Que as músicas falem nós
VOCÊ NÃO ME ENSINOU A TE ESQUECER:
-Mi amor, levanta... - Lucero chamou a menina a beijando no rosto.
-Ay no, mamá! - ela resmunga quando a mãe puxa seu cobertor.
-Você tem aula, mi vida, e tu papá, está lá na cozinha te esperando.
-Mi papá está aqui? - ela olhou para a mãe surpresa.
-Sí está!
-Ustedes deveriam deixar de orgulho e voltar logo, meu sonho é ver vocês juntos, mas mamá por que vocês separaram? - ela pergunta já se levantando.
-Esse assunto ahora no, outra vez te explico.
-Sempre adiando me conta o que houve - a menina falou fazendo birra.
-Já falei que outra hora, agora eu tenho que trabalhar.
-Claro, seu trabalho sempre mais importante - ela entrou no banheiro batendo a porta com uma certa força, o que fez Lucero fechar os olhos e respirar pesado.
Lucero desceu as escadas levantando alto som do "toc toc" de seu scarpin, passou pela cozinha sem cumprimentar Mariáh e Fernando que já estava sentando, de rosto sério, demostrando a todo a raiva, odiava não ser compreendida e por mais que Helena tentasse atingi-la ela não encontrava motivos para a adolescente ser daquele jeito, tratou de espantar qualquer besteira que vagava por sua mente, preferiu nem olhar para Fernando, pois, sabia que ele jogaria uma piada, pegou um pouco de café na cafeteira colocando em um copo, o qual ela levava sempre com café para o escritório, sob os olhares dos dois que não compreendia o porquê daquela mudança de humor repentina. Ajeitou sua maleta de documentos a colocou na dobra do cotovelo, e saiu da cozinha, da mesma forma que entrou.
-Você entendeu alguma coisa? - Mariáh perguntou.
-Um bolinho de chuva, e ela brigou com Helena?! - ele jogou a aposta já tendo certeza do que tinha acontecido.
-Exato - ela confirmou - e você vai deixa-la sair assim, sem nem tomar café? - ela jogou uma piscadela e ele levantou correndo em direção a porta, que dava à garagem.
-Lucero - ele a chamou já vendo ela entrar no carro.
Ela apenas o olhou por cima dos óculos.
-Dá pra esperar? - ela fechou a porta ligando o carro, ele apressou os passos indo até ela.
-É o que em? - ela respondeu sem lhe olhar.
-Vamos tomar café! - ele disse a chamando porém com autoridade.
-Não quero!
-Eu sei que você quer, quando eu cheguei você disse que estava morrendo de fome, e cadê ela? - ele cruzou os braços a encara, enquanto ela não parava de mirar o nada, apenas para não encara-lo.
-Ela foi embora! - respondeu seco e voltou a ligar o carro.
-Deixa de ser teimosa! - ela entrou seu tronco pela janela do carro, deligou e tirou a chave da ignição.
-Fernando! - ela o repreendeu - me devolva! - ela abriu a porta.
-Vamos tomar café!
-Primeiro: você está com muita liberdade em uma casa que já deixou de ser sua a dez años atrás, segundo: devolva minha chave!, terceiro: vá tomar café, jantar e almoçar em sua casa! - ela fez careta.
-Não! - ele deu importância sim as palavras dela, como sempre dava, porém não queria bater boca aquela hora, muito menos ela naquele estado.
-Anda, Fernando! - ela falou alto.