QUE AS MÚSICAS FALEM POR NÓS 1

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Que as músicas falem por nós

LEMBRANÇAS:

Na sala de seu escritório estava lá, ela; Lucero arrumando alguns documentos. Parou por um momento olhando para o nada, quando avistou uma pequena caixa, mudou a expressão, a olhou novamente, detalhes rosas e douradas a enfeitavam, conhecia bem que caixa era aquela, a guardava ali pois sabia que ninguém a encontraria, se levantou de sua cadeira e caminhou até a pequena prateleira que continha vários e vários livro, pegou a pequena caixa e se sentou em um sofá próximo, suspirou várias vezes com receio de abri-la, segurou as bordas da caixa quando estava levantando escutou batidas na porta, e pela forma grosseira já imaginava quem era.

-Habla! – disse alterada deixando a caixa ao seu lado e fechou os olhos antes de ir até a porta, sem abrir ela segurou o trinco e encostou a cabeça na mesma.

-Abre aqui. – a pessoa do outro lado pediu e ela resmungou mas abriu.

-Que pasó? – ela falou manhosa com uma mão na cintura e a outra escorada na porta.

-Aqui estão a tua papelada sobre o caso, Martins! – ele falou o nome do caso pausadamente e bateu os papéis sob o seu peito.

-Onde usted conseguiu? – ela perguntou e segurou antes que caísse todos no chão.

-Na recepção – ele virou as costas já de saída, mas se lembrou de falar algo com ela – ah só lembrando que, pego a Leninha para passar o dia comigo!

-Mas hoy... – ela ia questionar.

-Hoy nada querida – apertou sua bochecha sorrindo sem mostrar nenhum dente – passo lá assim que sairmos daqui, agora se a senhora não tem mais nada a falar, vou ali resolver um caso – agora ele foi sem esquecer nada.

Lucero fechou a porta sentindo seu sangue ferver de raiva, odiava quando Fernando pegava seus papéis, odiava quando ele inventava de pegar a filha no dia que não era o seu dia, olhou para cima e sussurrou:

-Un poquito de paciência, Dios, solo un poquito! –pediu com as mãos juntas, voltou a se sentar no sofá e sem demora abriu a caixa, um sorriso se fez em seu rosto ao pegar um foto em que Fernando segurava Helena em seus braços, uma lagrima rolou e seus pensamentos trabalharam em voltar para aquela data.

21 de julho 2003

Fernando chegou em casa por volta das 23:30, sempre ficara até mais tarde no escritório resolvendo seus casos e tentando resolver os de sua esposa

-Mi Cielo? – ela o chamou ao sentir o cheiro amadeirado que ela tanto ama do homem invadir o quarto.

-Meu amor! – Ele respondeu cansado e abriu um largo sorriso ao ver a pequenina deitada em sua cama brincando com as mãos – o papai chegou minha morena – ele disse com a bebê, foi até a mulher a puxando pela nuca a fazendo abrir os lábios e ele a calar com os seus.

-Cansado? – ela perguntou tentando puxar o ar de volta para seus pulmões.

-Sim, o senhor Hernandez ou Fernandez, não sei, foi ao escritório perguntar sobre sua aposentadoria – começou  brincar com a filha que balançava as pernas e os braços sem parar.

-Sim eu resolvi, usted leva os papéis para ele amanhã? – ela se levantou da cama.

-Claro – ele não tirou a atenção da criança que já segurava seu rosto com suas mãos pequenas e macias.

-Amor, fica com ela enquanto eu tomo banho?

-Pode ir, eu fico sim!

Lucero foi para o banheiro tomando banho de cabeça aos pés, não tinha tempo já que a pequena não a deixava fazer nada. Aproveitou para hidratar a pele, devido o clima que estava a tinha deixado ressecada. Ficou apenas de roupão e, quando abriu a porta viu Fernando com a bebê que tinha apenas 4 meses em seu colo, um jeito desengonçado de segura-la lhe causava um certo medo, mas sabia que naqueles braços elas estariam seguras, ele cantava com sua voz suave que acabava encantando a menina que lhe olhava com curiosidade, ela parou escutando o esposo pois amava seu canto, sempre deixavam a conversa terminar com uma estrofe ou uma frase de alguma música.

- “Sou eu quem vou seguir você
Do primeiro rabisco até o bê-a-bá
Em todo os desenhos coloridos vou estar
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel.
Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
...
Serei de você confidente fiel
Se seu pronto molhar meu papel.
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida, se abrirá num feroz carrossel...”

Ela o observou de longe cerrando os olhos, vendo que, ele segurava algumas lágrimas para cantar a última frase, caminhou até ele segurando seu ombro e sussurrou vendo que a menina já tinha fechado os olhinhos :

-Ella nunca rasgará tu papel! – sorriu sem mostrar nenhum dente e ele se abaixou e lhe deu um selinho.

-Eu espero! – devolveu o sorriso.

17 de fevereiro 2018

Secou as lagrima que corriam sem parar, criaram e viveram momentos maravilhosos até a menina completar 4 anos, lembrou de outros momentos que não foram tão bons, fechou a caixa a guardou no mesmo lugar e foi até o banheiro lavar o rosto.
Saiu de sua sala já vendo que o horário se avançava, pela sua pouca paciência e sem perceber entrou de vez na sala de Fernando.

-Não vai pegar Helena hoje de jeito nenhum, e outra aquela documentação está toda errada. – Lucero falou em uma só voz, sem perceber que tinha outra pessoa dentro da sala junto com ele.

-Lucero? – ele falou em um tom risonho olhando para ela e o homem que estava a sua frente.

-Que? – ela falava ainda o encarado, antes de entender o olhar do homem e virar olhando o rapaz sentado.

-Boa noite, senhora! – o rapaz disse irônico

-Ô boa – revirou os olhos e cruzou os braços, voltando sua mirada a Fernando que estava desponjado sob a cadeira.

-Educação esqueceu dela, querida? – ele entrelaçou seus dedos.

-Pode nos dá licença, senhor? – ela deu ênfase a última palavra.

-Claro! – ele se levantou e com um aperto de mão se despediu de Fernando, passou por Lucero que mantinha seus braços cruzados, envolveu ela em seus braços e deu um beijo em seu rosto – linda! – sussurrou em seu ouvido.

-Gracias, querido! – ela debochou e ele se afastou.

-Que palhaçada é essa de entrar na minha sala sem bater, e ainda expulsar meu amigo? – ela falou com a cara séria.

-Me poupe, você faz pior na minha sala. – ela se sentou.

-O pior seria... – ele falou sensual se levantando e indo até ela – chegar em tua sala e beijar como você gosta? – sussurrou em seu ouvido.

-Para Fernando, vamos ao que nos interessa – ela se levantou e encostou suas nádegas na madeira da mesa.

-E o que nos interessaria? – ele se aproximou dela.

-Fique bem ai! – ela lhe mostrou a mão.

-Vamos em tua casa, você está estressada demais – ele a puxou pela cintura a fazendo descer da mesa.

-Menos, Fernando, menos! – ela se soltou dele.

-Faço uma massagem – ele disse passando as mãos por seus ombros começando a apertar – um belo vinho.

-Suas promessas não dão muito certo, na verdade nunca deram! – ela sorriu por cima dos ombros – vou embora. – ela se levantou pegando sua bolsa.

-Vou com você! – ele puxou seu blazer e o colocou, pegou sua maleta e a acompanhou.

-Aonde pensa que usted vai? – ela se virou olhando pra ele vestindo sua blusa de frio, puxando os cabelos que ficaram por dentro da blusa.

-Com você, tomar um vinho, fazer sua massagem... e veremos o que rola.

-Mas não vai mesmo, não quero você lá, e tchau! – entrou em seu carro já dando partida.

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Eu sou filha da puta mesmo Ksksksksks mandei o capítulo errado!
Esse sim é o primeiro

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