Capítulo Dez

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Noah

Caminhava em direção a sala, mas parei quando escutei algumas vozes bastante familiar.
-Mirela, preciso voltar ao trabalho. - Lyla falou.
-Apenas um aviso. - o que a Mirela fazia aqui? - fique longe do Noah.
-Ele não é propriedade sua, Mirela. - sorri ao ouvir essa declaração.
-Isso é o que vamos ver. - Mirela veio caminhando para o corredor.
Puxei seu braço e a levei até o escritório da casa.
-O que está fazendo aqui? - perguntei.
-Oi, meu amor. - ela tentou me beijar, mas desviei. - vim tratar de negócios. - seu sorriso me assustava um pouco.
-Sobre?
-Nosso relacionamento.
-Mirela, já conversamos sobre isso... - suspirei cansado de ter que repetir a mesma coisa. - não vamos voltar.
-Calma, ainda nem ouviu o que tenho a dizer.
Sentou-se no sofá e cruzou suas longas pernas.
-Nossos pais são grandes parceiros. - começou a falar. - estão prestes a fechar um negócio.
-Não me intrometo nos negócios do meu pai. - estava em pé encarando Mirela com os braços cruzados, aquela conversa estava começando a me irritar.
-Você sabe o poder que tenho sob o meu papaizinho, né? - ela soltou uma pequena gargalhada. - E se eu falasse com ele para não fechar negócio com seu pai, posso alegar que me tratou mal. Quanto dinheiro o Sr. Martins perderia nisso?
-Fala logo o que você quer, Mirela. - falei irritado.
-Quero você, Noah. - passou a língua nos lábios. - quero que se afaste daquela esquisita da Lyla, se fizer isso, garanto que nossos pais fecharão o negócio sem nenhum problema.
-Você é maluca, garota.
-Estou ansiosa para a festa que sua mãe vai dar, serei sua acompanhante.
Ela depositou um beijo em meus lábios e se retirou do escritório. Mirela foi esperta dessa vez e conseguiu me colocar em suas mãos.

•••

Lyla estava arrumando a mesa para o almoço, as vezes a observava. Minha mãe começou a falar algo com ela, então a conversa começou a chamar minha atenção.
-Quero que seja a acompanhante do Noah na festa. - ferrou.
-Mãe! - levantei do sofá rapidamente.
-Pedi para você arrumar uma acompanhante, mas até agora nada, só fica lendo esse livro o dia todo e enrolando. - estou apenas tentando sumir desse mundo, lendo esse livro idiota. - então eu decidi arrumar uma para você e não tem ninguém melhor que a Lyla.
-Vou com a Mirela. - declarei tentando colocar um fim nisso.
-Mas a Lyla também é perfeita. - minha mãe sempre foi uma boa insistente, não desiste tão fácil. - Mirela é uma metida de cabeça oca.
-Mãe, para de se envolver na minha vida. - comecei a subir as escada irritado.
-A Lyla vai ser uma ótima acom... - interrompi.
-Ela sequer sabe pegar nas talheres direito, não passa de uma pobretona. - as palavras escapuliram da minha boca, era a forma mais fácil de acabar com aquilo tudo rápido.
Lyla parecia ter ficado bastante magoada, ela saiu correndo dali, queria ter ido atrás dela. Me perdoe, Lyla, não tive escolha.
-Você é idiota? - minha mãe parecia muito nervosa. - não foi essa educação que te dei, Noah.
-VOCÊ ACHA QUE QUERIA TER FEITO ISSO? - gritei nervoso.
Sua expressão mudou, ela viu que tinha algo de errado comigo, mas decidiu não perguntar, agradeci ela mentalmente por isso. Subi as escadas correndo para o meu quarto e me joguei na cama, pensando em como posso ficar livre das garras de Mirela.

Lyla

-Ei, garota! - Laura jogou um travesseiro na minha cara. - não adianta nada ficar nessa cama se lamentando.
Laura havia me ligado perguntando se íamos a festa da Dafne, mas quando escutou minha voz de choro, veio o mais rápido possível até minha casa, contei tudo que havia acontecido e claro ela estava tentando me animar.
-Tô cansada de ser tratada como a pobretona por todos. - abracei o travesseiro.
-Sabe o que você está precisando? - ela puxou meus braços, me levantando da cama. - um bom banho, uma festa e um garoto muito gato para te fazer companhia.
-Ou talvez uma boa noite de sono. - resmunguei.
-Não, senhora. - Laura me empurrava pro banheiro. - a festa já temos, o garoto muito gato também, só falta o banho.
-Quem é o garoto? - perguntei curiosa.
-Kevin.
Fiquei um pouco animada, quem sabe o Kevin poderia tirar essa minha tristeza e me fazer sorrir um pouco. Laura havia me entregado uma bela roupa, fico feliz por ela está sempre escolhendo a melhor roupa para me deixar bem arrumada e bonita.

-Boa noite, madames. - Kevin abriu a porta do carro nos cumprimentando.
A casa dos Parks era enorme, a festa estava sendo no Jardim, que também era muito grande e bonito. Havia um palco bem no centro do jardim e em cima dele estava a Dafne cantando, alguns garotos estavam no fundo tocando.
-Em todas as festa da Dafne, ela monta um palco para todos poderem cantar ou fazer alguma apresentação de dança, assim todos se divertem e ficam intertidos. - explicou Laura.
-Divertido. - comentei.
-Interessante. - Kevin sorria, como se estivesse planejando algo.
Começamos a andar pela festa, muitos estavam dançando com a música que estava sendo cantada pela Dafne e claro havia bebidas por todo lado. Laura apareceu com algumas doses de tequila.
-Está na hora dos shots. - ela estava bastante animada.
Ela entregou alguns na minha mão e outras nas mãos de Kevin.
-Eu não bebo. - ele tentou devolver as doses para a Laura.
-Então segura para gente, vamos beber eles também.
-Isso não vai dar certo. - ele balançava a cabeça de um lado para o outro.
-Eu topo! - sorri. Só queria esquecer um pouco o Noah e nada melhor que encher a cara na bebida, o que poderia dar errado?
Coloquei o sal na língua e logo bebi o shot de tequila, como sempre fiz uma careta, depois coloquei o limão na boca o chupando. Kevin me encarava durante todo o processo. No total viramos quatro shots. Estava começando a me animar.
Fomos para pista e dançava com a Laura.
-Temos um problema. - Laura apontou para o lado.
Avistei o Noah com um grupo de garotos.
-O que esse idiota está fazendo aqui? - cerrei os dentes.
-Aqueles devem ser amigos dele. - ela sorriu. - gatinhos.
Quando ele virou o rosto em nossa direção, me virei para o outro lado rapidamente. O álcool estava tomando conta do meu corpo, juntando com a raiva que estava dele, eu me tornei uma bomba prestes a explodir. Estava me preparando para ir em direção ao Noah e falar belas palavras em sua cara, mas Kevin segurou meu braço.
-Vamos cantar. - sorriu.
-Eu e você? - apontei para nós.
-Sim.
Ele me puxava em direção ao palco.
-Vou morrer de vergonha, Kevin. - me debatia.
-Acha que esqueci o quanto você canta bem? - piscou pra mim.
-Tudo bem. - parei bruscamente. - o que vamos cantar?
-É surpresa. - seu sorriso era de quem estava aprontando algo. - mas vamos passar muita vergonha.
-Acho que já tô ficando bêbada mesmo, então tudo bem, só espero que amanhã não me lembre de nada. - balancei os ombros.
Subimos no palco e todos nos encararam, meus olhos se encontraram com os do Noah, ele parecia bastante confuso. Kevin me entregou um microfone e ele tinha outro em suas mãos.
-Preparada? - perguntou no meu ouvido.
-Sim. - sorri nervosa.
Quando a música começou a tocar, reconheci na hora e comecei a rir, não acredito, como Kevin sabia que essa música era uma das minhas preferidas? Além de tudo eu amava o filme Grease, sabia cantar todas as músicas. Comecei a balançar meu corpo de um lado para o outro, em seguida lancei um beijo em direção ao Kevin.
-I got chills. - Kevin começou a cantar, sua voz era grossa e muito bonita. - They're multiplyin', and I'm losin' control. - Kevin tirou seu casaco e começou a roda-lo e rebolar. Não resisti, comecei a rir. - Cause the power you're supplyin', it's electrifyin'! - ele se jogou no chão ao meus pés. Tirei meu cigarro imaginário da boca e o joguei no chão esmagando-o, logo coloquei meu pé direito em seu peito o empurrando, Kevin se colocou em pé novamente.

-You better shape up, cause I need a man. - Coloquei o dedo indicador em seu peito, ele começou a caminhar para trás e eu o segui. - and my heart is set on you . - fiquei ao seu lado, ele colocou a mão em minha cintura e começamos a balançar nossas cinturas de um lado para o outro. Todos estavam gritando para nós, pareciam está gostando e bastante animados. - You better shape up, you better understand. - ficamos de frente um para o outro balançando nossos ombros, indo para frente e para trás. - to my heart I must be true.

-Nothing left, nothing left for me to do. - comecei a caminhar pelo palco e ele vinha atrás me seguindo.

Quando a música chegou ao fim, os gritos ficaram ainda maiores, alguns assobiavam.
-INCRÍVEL! - um garoto moreno alto apareceu no palco com outro microfone nas mãos. - nunca vi nada igual.
Encarei Kevin que estava ofegante, sorri para ele. Meus olhos depois rolaram para Noah que batia palmas, mas encarava Kevin sério.
-Isso foi maravilhoso. - falei descendo do palco ao lado de Kevin.
-Espero que a Laura tenha nos filmado. - sorriu.
-Também.
Voltamos para perto da Laura, que pulava de alegria e não parava de falar no quanto fomos incríveis lá em cima.
-Vamos continuar a nos divertir. - Laura me entregou outro copo com bebida. - A FESTA AINDA NÃO ACABOU! - gritou levantando o copo.

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