O Lobisomem de Itaguaí

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Foi uma experiência APAVORANTE para mim. Meu nome é Silvia, e me lembro bem,como se fosse hoje. Eu tinha exatos dezessete anos e hoje tenho 32 anos. Moro numa cidade do interior do Rio de Janeiro, mais precisamente chamada Itaguaí, e resido num bairro à oito quilômetros do centro da cidade (Piranema pra ser mas exata). Naquela época morávamos eu, meus pais e mais dois irmãos mais velhos, em um sitio. Vou explicar para que vocês entendam como tinhamos que fazer para chegar em minha casa: Tinha que atravessar um portão de metal que dava para a rua principal e depois você tinha que andar uns trezentos metros e passar por um portão de madeira e depois tinha que andar mais um quilômetro e meio no meio de um breu, pois não tinha iluminação no caminho e era rodeado de árvores centenárias para chegar na minha casa. Naquela noite, como sempre, assisti TV e ouvi um pouco de música. Só estava em casa eu e meu pai, aí eu me lembrei que tinha que levar comida para meu avô, num sitio próximo dali, e isso era por volta das sete horas da noite, mas como qualquer adolescente, ainda demorei para sair de casa, para levar comida pra ele. Sai de casa lá por volta das dez horas da noite, de bicicleta. Como falei antes, passei pelos portões, peguei a rua principal, levei a comida e fiquei com ele até as onze e meia da noite. Então me despedi dele e fui embora. E FOI AÍ QUE COMEÇOU MEU DESESPERO. Cheguei ao portão de metal, passei por ele e atravessei o portão de madeira, e foi quando eu senti um arrepio tomando conta da minha espinha. Fechei o portão como sempre, montei na bicicleta e segui em frente, só que no meio do caminho, eu avistei  uma criatura grande e peluda, muito grande mesmo. Eu tenho 1.70 m, e a criatura em pé era maior que eu. Quando eu a vi, gritei como louca e disparei com a bicicleta, gritando socorro e falando “jesus me ajude”. Aí ele começou a correr  atrás de mim, e eu entrei em desespero, pois ele corria do lado da bicicleta sem o menor esforço, com suas orelhas batendo. Por um momento, achei que ele ia me devorar como nos filmes de terror, mas o curioso foi que em uma casa no meio do caminho tinha um cachorro muito bravo, e ele sempre latia quando a gente passava e corria atrás pra morder. Às vezes, tínhamos que nos defender com pedaços de paus e pedras, mas nesse dia, quando o cachorro ouviu eu gritando ele veio latindo, mas no meio do caminho ele correu da criatura, chorando. Nesse meio tempo, meu pai veio ao meu encontro pois "disse ouvir meus gritos de terror. Depois disso eu só me lembro de ouvir meu pai dizer “CREDO EM CRUZ AVE MARIA” e eu caí nos braços dele desacordada, e fui acordar somente na tarde do outro dia. Ainda hoje tenho calafrios e fico com minhas mãos frias e tremendo. Não sei o que aconteceu depois que eu desmaiei nos braços do meu pai, pois ele desconversa e diz que eu tive uma impressão e que nada aconteceu. Vocês podem até não acreditar em mim, mas naquele dia eu vi um LOBISOMEM. Um mês depois, aconteceram outras coisas com a mesma criatura, que contarei outra hora. Eu tenho certeza do que eu vi e procuro não sair à noite, pois como dizia meu falecido avô: "A noite, depois de certa hora, é de outra compreensão que não entendemos."

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