QUARENTA E DOIS

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— Então, Mirella... — Mac coçava a cabeça um pouco com a cara de sem saber o que fazer. — Você e o Zac tiveram algum desentendimento ontem?

Estava saindo para ir ao estúdio quando encontrei Mac em minha porta.

— Porque está perguntando isso?

— É que... bem... ele foi pra Tulsa.

Tulsa? Ele foi pra Tulsa? — Perguntei incrédula. — No meio da gravação do CD?

Ele era mesmo um filho da mãe.

— Ele chegou ontem com muita raiva e imaginei que algo havia acontecido. Algo aconteceu?

— Seu irmão é louco, Mac. Tivemos uma discussão e ele vai pra Tulsa? Como a idade dele? Dez anos?

Peguei o celular e digitei o número dele, mas caiu na caixa postal.

Puta que pariu. — Falei em português mesmo. Estava com ódio daquilo.

— Vamos precisar dele pra gravação, o estúdio já foi reservado.

— Não, eu vou dar meu jeito. Eu toco algo de bateria e você também.

— Milla, isso aqui não é um show de improviso. É a gravação do seu CD.

— E quer que eu faça o quê? Seu irmão foi pra puta que pariu e ficamos aqui. Porra, eu também paguei esse estúdio.

Fomos para o estúdio mesmo sem saber o que fazer. Mac tentava me acalmar, mas tinha a impressão que se visse Zac em minha frente, eu o mataria.

O cara me beija e depois vai pra Tulsa. Ele precisava de um tratamento psicológico urgente.

— Milla, nós vamos precisar d rum baterista urgente.

— Eu posso tentar dar um jeito. — Peguei o celular a primeira pessoa que veio a mente foi o Yuri. Procurei seu número e liguei.

Milla? Tudo bem?

— Na verdade eu to enrascada. Você sabe tocar bateria?

Muito pouco. O que aconteceu?

Fiquei sabendo que Zac foi à Tulsa só agora de manhã e precisamos ao menos ensaiar par anão perder a hora no estúdio.

Cara... tem uma pessoa aqui com a gente que toca bateria. Mas dificilmente você vai querer que ele vá.

— Quem? — Perguntei curiosa. Se fosse o baterista da banda deles tava tudo certo.

— É seu ex.

— O Robertinho? — Perguntei verdadeiramente assustada. — O que ele está fazendo aqui?

Ele é amigo da galera e colou aqui...

— Por favor, não digam à ele que eu estou aqui.

Eita Milla... — Senti hesitação em sua voz. — Eu acho que já falaram.

Fechei meus olhos e tentei respirar fundo.

— Tudo bem, Yuri. Eu me viro aqui...

Não, não, Milla... não desliga. Eu não falei da... não falei da gente.

— Não há nada o que falar, há? E mesmo que houvesse, ele é um idiota que não tem nada a ver com minha vida.

— Eu sei... mas... você entende, não entende?

— Tudo bem, eu entendo. Eu tenho que ir, ok?

Conversamos depois?

Sabia que não iria mais querer falar com ele por causa disso. A mínima chance de conviver com as mesmas pessoas que Roberto convivia estava totalmente fora de questão. Então, com essa certeza, eu falei:

FLOWER (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora