Capítulo Seis

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Abri os olhos lentamente e a claridade logo invadiu minha visão. Analisei tudo a minha volta, estava em um quarto que com certeza não era o meu.
-Você acordou. - Noah apareceu em minha frente.
-Onde estou? - tentei sentar na cama com cuidado, mas Noah rapidamente me ajudou.
-Meu quarto. - pensava que era proibido entrar aqui, mas ignorei esse detalhe.
-O que aconteceu? - apoei a cabeça entre minhas mãos na tentativa de aliviar um pouco a dor.
-Você acabou desmaiando quando viu o ataque que ocorreu na sua casa. - ele respirou fundo. - minha mãe achou melhor você ficar aqui até se sentir melhor e tudo ficar tranquilo, estamos tentando descobrir quem jogou aquelas pedras.
Decidi fingir que não sabia de nada, que nem imaginava quem poderia ter feito aquilo.
-Onde está meu celular? - olhei para a cômoda ao lado na esperança de ver ele lá.
-Depois de tudo, está preocupada com seu celular?
-Preciso mandar uma mensagem.
Noah saiu do quarto por alguns minutos e voltou com meu celular em uma de suas mãos, entregou-me revirando os olhos.
-Deveria se preocupar apenas em se recuperar.
-Estou me sentindo melhor. - sorri de lado, ele ficou me encarando por um tempo e se retirou do quarto.
Finalmente sozinha. Abri minha conversa com o Admirador Secreto e comecei a mandar algumas mensagens.

Fui completamente ignorada, não consigo entender o que se passa na cabeça dessa pessoa, sequer consigo compreender o que ele realmente deseja comigo

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Fui completamente ignorada, não consigo entender o que se passa na cabeça dessa pessoa, sequer consigo compreender o que ele realmente deseja comigo. Levantei da cama devagar, ainda sentia minha cabeça rodar um pouco.
-O que está fazendo? - Noah estava encostado na batente da porta.
-Preciso resolver alguns problemas. - caminhei com dificuldade até a porta.
-Garota, qual o seu problema? - ele me encarava com seus braços cruzados.
-Problema nenhum.
-Ótimo. - ele colocou as mãos no meu ombro e virou meu corpo em direção a cama. - volte para cama e deite-se. - meu corpo estava todo arrepiado por conta do seu toque.
Me virei novamente e analisei Noah dos pés a cabeça, a probabilidade de conseguir passar por ele era muito baixa, então apenas desisti e retornei para cama.
-Por que está sendo legal comigo? - arqueei as sobrancelhas.
-Minha mãe... - ele sentou em uma poltrona que havia no quarto. - você sabe, né?
Ele nem precisava terminar de explicar, sabia muito bem que a Sra. Patrícia deve ter o obrigado a ficar cuidando de mim. Ouvi passos fortes vindo do corredor, em seguida um vulto passou rápido pelo quarto e pulou na cama.
-Lyla. - Aninha deitou-se ao meu lado. - está melhor?
-Sim. - passei a mão pelo seus cabelos.
-Ana, não era pra ter entrado desse jeito, precisa ter mais cuidado com nossa paciente. - as palavras de Noah fez um sorriso brotar em meus lábios.
-Paciente? - aquilo estava ficando muito fofo.
-Eu sou a médica. - Ana declarou animada.
-Não. - Noah fechou a cara. - eu sou o Doutor Noah.
-E eu? - Ana abaixou a cabeça triste.
-Você pode ser a enfermeira Aninha. - tentei anima-la. Seus olhos me encaravam com um enorme brilho, parece que ela gostou da ideia.
-O que nossa paciente vai querer? - perguntou ela.
-Estou com um pouco de fome. - coloquei a mão em cima do meu estômago, ele estava começando a implorar por comida.
-Precisamos alimenta-la, Doutor Noah. - Ana o encarava séria.
Ela se retirou do quarto com o objetivo de buscar algo para que eu pudesse comer.
-Vou ajudar a Aninha. - Noah sorriu pra mim.
Aquela cena me deixou um pouco perdida, o sorriso dele é perfeito e confesso que se pudesse queria ver aquele sorriso todos os dias.

