FLOWER (CONCLUÍDA)

TRINTA E DOIS

Mirella estava suada e sua respiração estava ofegante. Zac olhou para ela e viu um desespero em seu olhar.

— C-como assim?

— Zac... eu preciso saber o que você está fazendo aqui. Eu não... eu não vou saber lidar.

— Milla... Eu pensei que q gente tinha conversado.

— Se você quer entender o que sente por mim, eu acho melhor você ir embora.

— W-what?

— Essa é a minha vida. Zac! Minha cidade, meu lugar, minhas pessoas. Eu fui vaiada hoje porque as elas acham que você está traindo sua mulher comigo. Comigo, Zac. E eu sempre fui tão correta na minha vida.

— Elas estavam lá? — Ele perguntou surpreso. — Eu sinto muito...

— O problema não é só esse, Zachary. Eu achei que pudesse lidar com isso, com essa história de nos conhecermos melhor. Mas não dá. Eu preciso saber o que você sente por mim.

Ele ficou em silêncio. Sua cabeça estava entrando em parafuso. Uma parte dele queria dizer que já gostava dela e que queria continuar. Mas outra parte dizia que não deveria agir por impulso. Ele não daquela vez, não com ela.

— Milla... se eu dissesse qualquer coisa agora, eu estaria sendo irresponsável.

Ela então ficou olhando para ele. Parada, imóvel, sem nenhuma reação.

— Milla, olha pra mim. Você tá bem?

— Estou. — Ela fechou os olhos. — Foram muitas coisas que aconteceram esses dias. Eu acho melhor eu procurar outro lugar pra dormir.

— O quê? Porquê?

— Por que eu não sei lidar com isso. Com essa causalidade. Porque eu não poderei olhar para o Robertinho de novo se eu continuar com isso... Eu vou arrumar minhas coisas.

Ela caminhou alguns passos e Zac pegou em sua mão.

— Milla, por favor... não vai. Já está tarde. Você pode dormir no outro quarto, eu prometo não te incomodar. Amanhã a gente conversa sobre isso.

Como se ele não tivesse tido nada, ela foi ao outro quarto e se trancou. Lembrou de Robertinho, do que haviam vivido, daquela conversa, de como ele parecia abatido. Ele a amava. Ele realmente a amava. E ela não conseguia mais sentir a mesma coisa.

Zac ficou parado na sala sem saber o que fazer. Então aquilo era o fim? Ele voltaria para Tulsa e depois daquilo? Era lógico que algo estava acontecendo. Estava sem sabe o que fazer.

—

Mirella acordou ainda com a roupa do dia anterior. Havia dormido de qualquer jeito naquela noite. Levantou e se olhou no espelho: estava terrível.

Sentiu o cheiro de café e bacon sendo frito vindo de fora do quarto. Zac provavelmente estava fazendo o café. Mas aquilo ali lhe aterrorizava. E se ele descobrisse que não queria nada? Ou que ela não era suficiente para ele?

Ela odiava estar nessa posição. Era como se ele estivesse fazendo um teste drive e decidindo se ela era boa ou não. Mas sabia que estava sendo injusta. Ele só queria passar um tempo com ela. Um tempo íntimo.

Escovou os dentes e prendeu o cabelo. Saiu do quarto em silêncio e olhou pela porta da cozinha:

— Hey... — Ele dando um sorriso fraco. — Você está melhor?