Que as músicas falem por nós
TUA CULPA:
Lucero estacionou o carro na garagem de sua casa, vendo pelo retrovisor o carro do homem atrás do seu, revirou os olhos e pegou sua bolsa que estava no banco de passageiro ao seu lado, abriu a porta colocando apenas os pés para fora, escutou um bip de seu celular e o pegou logo passando o dedo e sorrindo ao ver algo na tela.
-Aqui tá frio vamos entrar? – Fernando que a olhava investiu.
-No me lembro de ter te chamado aqui! – ela saiu do carro fechando a porta e o travando pelo controle.
-Deixa de se grossa, eu vir ver minha filha.
-Tua filha? – ela soltou uma risada fazendo o homem sentir um arrepio em sua espinha – fez sozinho não fue amigo? – ela apertou mais a bolsa.
-HAHA – ele abriu os braços fingindo graça do que ela tinha dito – e tu fez com o dedo?
-Teria sido valioso – puxou seu sotaque – se dedo gozasse, homem não prestaria para nada, inclusive tú – ele apontou o indicador para ele – não vale nada! – deu as costas abrindo a porta que tinha ao lado da garagem e dava embaixo da escada da casa.
-Me surpreendo, do jeito que te conheço o teu dedo quebraria...
- ela não deixa concluir.-O que tu tem entre as pernas, que te deixa machista, quebrou? – ela levantou a sobrancelha.
-Quer mesmo a resposta? – ele cruzou os braços a olhando com sarcasmo.
-Papá – a menina que descia a escada gritou ao escutar a voz do pai.
-No! – Lucero o respondeu da pergunta, vendo a filha se aproximar e pular nos braços dos pai.
-Minha linda – ainda nos seus braços ele viu Lucero se afastar dos dois, passou a mão pelos fios claros da menina.
-Veio me buscar? – ela perguntou em meio ao sorriso.
-Não, tu conhece tua mãe, ela falou que hoje não é final de semana.
-Minha mãe tá chata demais ultimamente! – a menina falou segurando as lagrimas, havia semanas que ela não ia à casa do pai pelo castigo que Lucero a tinha colocado.
-Eu escutei! – Lucero em um tom de repressão passou pelos dois jogando uma mera olhada para filha que, soltou as lagrimas.
-Ótimo! Falei para escutar! – a menina já emburrada cruzou os braços.
-Helena! – Fernando a repreendeu.
-Repete o que tu falou? – Lucero do nada apareceu na frente da menina que, deu um passo para trás assustada com a mãe.
-Lucero... – Fernando a segurou pelo braço.
-Me solta! – ela disse curta e grossa o olhando pelo canto dos olhos – você querendo ou não, é debaixo do meu teto que você mora, você querendo ou não come do que eu coloco na mesa, tu querendo ou não, tem apenas quatorze anos, então vai ter que me respeitar até o dia em que eu morrer, ou eu faço esse nariz teu descer! – ela falava curvada com a menina a olhando nos olhos, na última frase bateu a ponta do seu indicador na ponta do nariz da filha que de fato, era empinado.
-Já falei que quero voltar a morar com meu pai! – a menina que tinha o rosto já vermelho pela irritação, começou a jogar as palavras.
-Pero no vai! – Lucero sacudiu a cabeça fazendo leves caras e boas zombando da filha.
-Mas eu quero! – ela falou mais alto.
-Fale baixo comigo! – Lucero falou no mesmo tom – e onde nessa tua cabecita inclui o TU NÃO TEM O QUE QUERER? – ela levantou a sobrancelha.