•••

Algumas semanas havia se passado, estava me sentindo muito melhor e finalmente estava de volta em casa. Depois daquele incidente a Sra. Patrícia pediu para que eu e minha mãe ficássemos em um dos quartos de hóspedes, até as janelas ficarem prontas.
-Lyla, me ajuda a voltar todas essas roupas pro lugar. - estávamos organizando nossas roupas de volta no guarda-roupa.
Nessas semanas na casa dos Martins consegui me aproximar mais deles, Noah me tratou muito bem, mas não fiquei criando expectativas como se ele tivesse mudado da noite para o dia, sei muito bem que sua mãe havia o obrigado a cuidar de mim. O Admirador Secreto também parou de me mandar mensagens, será que finalmente chegou ao fim? Ultimamente as coisas estavam voltando a ficar tranquilas.
-Olá. - Laura colocou apenas sua cabeça para dentro do quarto.
-Quem abriu para você? - perguntei curiosa.
-O segurança, tenho permissão pra entrar. - sim, agora havia seguranças na entrada da casa para evitar que entre desconhecidos novamente. - a Patrícia deixou claro para eles que sou sempre bem-vinda, adoro ela.
Quem não adorava a Patrícia? As vezes nem conseguia acreditar no quanto a patroa da minha mãe era tão generosa com a gente.
-Por que veio aqui? - continuei a organizar as roupas.
-Não posso mais visitar minha querida amiga? - ela passou o braço no meu ombro. - estava super preocupada com você.
-Para de ser mentirosa. - tirei seu braço do meu ombro. - nem veio me visitar. - fiz beicinho.
-Desculpa, estive ocupada na loja do meu pai. - o pai da Laura era dono de uma loja de roupas, por isso ela sempre andava bem vestida. - mas para compensar, preparei algo para você. - ela tinha um sorriso no rosto que me assustava.
-Não sei se gostei muito da idéia.
-Vamos sair para comer um hambúrguer e convidei o Kevin para nos fazer companhia.
-Você o quê? - estava um pouco chocada, mas vindo da Laura era de se esperar. - nem tenho intimidade com o garoto direito.
-Lyla, ele é gato, gentil, atencioso, gato, fofo, educado, gato... - interrompi ela.
-Quantas vezes vai repetir que ele é gato?
-Muitas se for preciso para que você entenda.
Laura me ajudou a terminar de organizar as roupas e me arrumei para sair. Kevin viria nos buscar de carro, meu coração estava um pouco acelerado, me sentia envergonhada por aquilo tudo.
-Tenta controlar a vermelhidão das suas bochechas. - Laura apontava para elas.
-Elas são assim. - coloquei a mão nelas.
-Sempre parecendo dois tomates? - um pequeno espelho surgiu em frente ao meu rosto.
Realmente elas estavam mais vermelhas que o normal. Eu estudei com o Kevin no fundamental, mas não tinha muita intimidade com ele ainda e do nada vamos sair juntos, isso me deixava completamente envergonhada, nem sabia como agir.
Ouvimos o barulho de buzina, levantei do sofá em um pulo. Quando avistei Kevin, ele estava mais bonito que a última vez na festa, parece que estava deixando sua barba crescer.
-Gostei do novo estilo. - apontei para a barba.
-Obrigada. - ele abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar.
  A viagem até a lanchonete foi tranquila, Laura conversava o tempo todo com o Kevin, queria entender de onde ela conseguia tirar tantos assuntos. Percebi que as vezes Kevin me observava enquanto dirigia e isso me deixava mais envergonhada ainda.
-Está tudo bem, Lyla? - Kevin estacionou o carro.
-Ela está um pouco tímida. - Laura respondeu na minha frente.
  Saímos do carro e andamos até a lanchonete, nos acomodamos em uma mesa qualquer.
-Todos vão querer hambúrguer? - Kevin folheava o cardápio.
-Claro. - confirmei.
-Então... fiquei sabendo que hoje vai ser tudo por sua conta, Kevin. - Laura levantava suas sobrancelhas pra cima e para baixo com um sorriso levado no rosto.
-Pode ser. - ele nos encarou por cima do cardápio e depois o abaixou exibindo seu sorriso. 
  Ficamos conversando enquanto aguardávamos os hambúrgueres, depois de um tempo comecei a me sentir mais tranquila em relação ao Kevin, ele estava conseguindo me deixar confortável e toda a vergonha estava começando a ir embora. Talvez não tenha sido uma má idéia ter aceitado sair essa noite, comecei a observar o Kevin e um sorriso surgiu em meus lábios, estava me sentindo feliz aqui.

O Admirador SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora