Chapter Five

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Quando meu coração começou a se acalmar do susto, eu abri a porta e fomos andando em direção à sala.


— Por que você acordou? — perguntei ao ruivinho sonolento mesmo já desconfiando do motivo.

— Eu tive um pesadelo... — ele respondeu abaixando a cabeça e coçando a nuca.

Acho que ele faz isso toda vez que fica constrangido.

— Tinha imaginado. — afirmei compressiva.

— E me conhecendo, sei que não vou conseguir voltar a dormir mesmo estando com sono. — ele disse parecendo chateado consigo. — Mas e você? Por que tá acordada? — ele completou depois de alguns segundos de silêncio.

— As vezes eu tenho dificuldades pra dormir. Têm noites que eu nem durmo, pra falar a verdade. — eu disse rindo por já estar acostumada com aquele tipo de situação.

— Isso não é muito saudável, mas vou deixar pra falar sobre isso depois. — ele falou de forma repreensiva. — E o que você faz quando isso acontece? — indagou.

— Geralmente eu só vejo algum filme ou série, ou jogo. Só tento não fazer barulho pra não acordar as empregadas e minha mãe e padrasto quando eles estão. — expliquei me encolhendo no sofá por conta do frio.

— Entendi. E já que mencionou... — ele parou no meio da frase para pegar uma manta que estava na poltrona e jogar sobre nós dois, diminuindo nossa distância. — Onde eles estão? Digo, sua mãe e seu padrasto? — questionou fazendo contato visual e me fazendo corar.

Ele tem olhos tão lindos.

— No momento acho que eles estão no Canadá. Meu padrasto é dono de uma empresa de cosméticos e como ela cresceu muito com a popularização dos cosméticos coreanos, ele anda abrindo várias sedes pelo mundo. E depois que eu e minha mãe viemos pra cá, ele colocou ela como vice-presidente, porque ela não queria ficar sem fazer nada. — contei e no decorrer da história pude ver seus olhos se abrindo em surpresa.

— Ele realmente tá cagando dinheiro. — concluiu me fazendo rir. — E como ele conheceu sua mãe? — ele parecia totalmente entretido no que eu dizia.

— Ele tava numa reunião com o pessoal que ia construir o prédio e minha mãe era a pessoa que estava cuidando dos gastos. Em resumo, ele acabou desenvolvendo interesse por ela e ela por ele e agora eu tô aqui. — disse sorrindo e abrindo os braços.

— Que bom que você tá aqui. - concordou com um sorriso e eu senti tudo dentro de mim esquentar.


Queria que tivesse sido como nos livros de romance e a gente tivesse se beijado depois disso.

Mas, infelizmente, não rolou nada mais do que conversa e o fato de termos ficados abraçados durante o filme que ele resolveu colocar.

Não que eu não esteja feliz com o que aconteceu. Eu tava quase fazendo soltando fogos de artifício, porque só de sentir seu calor e seu perfume, que não era nada muito forte, mas era, com certeza, viciante, eu me sentia calma.

E depois de quase duas horas, a pessoa que disse que não iria dormir, simplesmente, apagou. E eu continuei ali, acordada e pensando, até ver que faltavam 10 minutos para o despertador acordar os meninos.

Então me levantei, fechei o computador que tínhamos usado e fui acordar o Felix.


— Felix, já são 6 horas. A gente tem que ir pra escola. — falei em um tom baixo e calmo para não assustá-lo.

— Hmm... — ele fez alguns sons e soltou alguns murmúrios enquanto se remexia e espreguiçava. — Nossa, eu apaguei. — ele constatou bagunçando os cabelos e me fazendo rir.

— Pois é senhor "não consigo voltar a dormir". — eu disse engrossando a voz para zoar ele.

— Acho que consegui por estar nos seus braços. — ele respondeu a minha brincadeira com outra e me abraçou. — É muito bom abraçar você. — acrescentou me deixando sem graça.

— O que é isso que meus lindos olhinhos estão vendo? — perguntou Changbin descendo as escadas e sendo seguido pelos outros.

— Vocês fizeram o que eu acho que fizeram? — sugeriu Minho cobrindo um sorrisinho malicioso com as mãos.

— Meu fucking otp. — exclamou Jisung passando direto para a cozinha.

E durante as provocações, Felix continuou com o braço ao redor dos meus ombros e assim seguimos até a cozinha, onde o café já estava pronto.

— De onde saiu toda essa comida?! — perguntou Seungmin chocado com toda a variedade.

— As empregadas fizeram. — eu disse como se fosse óbvio.

— Só que eu não vi, nem ouvi ninguém. — argumentou Woojin.

— Elas são assim. Já tentei interagir, mas elas não falam muita coisa. — comentei dando de ombros por ter me acostumado com o silêncio e a invisibilidade das empregadas.

— OBRIGADO PELA COMIDA!! — Hyunjin berrou fazendo com que todos nós déssemos risada.

— Afinal de contas, por que vocês dormiram na sala e estavam se abraçando quando a gente chegou? — indagou Jeongin fazendo com que os outros soltassem murmúrios em concordância, porque eles não conseguiam falar, já que estavam com a boca cheia de comida.

E depois de resumirmos a situação, Chan se pronunciou pela primeira vez.

— E por que o abraço? — ele perguntou meio enrolado por não ter engolido totalmente, mas já estava colocando mais comida na boca.

— A tá. É que o Felix disse que era bom me abraçar. — tentei parecer tranquila com aquilo, mas na real ainda queria soltar uma risadinha boba.

— Depois quero testar então. — Hyunjin provocou enquanto levantava as sobrancelhas fingindo flertar comigo.

— Só se for agora, delícia. - respondi ao seu jogo e acabei rindo.

— Eita fogo no cu. — falou Jisung.

— Tudo ciúme de mim. O fato de sermos bff's não impede que a gente se pegue. — soltei piscando e rindo de novo, fazendo com que todos rissem menos Minho, que se engasgou com o café. Ou seja, consegui o que eu queria.


Assim que ele se recuperou, eu o encarei com um sorriso malicioso e ele me olhou parecendo assustado. Acho que vou acabar servindo de cupido hehe.

Nada mais aconteceu e nós nos arrumamos para ir para à escola.

No caminho todos ficaram conversando e dando risadas. E quando chegamos, o grupo se dividiu em dois e cada um seguiu para sua sala, mas não sem eu sussurrar discretamente para o Minho que eu queria falar com ele depois que eu saísse da detenção e obter um convite para ir à sua casa.

Mas assim que chegamos na sala de aula, tivemos uma surpresa não muito boa da professora de matemática.


— Bom dia, alunos. Hoje teremos uma prova surpresa. — a mulher, que deveria estar na casa dos quarenta, disse com um sorriso perverso em seu rosto.



















Até o próximo capítulo. Espero que estejam gostando e, principalmente, se divertindo com a história ♡

School Life - Lee FelixOnde histórias criam vida. Descubra agora