CAPÍTULO I

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Muito tempo Antes....

Saltei em meio ao pátio de rosas, vendo como um espião seu sorriso brilhar. Eu poderia ser visto como um verdadeiro idiota pelos amigos, porém o meu corpo e minha própria alma, não conseguiam não apreciar o que há meses o meu coração batia para ter, Lana. Ela tinha seus quinzes anos e em todas as rodas de família que eu poderia ir, eu sabia que teria um vislumbre seu.

-Filho da mãe! Eu sabia que estaria aqui! -Tropecei quase me denunciando quando tive Leon em meu calcanhar. Eu queria matar o filho da puta, ele sempre fazia isso.

-Merda! Eu disse para não me seguir. Fale baixo idiota!

-Ei, eu preciso te falar algo.

-Agora não! -O empurrei devagar, só assim meus planos poderiam ser concretizados. Eu estava em meus plenos 18 anos, já estava feito o suficiente para entender de mulheres e as tê-las. Porém com Lana, a coragem nunca tinha sido minha aliada, eu sempre a deixava escapar.

-Merda! Eu preciso te dizer uma coisa, eu escutei...-Tampei sua boca quando o mesmo parei junto a mim entre os arbustos. A casa dos Williams poderia ser bem grande assim como seu jardim, capaz de fazer perder qualquer um que se aventurasse por ele. Infelizmente, o mesmo não se comparava ao que meus olhos presenciavam bem ali, arrancando de mim toda a alegria que até então eu tinha.

-Era isso que eu iria falar, o ouvi falando com Jorge, eles estavam indo se encontrar. -Leon sussurrou como se quisesse me poupar. Eu tinha diante de mim, a linda garota que eu amava, beijando o homem que seria seu primeiro beijo, seu primeiro namorado e no futuro que eu não fazia ideia ainda, seu presente noivo. Mario Carvalho. Onde tudo começou, onde de uma maneira ou outra, me levaria ao seu coração...

Dias Atuais....

Salvatore Marshall

Ri baixo vendo Leon rebolar ao lado das varias dançarinas eróticas que havia contratado para seu aniversário. Ele estava bêbado, porém feliz o suficiente para aproveitar. Tinha sido uma longa caminhada, onde sendo filho único, o adotei de maneira terna como meu irmão, era isso que éramos uma para o outro. De uma maneira ou de outra, era a única família que havia para mim agora, perder meus pais aos dezoito anos, não tinha sido uma fase boa para minha vida conturbada, eu tinha me apegado as pequenas coisas, me ligado de alguma maneira naquilo que em diante, seria meu chão.

-Eu nunca o vi tão feliz. -Sorri tendo Irina em meu colo. Éramos como um trio de loucos, os velhos e para sempre amigos inseparáveis.

-Espere até seu próximo aniversário. Eu pretendo o ter em uma banheira com dançarinas nuas dessa vez. O filho da mãe vai adorar.

-Não seja idiota. Ele te ama, vai amar mesmo que você o esmurre na cara. -Assenti tendo certeza mesmo daquilo. Fechei os olhos sentindo seus lábios em meu rosto, o som mesmo alto da música, fazia o corpo relaxar. Era simplesmente perfeito.

-Você bem que poderia me levar a outro lugar, poderíamos passear de carruagem no Central Park, um passeio de barco, ou melhor, assistir a um romance na Broadway. -Afastei com delicadeza suas mãos as beijando com reverência, eu amava Irina do mesmo tamanho que a respeitava, nossos encontros íntimos haviam sido claros, meu coração já tinha dono.

-Sabe que te amo, assim como sabe que isso é para outra pessoa. -Ela revirou os olhos levantando com rapidez, eu sabia que a chatearia, porém jamais mentiria para ela.

-Eu já te falei que ela não vai largar Mario. Você é burro ou o que? Estão juntos desde que me entendo por gente!Será que esqueceu que você mesmo presenciou o começo de tudo? Pare de idealizar Lana, ela não é pra você e está noiva daquele merdinha arrogante do Carvalho. Suas chances acabaram há muito tempo, esqueça essa paixão adolescente Salvatore, você já é um homem feito agora. -Eu sorri mantendo minha calma de sempre, eu podia ver seu ciúme, mesmo que eu jamais desse motivos pra isso. Lana tinha crescido, se tornado uma linda mulher incrível e com princípios. Irina tinha completa razão, eu havia presenciado seu começo ao lado de Mario e isso, se estendia até hoje, porém em meu coração ela ainda de algum jeito, poderia ser minha.

-Desculpe se te magoei, a gente não manda no coração. -Toquei seu ombro quando a mesma se afastou de mim.

-Não me chateia suas palavras. O que me aborrece, é ver você nutrir amor por alguém que desconhece sua existência, na qual você passou toda sua adolescência até hoje, tentando chamar sua atenção! Virou engenheiro, Mario também, se destacou em projetos e trabalhos importantes, o filho da puta também! Estão entre primeiro e segundo lugar como melhores arquitetos de Nova York e tudo para que? Lana? Essa maldita competição nunca vai acabar? Aceite que ele pode ser o segundo em tudo, porém é dele que essa infeliz gosta, não você. Pare de sonhar acordado com o impossível, agarre a realidade que sempre esteve a sua frente idiota.

-Aonde você vai? Estamos comemorando. -Tentei a parar, mesmo sendo em vão, ela não me ouviria mais.

-Para um lugar onde a rainha Lana, não esteja presente na conversa. -Seus pés marcharam rapidamente até a saída do aparamento, onde parei a vendo ir embora chateada.

-Merda!


LANA FELIX

-Bom Dia papai. -Beijei rosto me sentando na poltrona a seu lado, era cedo, e como de costume, ele já se encontrava em seu lugar de sempre.

-Bom dia querida.

-Está tudo bem? Vi nosso advogado sair daqui, era muito cedo ainda. Aconteceu alguma coisa que não sei? -Perguntei com preocupação. Papai era a família que eu tinha, principalmente quando fazia pouco tempo da partida de minha mãe. A maldita doença a havia levado de nós.

-Negócios, fique tranquila eu resolvo. O que pretende fazer hoje? -Ele mudou rapidamente de assunto, o que notei já que o conhecia tão bem.

-Bom, estarei com alguns voluntários em algumas instituições de caridade hoje, como estou de férias da empresa, vou aproveitar este tempo para organizar umas coisas no orfanato, meu casamento...

-Mario deveria estar ao seu lado para isso... Não acha? -Sorri, era tudo que eu mais queria, porém seu trabalho sempre estava em primeiro lugar.

-Sim, mais o entendo, é muito trabalho na construtora, ele também ficou chateado pelo premio, você sabe, Marshall o levou de novo esse ano. -Sussurrei lembrando, ele não tinha culpa claro, porém, não era o que Mario pensava. Papai tocou meu rosto, e sem esperar me puxou para dentro de seus braços, eu não entendi o porquê daquilo, eu simplesmente aceitei.


MARIO CARVALHO

A imensidão de Nova York enchia meus olhos lentamente, eu havia feito planos e traçado metas importantes que de um jeito ou outro, me levariam ao topo. O lugar que um homem feito eu, sempre mereceu estar. Tinha começado, e aos poucos, seria iniciado.

-Pare com isso, está tudo correndo bem.

-Desculpe, não posso me conter sabendo que tudo está seguindo tão lentamente. Você sabe que tenho pressa, aliás, muita. -Me dirigi ao meu advogado que assim como um grande profissional, era um amigo.

-Você sabe que isso é um termo lento, não pode apressar as coisas e sei que não vai. É frio o suficiente para se mantiver calmo. Está tudo sobe controle Mario. -Levantei o insulto representado por um mísero troféu e joguei ao chão. Jorge me olhou fixamente, o que era minha intenção já que queria sua atenção sobre mim.

-Sacrifícios, estou fazendo sacrifícios meu caro. Não serei mais o que podemos chamar de prêmio de consolação, eu serei aquele a estourar o champanhe, a sorrir verdadeiramente e a ter em minha estante de prêmios, o primeiro lugar.

-Tenho certeza disso, é melhor vencer, todas as suas fichas estão nisso.

-Acredite, será um empréstimo apenas, um breve banquete até a vitória. -O sorriso em meu rosto parecia manchar e de certa forma marca o que o destino traiçoeiro, tinha reservado para mim. Não se ganhava o ouro, sem antes primeiro sujar as mãos.


O destino será tão surpreendente... Aguardem! Angel Braga Autora (FACEBOOK)

MINHA INDOMÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora