Capítulo 5

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A dois anos atrás...

Nem acredito na oportunidade diante dos meus olhos. Anos na faculdade para finalmente conseguir meu mérito! Pode parecer estranho, mas eu me emocionei, pois eram noites acordadas editando e indo para shows, buscando as melhores formas de interação entre os artistas e os seus fãs e encarando o papel em busca de inspiração. E agora, eu acabei de ganhar uma proposta para produzir um clipe da Katy Perry!

— Senhorita Louies, é só assinar essas linhas e já poderá trabalhar no clipe.

Peguei a caneta com um grande sorriso no rosto e assinei com muito orgulho. Esse era um dos compromissos mais sérios que já participei e eu não podia esperar para começar a criar. Saí da sala, deixando os dois executivos sozinhos enquanto discutiam algumas coisas. Espero que não seja pensando em outra pessoa, pois EU ESCONDO ESSE CONTRATO E NINGUÉM MAIS ASSINA.

Vejo o meu chefe Rômulo me dar um abraço enquanto caminho para a minha sala e o mesmo comenta o quanto estava feliz por mim. Esse clipe estava sendo guardado para um artista amador que, com essa chance, poderia finalmente triunfar. Uma oportunidade de ouro para alguém que acabou de sair da universidade. E EU CONSEGUI!

— Finalmente sozinha!

Tomei um susto ao ouvir o grito e me deparo com a segunda razão da minha felicidade. Pois a primeira era a arte.

— NICK! –Gritei de volta e corri até o mesmo, dando um abraço.

Ele me aperta ao seu corpo como se estivesse matando as saudades de dias. Sinto seu cheiro de morango e aprecio o aroma do meu namorado. Eu não estaria mais apaixonada por ninguém.

— Ninguém te deixava sair daquela sala. Eu já estava agoniado sem poder comemorar contigo — Falou, chegando mais perto e me dando um beijo demorado. — Quase esqueci! Tenho que sair.

Vejo o mesmo sair dos meus braços e caminhar para a porta, pegando sua bolsa no pequeno sofá da minha sala. Seus cabelos pretos molhados, sua calça com listras nas laterais, sua blusa branca, sua boca tão convidativa. Ele só pode fazer isso esperando que eu o impeça de sair.

— Mas você acabou de dizer que iria comemorar comigo — Falei e o aproveitei para o abraçar por trás, limitando seu movimento.

Senti o mesmo respirar fundo e se desfazer do meu abraço. Diante disso, me recomponho, pois, nossa última briga, a qual levou um término temporário (mas horrível), teve razão pelo fato de eu ser carinhosa demais. Não podia demonstrar, não podia abraçar demais, não podia sentir falta. Eu só demonstro amor dessa forma, mas ele não gosta. Acabei refletindo que não teria problema mudar. Nosso relacionamento é de dois anos e eu poderia ser menos carinhosa e melosa, talvez ele estivesse mesmo se sentindo sufocado.

— Desculpa... — Sussurrei e olhei para as minhas mãos.

— Boa garota. — Respondeu, virando-se para mim e dando um beijo em minha testa. — Também tenho contratos para assinar, lembra? Te vejo a noite no seu apartamento para comemorar! Não me espere acordada!

Nick me dá um sorriso e sai correndo para fora do edifício da empresa. Sinto olhares em mim, principalmente o de Olívia. Não entendo essa garota. Dou um sorriso enquanto vejo meu namorando atravessar a rua e volto para a rotina de trabalho.

Dois anos depois...

Senti meu celular tremer embaixo do travesseiro e tentei pensar em minha mente todas as razões para atende-lo. Taylor não seria, pois ela só manda mensagens. Rômulo também não, pois sempre manda por e-mail. Connor muito menos, pois ele ama acordar tarde, se não, fica de mal humor. Nick já é uma cogitação impossível depois de ontem e, mesmo que acontecesse, eu não atenderia. Sem se iludir, Camilla! Voltando a questão, talvez possa ser a minha mãe que não me visita faz milênios e nem quero que ela venha ver minha situação, também eu não atenderia. Espera, ela viria do Brasil só me matar se eu fizesse isso. Em um movimento rápido, levanto o travesseiro e atendo o celular, sentando na cama:

VISUAL LOVE | Christopher Velez Onde histórias criam vida. Descubra agora