Capítulo 3

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-David Scott

    Acordei mais cedo do que de costume, ansioso para iniciar o dia que prometia ser longo e estressante. Fui ao banheiro, realizei minhas higienes e tomei banho. Em seguida vesti uma camisa social branca com um terno preto e sapatos pretos.
     Desci para o estacionamento do prédio e entrei em meu carro, um audi r8 preto. No caminho para a empresa, parei em uma cafeteria e tomei café da manhã. Logo segui para a empresa.
_Bom dia, Srta. Ellen.
_Bom dia, Sr.Sco..
_ Mande que o Sr. Evans venha até minha sala assim que chegar à empresa._interrompo._Avise ao Sr. Davies que venha também._peço ríspido.

_ Sim, Senhor._responde tirando o telefone do gancho rapidamente.
    Passada quase a manhã inteira trancado em meu escritório com Robert e Daniel, enfim chegamos a um acordo.
_ Vou preparar o contrato para o Sr. Evans assinar ainda esta tarde._Daniel fala.
_Faça isso._falo inexpressivo. Daniel se retira da sala, ficamos somente eu e o Sr. Evans.
_ A menina deverá ser entregue a mim amanhã mesmo._falo me levantando e indo até a janela do meu escritório._ Caso contrário não hesitarei em mandá-lo para a cadeia ou coisa pior._ informo. Observo a movimentação da rua enquanto espero sua resposta.
    Meu irmão e eu nunca recebemos mimos de nosso pai. Todavia, crescer sob a tutela de um homem frio e calculista, transformou-me em seu espelho. No entanto, Rosana Wilson, que fora nossa governanta, sempre esteve presente com seus afetos e mimos. Atualmente ela está na mansão Scott. A consideramos como uma mãe, pois encarnou este papel quando minha mãe faleceu no parto do meu irmão. Ela fez de Eric aquilo que não conseguiu comigo, um cara feliz e sonhador.
    A minha vida inteira eu quis provar para o meu pai que seria melhor que ele e consegui. E agora, quando me olho no espelho, vejo que me tornei tudo aquilo que desprezei em John Scott, um homem frio e calculista. Em nome da gloria e do poder passei por cima da moralidade, uma tradição da empresa. Conquistei um poder aquisitivo global, me submeti a acordos e investimentos imorais. Prejudiquei empresas e comprei quando estavam falidas ou prestes a falir.
_ O que fará com minha filha?_ pergunta Robert, me tirando de meus devaneios.
_Não é do seu interesse, Sr. Evans._ respondo esnobe. Me viro para ele, que me encara preocupado, e volto a me sentar em minha cadeira executiva. _ A perdeu no instante em que me roubou. É pouco para o que merece.
_ A menina está por chegar de um colégio interno, sofreu muito com a perda da mãe. Ainda nem completou 18 anos. _fala tentando me fazer sentir pena._ Por favor, não a machuque mais._diz em súplica.
_ Ela não poderia ter uma vida mais angustiante que a que o senhor a ofereceu e poderá oferecer._digo com escárnio. Ele abaixa a cabeça angustiado._Mas já que a menina ainda é de menor, lhe darei um prazo._falo chamando sua atenção._ No dia de seu aniversário, quando ela completar 18 anos..._falo pausadamente.
Verifico nas fichas que Daniel me passou sobre a família Evans, a data em que a menina completa a maioridade. _ daqui três semanas quero ela._concluo.
    Robert parece inconformado. Suas expressões são de agonia e desespero. Mas após segundos de silêncio se pronuncia.
_Tudo bem. Mas preciso saber o que irá fazer com minha filha?_pergunta.
_Não se preocupe. Eu não a machucarei, Sr.Evans._falo, encarando-o impaciente._Ela trabalhará para mim. Deixarei que escolha como._digo tentando encerrar o assunto.
    Suas expressões parecem se tranquilizar um pouco, mas ainda aparenta ter dúvidas. Talvez conheça demais minha família para estar com tanto medo. Nunca se importou com a filha, para que isso aconteça deve estar realmente muito preocupado.
    Apesar de me sensibilizar pela garota, já tinha planos para ela e não me deixaria comover pela história. Seu pai escolheu seu destino desde o princípio e ela está fardada a uma vida que não escolheu. Ele preferiu entrega-la ao ser preso e eu me contento com isso.

3 semanas e 1 dia depois...

-David Scott
    Era manhã, acordo cansado da noite anterior. Fiquei até tarde definindo orçamentos e outras aquisições para uma empresa que acabei de comprar. Não tenho mais tantas pessoas de confiança para resolver problemas de empresa que estou reerguendo. Eric quase não se interessa pelo ramo e é uma obrigação muito grande para ele trabalhar na diretoria da ETC. Ele sempre quis estudar para medicina, mas papai dizia que a medicina não dava tanto dinheiro e sempre o reprimia.
    Levantei mais tarde do que de costume e fui ao banheiro da minha suíte. Realizei minhas higienes e tomei um banho rápido. Me arrumei e adentrei ao meu closet, coloquei uma camisa social branca com um terno azul escuro e sapatos pretos. Escolhi uma gravata escura com detalhes em branco e encaixei ao redor da gola dando o nó. Organizei umas papeladas em minha pasta preta, segui para o estacionamento onde peguei o carro e fui para a empresa.
_Bom dia, Sr. Scott._ Ellen se levanta de sua mesa e vem em minha direção, assim que saio do elevador._ Trouxe um café para o Senhor. Já instalaram uma cafeteira nova no refeitório da empresa._ fala estendendo um copo com café na mão.
_ Ah sim, obrigada Srta. Ellen._ digo pegando o café de sua mão._ Cancele todas as reuniões e compromissos para esta tarde, pois não voltarei depois do almoço._falo enquanto ela se afasta, retornando para sua mesa.
_Pode deixar, Sr. Scott._responde. Me direciono até a porta da minha sala, abrindo-a.
_Ah, informe ao meu irmão que me ausentarei e resolva com ele qualquer pendência._digo antes de entrar em minha sala.
_Sim, senhor!_fala sorrindo._Já o avisarei._conclui sem tirar os olhos dos meus. Então ela se senta em sua cadeira, me dando maior visão de seu decote e o encaro por um segundo. Volto meu olhar para seus olhos e ela me encara com um sorriso sensual. Sorrio de canto e entro em minha sala, fechando a porta.
    Ellen sempre foi uma ótima secretária. Loira, bonita, sexy e muito competente. Sua sensualidade me rendeu muitos prazeres na mesa do meu escritório. Mas acabou se iludindo com um relacionamento entre nós e precisei colocar um ponto final. Não tenho vocação para me afeiçoar a uma única mulher, por isso sempre me contentei em ter varias. Sem ilusões românticas para me preocupar.

Meu ímpeto: Prazer (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora