele resolvesse ficar mais de algumas noites.

Ela mesmo não sabia o que ele gostaria de conversar.  Estava muito nervosa e teve de se controlar.

Agora aquela chuva. Se eles tivessem muita sorte, talvez ela desse uma trégua para o avião descer, mas sabia que isso seria quase impossível.

Mas esperou, esperou por horas até que tudo melhorasse. Mas o seu avião havia mesmo ido para Manaus por medo de acabar o combustível.

Já perto da meia-noite, recebeu uma ligação:

Hey, mau tempo né? — Ele perguntou rindo.

— Parece que sim. — Ela falou rindo. — Ainda estou aqui no aeroporto.

Sério? Milla, pelo amor de Deus, vai pra casa. Não temos hora para sair daqui. Está tudo uma loucura e eu estou meio confuso.

— Mas e se seu voo sair logo quando eu tiver saído?

Eu tenho seu endereço. E seu número. Eu posso te ligar e não se preocupe, eu pego um táxi.

— Tem certeza?

Tenho. Agora vai pra casa descansar. Aviso quando for pegar o voo.

— Tudo bem. — Falou desanimada. — Cuidado e não se perca por aí, hein?

Não se preocupe.

Ainda à contragosto ela foi para o estacionamento, pagou e voltou pra casa no meio da tempestade. Era muita chuva, muita mesmo. Os pingos faziam barulhos estranhos no teto do carro.

Quando finalmente chegou em casa e em segurança, percebeu que tudo que mais queria era vê-lo e terminar o que havia começado no hotel antes dele cagar com tudo.

Riu daquilo. Jamais imaginaria que ele estaria a caminho de sua casa.

Obviamente demorou muito para dormir principalmente por causa da preocupação. E se ele se perdesse o voo? Se não achasse o seu portão de embarque? E se ele desistisse?

Eram tantos medos que não teve mesmo um sono tranquilo. E perto de cinco da manhã, pegou em um sono pesado acordando apenas horas depois com o sol no rosto e batidas na porta.

FLOWER (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora