Capítulo Três

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  Peguei um maçã e coloquei na boca, já estava completamente atrasada para a faculdade e ainda pegaria um ônibus. Passei pela sala e encontrei Noah descendo as escadas, ele me encarou como se não estivesse entendendo nada, já que eu corria pelo cômodo.
-O café da manhã já está servido. - avisei, recuperando o fôlego. - acho que preciso me exercitar mais, estou muito sedentária.
-Estou vendo. - respondeu, arqueando uma de suas sobrancelhas.
-Está atrasada? - perguntou a Sra. Patrícia, que estava sentada em um sofá no canto da sala, lendo uma revista.
-Sim.
-Noah pode te levar. - ela abaixou a revista e piscou pra mim.
-Não quero incomodar, vou de ônibus.
-Mãe, ela vai de ônibus e está tudo certo.
Noah passou por mim indo em direção a cozinha, mas logo parou com o chamado de sua mãe.
-Noah Martins, faça o que estou mandando.
  Ele suspirou fundo e virou-se, logo me fuzilou com os olhos. Ignorei seu olhar de ódio e sai andando em direção ao seu carro.
-Desde que se mudou pra cá, só me trouxe problemas. - reclamou.
-Problemas? - o encarei indignada.
-Não consigo ter um momento de paz.
-Paz? Então o príncipe deseja um momento de paz? - perguntei de forma irônica.
Ele me ignorou e entrou no carro. O encarei, ainda estava com a roupa que havia dormido, toda amassada, seu cabelo estava um pouco bagunçado, mas isso o deixava fofo. Meu Deus! Que pensamentos são esses? Noah é um ogro, nem um pouco fofo. O trajeto todo foi um completo silêncio, observava a paisagem pela janela do carro, quando meu celular vibrou.

  Como assim? Quem poderia está me observando dormir a noite? Comecei a tremer muito

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  Como assim? Quem poderia está me observando dormir a noite? Comecei a tremer muito.
-Ei, Lyla. - Noah colocou sua mão sob a minha. - o que está acontecendo?
-Nada.
-O que tem nesse celular? - ele tentou puxar o celular das minhas mãos, mas o guardei de volta na minha bolsa rapidamente.
-Já disse que não tem nada.
-Lyla, você está com uma expressão de assustada e suas mãos estão tremendo, qualquer pessoa sabe que isso não é normal.
-Pare o carro, por favor. - pedi.
-Não vou parar, você não está bem.
-Noah, pare o carro. - o encarei séria. -quero descer.
-Tudo bem, você quem manda.
Ele parou o carro bruscamente e desci.
-Obriga... - antes que pudesse terminar de agradecer, ele acelerou o carro.
  Fui andando em direção a faculdade, olhando para todos os lados para ver se tinha alguém me seguindo. Novamente meu celular vibrou.

  Antes que ele pudesse responder, bloqueei o número

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  Antes que ele pudesse responder, bloqueei o número. Coloquei meus fones no ouvido e continuei a caminhar em direção a faculdade, mas novamente meu celular vibrou.

 Coloquei meus fones no ouvido e continuei a caminhar em direção a faculdade, mas novamente meu celular vibrou

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  Comecei a olhar em volta outra vez, um garoto me encarou e sorriu.
-Ei! Você! - caminhei em sua direção nervosa. - está achando engraçado ficar brincando assim comigo? - puxei o celular de sua mão.
-Devolve meu celular sua doida.
  Olhei a tela do seu celular e estava aberto em um jogo, Candy Crush.
-Você só pode está brincando. - revirei todo o celular do garoto tentando encontrar algo, mas nada.
  Não é ele quem está me mandando essas mensagens, mas quem será?
-Vou chamar a polícia para você, sua maluca. - o garoto gritava.
-O que você está fazendo? - alguém puxou o celular de minhas mãos.
-ME DEVOLVE! - gritei.
-Não, esse celular não pertence a você. - Noah devolveu o celular ao garoto.
-Eu estava perto de descobrir, Noah seu idiota. - comecei a socar seu peito nervosa.
-Descobrir o que?
-A verdade.
-Que verdade, Lyla?
-Estou com medo.
  Depois de soca-lo muitas vezes, apoiei a cabeça em seu peito e comecei a chorar. Percebi que ele não sabia o que fazer, não me surpreende já que ele é tão frio.
-Não precisa ter medo, está segura agora. - ele hesitou por um tempo, mas depois começou a passar a mão em minha cabeça.
  Quando finalmente me acalmei, olhei as horas.
-Perdi a faculdade hoje. - abaixei a cabeça.
-Faltar uma vez não vai te matar.
-Sim, mas nunca gostei de faltar a nenhum de meus compromissos.
  Estávamos sentado em um banco da pracinha de frente para uma fonte, Noah me trouxe aqui para que pudesse respirar e me tranquilizar.
-Não sei o que está acontecendo em sua vida e vejo que não quer me contar. - Noah enfiou a mão no bolso de sua calça como se fosse pegar algo. - mas dizem que aquela fonte, se jogar uma moeda e desejar algo, seu desejo se realizará.
-Por que está falando isso agora? - perguntei confusa.
-Aqui está. - ele colocou uma moeda em minhas mãos. - jogue lá, feche os olhos e deseje que esse sofrimento acabe.
-Você realmente é o Noah? - comecei a rir, não esperava aquilo dele.
-Não consigo ver pessoas chorando na minha frente, não mais. - ele se levantou. - acredito que já fiz o suficiente, espero que esteja melhor.
Noah saiu caminhando, me deixando sozinha, o observei até sumir em meio as pessoas. Levantei e fui em direção a fonte, fechei os olhos, joguei a moeda desejando que tudo voltasse ao normal e que nada de ruim pudesse me acontecer. Algumas pessoas acreditam fielmente que seus desejos vão se realizar, também sou uma delas, mas se eu soubesse que tudo aquilo era apenas o começo de algo muito ruim, talvez nunca teria acreditado em desejos.

O Admirador SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora