Capítulo. 28

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Qual seria a sua reação caso uma das pessoas que você mais ama no mundo fosse sequestrada? Se desesperar? Eu não tinha tempo para isso. Peguei minha bolsa que estava no armário ao meu lado e me direciono rapidamente até a porta, sem olhar para trás até sentir um braço me segurar

-Você não vai ficar para o concurso? –Perguntou aquela voz calma e eu não posso me acalmar agora, pois é capaz de eu não ter forças para lidar com isso.

-Não, não ficarei. Minha irmã acabou de sumir e eu tenho que procura-la. Boa noite para vocês e desejo tudo de bom para quem ganhar.

Respondi sem nem mesmo o olhar, pois eu sei que ele iria me trazer uma calma que eu não estava sentindo no momento e eu desmoronaria. Taylor não precisa disso agora. Ela precisa de mim forte.

-Vamos no meu carro.

Parei na mesma hora e o mesmo me alcança até ficar na minha frente com um olhar mais determinado e seu boné. Pela primeira vez desde a ligação, desde o meu apartamento eu olhei em seus olhos e pude sentir a Camilla do quadro, pude sentir a segurança e o que eu mais temia, a calma. Eu precisava do calor para dar-me coragem de ir procura-la e não olhar para aquele que me transmitia tudo, principalmente a calma. Sinto meu corpo processar todas possibilidades do que poderia acontecer com Taylor e cada uma pior que a outra, resultando em algumas lágrimas surgindo nos cantos dos meus olhos.

-Hey –Falou e me abraçou –Nós vamos encontra-la, ok Se depender de mim, eu viro o mundo atrás dela por você, sabe disso, não é?

Confirmo com a cabeça, tentando segurar o rio que se formava em meus olhos e aceitando o meu contato com a mão de Christopher a caminho de seu carro. Sento no banco e tento pensar no que as pessoas fariam numa hora dessas. Depois de alguns minutos controlando minha respiração, coloco uma foto de Taylor na internet informando seu desaparecimento. Já consigo ouvir os gritos da minha mãe lá do Brasil, porém tenho outras coisas para com me preocupar. Christopher conhecia alguns lugares onde se praticavam competições de velocidade de carro, pois havíamos contatado Roger novamente e ele nos informou que o jovem estava, com uma jaqueta de carros, por isso priorizamos essas áreas para a procura.

Chirs dirigia com pressa e o olhar atento para todas as pessoas da estrada, como se pudesse reconhecer os cabelos loiros da minha irmã em qualquer momento. Enquanto isso, lembrei de Nick. Eu conheço ele o suficiente para isso tudo ser uma brincadeira dele apenas por eu ter o contrariado hoje, Por isso, liguei imediatamente para ele.

-Olá, Camilla. Quanto tempo

-Onde está a Taylor?

-O que eu tenho a ver com a cunhadinha ou devo dier ex-cunhadinha? Pois a forma como você falou comigo me fez repensar algumas coisas...

-Eu só quero que me diga onde está a minha irmã e o que você fez com ela! -Pergunto mais alto, fazendo com que Christopher desviasse o olhar da estrada para mim.

-Eu Tenho mais o que fazer, Cams. Sua irmã, seu gene, problema teu.

-Que cara, idiota! –Gritei, frustrada enquanto desligava o celular.

-Calma, já estamos chegando.

-E eu falei para ela sair para se divertir por Miami, mesmo sem conhecer ninguém...

-A culpa não foi sua.

-Claro que foi, Christopher! Ela só saiu de casa por minha causa e agora sequestrada. Sinceramente, eu desisto de tentar resolver as coisas.

Antes mesmo que Christopher tentasse me responder algo positivo, de repente um carro nos cortou o caminho bem na nossa frente, nos permitindo a visão de sua lateral laranja com a arte de fogo em sua porta, labaredas vermelhas em contraste com o amarelo de dentro das chamas. Percebemos que não só ele parou por aqui, mas sim estávamos cercados por vários carros do mesmo estilo. O motorista do veículo pintado sai do carro e se direciona até a janela de Christopher.

-Desculpe interromper o casal de pombos, mas essa área aqui é dos corredores de carros e não acho que seja um local para essa donzela muito bonita. –Comentou, piscando para mim enquanto ajeitava seu cabelo preto penteado.

-Também concordo com você. Mas viemos a procura de outra donzela. Esta aqui –Respondeu Christopher sério, levando meu telefone até o rosto do motorista branco.

-Ah, a loirinha? Vimos ela no bar e a trouxemos para brincar, tentamos tudo, mas ela hesitou e lutou tanto que a deixamos na polícia da rua *****. Deve estar em boas mãos ou não, você sabe como é.

Sinto meu coração apertar assim como o meu punho que já estava pronto para esmurrar cada um desses imbecis ao redor do nosso carro. Entretanto, Chris segura minha mão e me lança um olhar tranquilizador. Respiro fundo e tento manter um sorriso simpático para esse idiota de homem a nossa frente para que a situação não se torne mais tensa do que já está.

-Muito bem. Nós estávamos procurando exatamente por ela e muito obrigada por nos tirar essa dúvida. Tenham uma boa noite e corrida. –Respondeu Chirs discreto, já manobrando o carro.

-Caso a veja de novo, diga que mandamos lembranças. –Brincou ao jovem alto, fazendo os outros rirem e o olho com nojo.

-Claro que direi. –Respondeu Chris e o olho confusa, pois estava demorando muito para manobrar até que na mesma hora em que ele fez a curva para voltar na rua, passou arranhando a porta dos três carros que nos cercava.

Logo depois disso, ele acelera como nunca vi antes para que não fôssemos alcançados pelos caras, mas felizmente eles só fizeram nos xingar e nada mais. Ele se mantinha sério e focado na estrada, com a sua veia saltando pelo pescoço, aparentava mais sexy do que nunca, mas tento evitar esses tipos de pensamentos. Suspiro aliviada por uns segundos, porém sinto a tensão atingir meu corpo novamente quando lembro que a Taylor deve estar numa pequena cela após tudo que passou hoje a noite sozinha e meu coração aperta mais ainda. Apenas foram quinze minutos até a delegacia na rua ******* e quando chegamos na rua, não me preocupo nem com o que deixei no carro, apenas saí correndo para dentro.

-Você é a responsável pela senhorita Louies ali? –Perguntou o policial ao ver meu rosto preocupado assim que cheguei no local. –Imaginei. Ela está liberada, pode busca-la na pequena sala.

Ao colocar o meu pé no pequeno cubículo onde minha irmã se encontrava sentada e tremendo, sinto o resto do meu coração ir embora. Ela estava com um vestido preto brilhante, um casaco vermelho por cima e suas botas surradas. Sentada no canto do banco, com a face de costas para a entrada.

-Taylor?

Seu rosto se vire lentamente para mim e me deparo com um olhar magoado, triste e deprimido. Suas íris azuis se encontravam tão escura que aquela cor não poderia ser mais comparada com a cor do céu. Ela se levanta devagar até chegar perto o suficiente de mim e me abraçar com muita força. Retribui seu abraço na mesma intensidade ou talvez maior.

-Eles não fizeram nada comigo, pois eu lutei contra todos, mas o medo é desesperador. –Comenta ainda abraçada, porém sinto-a tremer. –Mais de três homens olhando para ti querendo te machucar....

-Já passou, você está comigo agora. –Sussurrei, lhe dando um beijo na cabeça.

Sempre admirei Taylor por sua força, pois ela não derramou uma lágrima sobre isso.

-Eu só queria ter encontrado alguém como você encontrou... Você conheceu o Nick numa festa, dizia que a agressividade dele era passageira e ele era um amor de pessoa bom de papo, vocês aparentavam tão felizes. E-eu só tentei achar alguém como você conseguiu.

Encaro os olhos azuis de minha irmã e vejo o quanto eu errei em voltar com o Nick. A única pessoa que eu tentei proteger nessa história toda terminou machucada do mesmo jeito e eu errei comigo mesma também. Ela tentou achar um Nick e isso eu não desejo para ninguém.

-Vamos, temos que passar em um lugar antes.

Na mesma hora em que saio do posto encontro Christopher do lado de fora do carro nos esperando inquieto, porém logo após nos vermos, ele entende meu recado de entrar no carro imediatamente. Enquanto Taylor se acomodava no banco de trás, entro com tudo na frente, colocando um endereço para Christopher seguir pelo celular.

-Vá até esse local. –Falei, séria.

-Espera... Esse não é o apartamento do Nick? –Perguntou Taylor, cansada.

-É para lá que vamos mesmo. Agora ele irá me escutar. 

VISUAL LOVE | Christopher Velez Onde histórias criam vida. Descubra agora