VINTE E SEIS

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Zac se sentia um adolescente. Estava nervoso, seu estômago parecia lotado de borboletas e ainda assim, não conseguia largar os lábios de Mirella.

Eles estavam ali, ela encostada na pia e ele segurando forte sua cintura, sentindo seu gosto, o corpo quente, seu cheiro. Ele não queria larga-la. Não queria ter que discutir nada. Só queria tê-la.

Quando cortaram o beijo, Mirella o olhou nos fundos dos olhos.

— Eu ainda não sei o que eu sinto.

— Eu também não sei. — Ele sorriu e fechou os olhos. — Mas eu sei que eu quero você.

Ela sorriu timidamente.

— Eu... eu não me sinto bem estando aqui com você. Essa casa não é minha.

— Eu entendo. Eu também não me sinto bem aqui. Eu vou reservar alguma casa no AIRBNB.

— O que veio fazer aqui, Zac?

— Além de te beijar? — Ele falou baixinho com um sorriso de lado, charmoso e safado.

— Além de me beijar. — Ela riu envergonhada.

— Eu queria saber se você quer descobrir comigo o que eu sinto.

— Isso demora mais do que um ou dois dias.

— Eu sei disso. Eu não vou ficar muito tempo aqui. Mas quero aproveitar com você. Queria, por exemplo, levá-la para jantar essa noite.

— Ah, Zac... — Ela sorriu. Ele amava aquele sorriso contido dela. — Eu vou trabalhar à noite quase todos os dias.

— Você vai tocar e cantar?

— Sim. Preciso pagar as contas. Ainda mais agora que estou sozinha.

— Posso te acompanhar? Eu prometo ficar só observando você cantar.

— Não tem problema. Mas se você quiser conhecer a cidade...

Ele então a beijou novamente.

— Eu quero ficar com você. — Ele falou em um sussurro. — Ok?

— Tudo bem. — Ela sussurrou sem abrir os olhos. — Isso não é um sonho, né?

— Não. — Ele a beijou novamente. — Um sonho não seria tão bom.

Então aprofundou o beijo sem se importar onde estava. Mirella era deliciosamente viciante. Seu gosto era melhor do que imaginava. Ele realmente temia se viciar nela.

— Vamos sair daqui. — Ela falou sorrindo. — Não há muito o que fazer, mas qualquer lugar é melhor que ficar aqui.

— Tem algum lugar que seja legal pra conhecer?

— Temos a Praça da República. Ela é bem bonita. E é aqui perto.

— Vamos lá.

— Vou pegar minha bolsa.

Após fecharem a porta do apê, desceram as escadas e andaram pela calçada. O sol estava alto no céu, fazia um calor desgraçado. Mas estava satisfeito em andar lado a lado com ela mesmo que não falassem nada.

— Então, vai tocar hoje?

— Sim, na Estação das Docas. É um lugar lindo.

— O repertório?

— Música brasileira. Hoje você vai ouvir algumas e me dizer o que acha.

— Estou ansioso. — Ele falou animado. Estava mesmo ansioso.

FLOWER (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora