Sinto minha cabeça latejar quando finalmente sento no banco do carro junto a Christopher. Era a primeira vez que eu estava finalmente a caminho da minha cama e ao final dessa noite longa e estressante. Nesse sentido, tento ao máximo ignorar o sentimento de culpa que paira em meus pensamentos, pois, para mim, eu tinha complicado uma vinda para a Espanha, a qual deveria ter sido mais simples O Erick já poderia estar dormindo, o Chris com a namorada e eu no meu quarto conversando com Connor. Cada vez que eu pensava nisso, minha dor de cabeça aumentava. Eu realmente fiquei estressada.
-Me desculpe pelo incômodo.
Falo subitamente e sinto o olhar de Chris mudar da estrada para mim. Eu juro que não queria incomodar ninguém.
-Qual incômodo? Estou ajudando minha amiga dos sorvetes nos momentos carentes.
Ele sorri e termina conseguindo arrancar um meu ao mesmo tempo.
-Também estou me desculpando pela situação chata que deixei entre você e sua namorada. –Comento e ele franze a sobrancelha.
-Milena? –Pergunta e afirmo com a cabeça – Ela é apenas uma amiga de longa data.
-Que nem a sua amiga do clipe de Dolor de Cabeza?
Eu queria virar um grão de pólen em um passe de mágica, pois eu falei sem pensar! Quem danados, em sã consciência, fala isso para alguém? A vida amorosa do Christopher não é da sua conta, avisa o meu cérebro.
-Hum.. Tipo isso. –Fala, sem graça. Percebendo meu constrangimento, ele continua:
-É porque eu não sou muito de relacionamento, pelo menos não no momento devido a correria da banda e tudo mais. Eu apenas não quero algo tão obrigatório, sabe?
-Ultimamente estou pensando do mesmo jeito que você apesar de eu não curtir essa linha de pensamento.
-Como assim?
-Eu sou diretora, edito vídeos, vivo com a mágica do cinema em minhas mãos. Eu vivo com o romance em minhas mãos, então isso praticamente te constrói como alguém esperançoso para esse tipo de coisa.
-Então, temos uma romântica nesse automóvel.
Ele comenta e solto um sorriso enquanto estamos a caminho do hotel. As ruas da Espanha são lindas, mas realmente eu não optaria por andar sozinha nelas.
-Nem tanto. Eu apenas acho fascinante o amor, entende? Nós tentamos ao máximo fazer com que ele parece real por trás das câmeras assim como os atores/cantores tentam do outro lado. É um sentimento merecedor de sua entrega total, não é à toa que muitos artistas se apaixonam, pois de tão real que esse sentimento se transformou nos filmes. Por isso, como diretora, eu sou fascinada pelo amor, o qual, às vezes, não aceita se passar por uma mentira ou é tão real quanto imaginamos.
-Nossa, você tem razão. –Comenta Christopher, olhando para mim com admiração –Isso tudo é sua visão de diretora, mas, e a sua visão humana?
Antes mesmo de responder sua pergunta, sinto a ausência daquela dor chata quando entrei no carro. Talvez falar sobre o meu trabalho me salva de muita coisa, além do mais eu pareço estar acompanhada de um bom ouvinte.
-Na realidade, no sentido humano, eu estou me sentindo que nem você – Falo e solto uma risada nasal, melhor rir da situação. – Só não imaginaria que seria tudo por causa de um cara. Mas está tudo bem.
Sinto meus ombros pesarem novamente e somando com o cansaço, sinto-me triste. Eu tenho medo de noites como essa, pois são os dias mais cansativos que me fazem sofrer mais ainda por Nick, pois eu sinto falta. Droga, como eu sinto falta. E não deveria. Desvio meu olhar para a janela e tento ao máximo expulsar esse sentimento, ignorando o fato do Chris perceber ou não como fiquei depois do assunto. No entanto, ele segue em silêncio e agradeço mentalmente, pois se eu fosse explicar, eu poderia ficar pior.
(...)
-Aonde estamos parando? –Pergunto confusa quando vejo que estamos entrando e drive-trhu.
-Acho que você precisa de sorvete –Comenta e pisca para mim.
Demoro um pouco para entender sua referência, porém logo me dou conta:
-Baunilha, por favor.
Eu parecia uma criança feliz após receber o sorvete, pois parecia o gesto de amizade mais lindo que eu poderia recebe no momento, além da minha fome evidente. Chris não quis, pois estava dirigindo.
-Não sei como irei acordar amanhã ás 10:30. –Comento, me sentindo um pouco melhor, após olhar o relógio apontando 02:00 da manhã.
-Nem me lembre disso, Camilla. Vamos fazer um trato? Já que eu te dei sorvete, você nunca mais fala sobre horários para acordar. –Ele fala e rimos juntos. –Eu odeio acordar cedo em tour. Vocês ainda vão poder acordar as 10:30.
-Você fala isso, mas enquanto vocês estão dormindo pós show, sua equipe de edição está lá fazendo aqueles pequenos vídeos para postar no instagram, não é querido?
-Verdade. Não tenho como argumentar.
Solta uma risada e, mesmo que eu fosse a pessoa mais séria do mundo, eu não conseguiria não rir junto com ele. A risada dele é simplesmente contagiante para todos e animadora para quem está triste. Ou simplesmente uma risada normal, lembra meu cérebro racional.
Vejo que nos aproximávamos da entrada hotel e ele estaciona a frente do mesmo. Solto um suspiro, pois finalmente cheguei. Finalmente irei tomar um banho, dormir em uma cama. Finalmente. Pego minhas coisas, me preparando para descer, entretanto sinto uma mão em minha perna e me arrepio inteira, pois eu não esperava essa ação.
-Antes que você vá, espero que saiba oo quão idiota é esse cara que te perdeu, Camilla.
Nossos olhos estavam ligados de uma forma que eu não saberia como descrever, vejo, por trás do castanho de sua pulila, uma sinceridade e segurança, as quais eu estava precisando no momento. Sinto que sua mão não sairia dali tão cedo, caso alguém não tomasse uma atitude.
-Obrigada pela carona, Christopher. –Agradeço e dou um beijo em sua bochecha, pois ele foi realmente muito gentil comigo o tempo todo.
-Chris. –Ele fala em meu ouvido quando saio lentamente de perto do mesmo e apenas dou um sorriso sem graça, como se eu não tivesse me arrepiado inteira por causa da ação.
-Chris. –Repito e o mesmo sorri.
-Agora sim, boa noite, nena!
Vejo seu carro sair pela rua e respiro fundo. O QUE ACABOU DE ACONTECER AQUI? Não sei porque, porém me bate um ataque de riso, pois simplesmente eu estava chocada, feliz, arrepiada e preocupada ao mesmo tempo. Isso tudo só dá em risada para mim.
Subo até o hall todo de mármore branco e dou o meu nome para a recepcionista, a qual me avisou onde era o meu quarto. Sigo até o elevador e, nossa, ele ganhava de bandeja do meu, pois eu cheguei no andar dezessete em cinco minutos. Nada contra o elevador do meu apartamento, claro, pois aquilo é uma relação de amor e ódio. Encaro a porta do meu quarto com tanta paixão que, se eu pudesse, faria uma serenata para mesma de tanto que eu estava desejando chegar aqui hoje. Como são duas pessoas por quarto, espero que a mina parceira esteja dormindo e não se incomode. Após meu momento de alegria interna, abro a porta tranquila.
-FINALMENTE! –Ouço um grito e dou de cara com Connor, de pijama, em uma das camas.
-VOCÊ TÁ LIGADO NO SUSTO QUE VOCÊ ME DEU, CONNOR? –Grito de volta, irritada.
-E VOCÊ? NÃO DAVA NOTÍCIAS FAZIA DUAS HORAS!
-Vamos parar de gritar, por favor.
-VOCÊ TEM NOÇÃO QUE EU VOU ACORDAR PUTO AMANHÂ, NÉ? OLHA A HORA QUE EU VOU DORMIR, CAMILLA! TE ESPERANDO.
-É muito meu melhor amigo mesmo! –Vou até o mesmo o abraçar e ele retribui, contrariado.
-Amanhã você me conta as coisas. Vai dormir. –Ele fala, indo para a sua cama e adormecendo logo depois. Ele cai no sono muito rápido. Não Sei porque ainda me choco.
Pego meu pijama e corro até o banheiro, caindo debaixo do chuveiro logo depois. Sentindo a água cair pelo meu rosto, solto um sorriso, pois, apesar de ter sido uma longa noite, também foi uma ótima noite.
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VISUAL LOVE | Christopher Velez
FanfictionATENÇÃO: SE VOCÊ ESTIVER LENDO ESTA HISTÓRIA EM QUALQUER OUTRA PLATAFORMA QUE NÃO SEJA O WATTPAD, ESTÁ SOB RISCO DE SOFRER UM ATAQUE VIRTUAL (MALWARE E VÍRUS). SE VOCÊ DESEJA LER ESTA OBRA EM SUA VERSÃO ORIGINAL, BASTA ACESSAR ESTE LINK: https://my...