QUARENTA

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O único dia que não gravávamos era no domingo. Então marquei com Yuri um almoço com seus amigos. Seria legal encontrar Sofia e Giorgi. Obviamente eles haviam alugado uma grande casa em Santa Monica onde todo final de semana bebiam até cair.

Eu estava a fim de beber com pessoas da minha nacionalidade, então não hesitei em aceitar o convite. E quando cheguei de manhã, logo no portão, pude ouvir música alta e gente pulando na piscina.

— Que maravilha que você veio! — Sofia me recebeu com beijos e abraços.

— Eu quem agradeço. Faz tempo que não falo a minha língua. — Falei rindo.

— Seu amigo... o Zac... ele não quis vir?

— Acho que ele não ia curtir já que só tem brasileiro.

Olhei ao redor e tinha gente na piscina, no som tocava forró e tinha gente sentado em tudo quanto era lugar.

Ela me levou para dentro da casa onde já ajudei a montar um pirex cheio de arroz e levei para a mesa de fora.

— Mirella? — Ouvi e olhei para trás e vi o Yuri com bermuda e camiseta. — Nossa, nem vi você chegando!

— Eu cheguei quase agora. Nem deu tempo de te avisar.

Nos abraçamos e nos encaramos um pouco depois.

— Tens horas pra voltar?

— Na verdade eu não queria chegar muito tarde em casa. Amanhã tenho gravação.

— Sem problemas, vamos aproveitar muito hoje.

Não entendi muito aquilo, mas seria bom aproveitar com o Yuri. Logo me enturmei com todos estava mesmo se sentindo em casa quando senti meu celular vibrando e li na tela:

— Hello, Zac!

Hey, Milla! Você tá a fim de almoçar em algum lugar hoje?

— Na verdade, Zac...

Você tá em casa? Eu estou ouvindo um barulho...

— Não, não... na verdade eu vim almoçar com o pessoal daquela banda brasileira, lembra?

Ah... eu pensei que você tivesse em casa.

— Não, não. Vou ficar por aqui até mais tarde, mas podemos sair qualquer coisa...

Não. Não se preocupe. Na verdade eu ia te chamar porque pensei que estivesse num tédio em casa.

— Tudo bem, até mais tarde.

Desliguei o celular e senti aquela sensação de novo que ele estava incomodado. Mas nem fazia sentido já que ele também tinha suas histórias com suas conquistas.

Aquilo havia me atingido de uma forma estranha. Eu não queria me sentir culpada por ter novos amigos, mas ainda assim, me sentia.

O restante do dia foi bastante agradável. Bonfim da tarde, eu e Yuri andamos pela praia. Conversávamos sobre muitas coisas. Ele era mesmo interessante, conhecia música como ninguém e também se interessava pelo que eu falava.

Quando a gente chegou no píer, sentamos na areia.

— Então, Mirella... se eu te beijasse aqui e agora... você teria problemas?

— Me beijar? — Perguntei surpresa? — Porque teria problemas?

— Não sei... você teria algo com aquele seu amigo?

— O Zac? Claro que não, ele é meu amigo. — Falei dando um riso nervoso. — Porque todo mundo acha isso?

— Não sei. Ele parece te proteger de todos e todas.

FLOWER (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora