Capítulo 32 (Fim da linha)

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-David Scott

_ Ela já foi?_pergunto para Stephanie ao entrar no bordel. Ela está acompanhada de mais três meninas. Estão todas sentadas em um dos sofás, perto da entrada.

_ Sim. Acabou de sair._ Pietra é quem responde. Pietra e Stephanie estão com os olhos cheios de lágrimas. As outras duas as confortam.

_ Ótimo!_ respondo.
Gostaria de tê-la visto de longe antes que fosse embora, mas talvez seja melhor assim.
    Pedi ao motorista que a levasse onde quisesse ir e em segurança. Dei a ele uma quantia em espécie para que entregasse a Alicia, pois ela precisaria de dinheiro. Precisava que ela ficasse bem. Liguei para seu pai e perdoei a dívida. Abri uma poupança para ela e a deixei muito bem financeiramente. Conversei com o banco e pedi que não fosse mencionado meu nome para que ela não recusasse. Talvez pense que sua mãe deixou-lhe dinheiro. É melhor assim.
    Não sei se ela voltaria a morar imediatamente com seu pai, pois obviamente deve estar muito magoada e com raiva pelo que descobriu. Mandei que o motorista me avisasse quando ela aparecesse ou deixasse notícias.
    Não me sentia em paz por não tê-la visto uma última vez. Por isso, decido ligar para o motorista.

_ Vou ligar para o Alberto pra saber notícias._falo. Elas me olham e assentem sorrindo.
Retiro meu celular do bolso e ligo para ele.
_ Senhor David?_ ele atende depois de alguns segundos.

_ Então? Onde estão? Ela está com você ainda?_ pergunto apreensivo.

_ Não, senhor. Acabei de deixá-la na casa de uma amiga do internato._ responde._ Disse que preferia não ver os familiares por enquanto._ conclui.

_ Tudo bem! Me manda a localização do lugar._ peço.

_ Sim, senhor. Assim que encerrar a ligação te mando._ responde tranquilamente.

_ Ok!_ concluo, encerrando a ligação.

_ Parece que ela decidiu ficar na casa de uma amiga do internato._ falo me aproximando das meninas.

_ Estranho!_ Pietra fala. Presto atenção em sua feição._ Ela havia dito que iria para a casa de Lydia, sua ex governanta._ conclui se levantando e parando em minha frente.

_ Deve ter mudado de ideia._ Stephanie fala se juntando a nós. Nos olhamos inquietos e meu celular toca, avisando que havia chegado uma mensagem.

_ É o Alberto._ falo olhando para a tela._ Me mandou a localização. Vou verificar isso._ falo saindo do bordel.
Sigo para o meu carro e ligo para um detetive muito amigo meu. Peço que ele investigue tudo sobre essa amiga da Alicia e verifique se ela está mesmo lá. Encerramos a ligação e ele confirma que me manterá informado.
Vou para o meu apartamento, sentindo uma dor angustiante dentro de mim. Mas decido ficar tranquilo. Devo estar comovido por tudo o que aconteceu ultimamente.
Tomo um banho e coloco uma roupa confortável. Deito na cama afogado por pensamentos e lembranças. Esse sentimento ruim de não saber onde ela está e se está bem me deixa maluco, mas ao mesmo tempo me lembro de todo o mal que a causei, principalmente, aquele que nem mesmo ela sabe que a causei. Minha cabeça dói só de pensar.
Quase quatro horas da manhã e não consigo dormir. Minha cabeça tá explodindo de dor. Me levanto da cama e vou até a cozinha. Pego um comprimido para dor de cabeça e tomo.
Inquieto, decido averiguar agora mesmo essa localização que o Alberto me mandou.
    Vou até o meu quarto, troco de roupa. Pego a chave do carro, minha carteira e desço pro estacionamento do hotel.
    A caminho do local, com o GPS ligado, entro na rodovia.
    Depois de algumas horas na estrada, faltavam poucos quilômetros para chegar ao destino. Então o GPS manda virar em uma estrada de terra. Começo a sentir uma aflição e preocupação imediatas. Paro na entrada da estrada, antes de continuar o percurso, e retiro uma arma de baixo do meu banco. Verifico se está carregada e coloco no banco ao lado, por precaução.
    Continuo seguindo pela localização, passando por algumas fazendas até que o GPS avisa que cheguei ao meu destino.
    Nervoso, bato no volante para descontar minha raiva.
_ COMO EU SOU IMBECIl!_vocifero.
Retiro meu celular do bolso e ligo para o Alberto. O telefone chama até cair na caixa de mensagens, então ligo novamente.
_ SEU MERDA! TO AQUI NA LOCALIZAÇÃO QUE VOCÊ ME MANDOU E NÃO TEM NADA._ grito._ SÓ TEM MATO, SEU MERDA!_ berro. Encerro a ligação.
Esse infeliz me traiu. Mas eu já sei quem deu as ordens.-penso

Meu ímpeto: Prazer (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora